Continua
“quente” o caso de torturas infligidas pela CIA que demonstram a sua
bestialidade. Só ficará surpreendido quem não tenha estado atento ao longo de
décadas sobre as ações e práticas da CIA. Ali militam verdadeiros criminosos
com ordem para matar culpados e inocentes, terroristas e pacatos cidadãos,
idosos, mulheres ou crianças. É a política do Tudo a Eito a que chamam Danos
Colaterais, sem respeito pela vida, pelas soberanias dos países e dos povos,
pelos direitos humanos. A utilidade da CIA para o mundo é semelhante à
utilidade de um cancro no corpo humano – se não se contar com os objetivos da
abjeta organização norte-americana em prol da ganância, da invasão e controlo,
do roubo que leve vantagens e riquezas aos Estados Unidos da América.
A
seguir, da Deutsche Welle, levamos ao conhecimento as declarações do criminoso
diretor da CIA, John Brennan, que vem com conversa mole para população mundial
ouvir e permitir que criminosos lavem a alma e assim se expurguem de todos os
males infligidos à humanidade. Acreditar naquilo que Brennan afirma é exercício
para debilitados mentais. Até porque o próprio vice-presidente dos EUA, Dick
Cheney, já afirmou que as práticas de tortura em questão se justificavam
plenamente. Outro criminoso a par de George W. Bush, repulsa é a cereja no bolo
de desumanidade demonstrada por aqueles criminosos, responsáveis pela grande
nação que já foi e deveria continuar a ser os EUA.
Também
incluímos, da Deutsche Welle, uma entrevista a Morris Davis, ex-responsável
pelos tribunais militares extraordinários em Guantánamo. Vale
o tempo de a ler.
No
computo geral os EUA, com estas divulgações sobre a desumanidade das práticas
da CIA, ficou a conhecer a posição do mundo. A própria ONU já se pronunciou e
exige que os responsáveis sejam julgados e punidos. Não é necessário consultar
um astrólogo para saber que a admnistração Bush, na época, é a responsável intrínseca
dos usos e abusos que violaram o direito internacional com as suas ações que ao
terrorismo responderam com terrorismo. Terrorismo, um e outro, que ceifou e
ceifa a vida de cidadãos inocentes sob os olhares e conhecimento da ONU que tem
por vocação ficar muda e queda relativamente às invasões e mortandade que os
EUA cometem um pouco por todo o mundo e agora, principalmente, no Médio-
Oriente e Ásia Ocidental. Porém, este caso das torturas é tão evidente nos seus
aspetos criminosos que nem a ONU pôde calar-se e não tomar uma posição de repúdio
e condenação.
Os
EUA, de tanto que querem ser a Polícia do Mundo acabam por tomar caminhos e
procedimentos ínvios e tornarem-se nos Grandes Criminosos do Mundo. Os EUA, uma
nação que merecia melhores desígnios e muito melhores dirigentes.
Carlos
Tadeu / PG
Diretor
da CIA admite uso de métodos "repulsivos" em interrogatórios
John
Brennan afirma que polêmico programa antiterrorismo iniciado após o 11 de
Setembro produziu informações úteis, mas ressalva que é impossível saber se
elas poderiam ser obtidas sem o emprego das "técnicas ampliadas".
O
diretor da CIA, John Brennan, concedeu nesta quinta-feira (11/12) uma rara
entrevista coletiva à imprensa para defender a agência das acusações de tortura
na luta contra o terrorismo depois do 11 de Setembro. As acusações constam de
um relatório divulgado esta terça-feira pelo Senado dos Estados Unidos.
Brennan
abriu a entrevista coletiva relembrando os horrores dos ataques do 11 de
Setembro e destacando a determinação da CIA de impedir que algo semelhante
voltasse a acontecer. Ele afirmou que, na guerra contra o terrorismo, os
agentes da CIA foram os primeiros a lutar e também os primeiros a morrer.
Mas
Brennan concordou que métodos não autorizados e em alguns casos
"repulsivos" foram usados em interrogatórios de detentos. "Num
número limitado de casos, agentes usaram técnicas de interrogatório que não
foram autorizadas, eram repulsivas e devem corretamente ser repudiadas por
todos. E fomos insuficientes na hora de fazer alguns agentes prestar contas
pelos seus erros", disse.
Mas
o chefe da CIA disse que a ampla maioria dos agentes envolvidos no programa
cumpriu suas responsabilidades corretamente e de acordo com as diretrizes
legais que lhes foram dadas. "Em resposta às questões identificadas [pelo
relatório do Senado], a CIA implementou um número de reformas, num esforço para
garantir que esses erros não se repitam."
"Impossível
de saber"
O
trecho mais polêmico da entrevista de Brennan foi sua declaração de que é impossível
saber se as "técnicas ampliadas de interrogatório" (o termo usado
pela CIA e que, na opinião dos críticos, é um eufemismo para tortura)
produziram informações que não poderiam ser obtidas sem o uso dessas técnicas.
"O
programa de detenção e interrogatório produziu informações úteis, que ajudaram
os Estados Unidos a obstruir planos de ataques, capturar terroristas e salvar
vidas. Mas quero ser claro. Nós não concluímos que foi o uso das EITs (enhanced
interrogation techniques, ou técnicas ampliadas de interrogatório) nesse
programa que nos permitiu obter informações úteis dos detentos sujeitos a elas.
[Se há] a relação de causa e efeito entre o uso das EITs e a informação útil
subsequentemente fornecida pelos detentos é, na minha opinião, impossível de
saber", afirmou.
Questionado
se ele chamaria de tortura alguns dos métodos usados por agentes da CIA,
Brennan disse que deixa para outros colocar nomes no que aconteceu. Ele
destacou que a CIA foi incumbida pelo então presidente George W. Bush de executar
um programa para deter suspeitos de terrorismo ao redor do mundo. "Em
muitos aspectos, o programa era território desconhecido para a CIA, e nós não
estávamos preparados", afirmou.
Brennan
disse que ele tende a acreditar que o uso de métodos coercitivos tem uma grande
probabilidade de resultar em informação falsa porque uma pessoa sujeita a esses
métodos pode dizer algo apenas para que eles parem de ser usados. "Acho
que esta agência disse que indivíduos sujeitos a essas técnicas forneceram
informações úteis tanto quanto informações falsas", acrescentou.
AS/rtr/afp/ap –
Deutsche Welle
"EUA
devem fazer o que pregam sobre tortura", exige ex-promotor de Guantánamo
Morris
Davis, ex-responsável pelos tribunais militares extraordinários em Guantánamo,
crê em efeitos positivos da divulgação do relatório da CIA. Em entrevista à DW,
reafirma: tortura não serve a nenhum propósito útil.
Nas
últimas semanas debateu-se nos Estados Unidos se o Senado deveria divulgar um
relatório sobre o controverso programa de interrogatórios executado pela
Agência Central de Inteligência (CIA), durante a presidência de George W. Bush,
após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.
Até
mesmo o secretário de Estado John Kerry pediu pessoalmente à liderança da CIA o
adiamento da publicação, com o argumento de que ela prejudicaria as relações
externas e ameaçaria a segurança dos americanos no exterior. Finalmente na
terça-feira (09/12), o Comitê
de Inteligência do Senado dos Estados Unidos divulgou o relatório.
Para
o coronel Morris Davis, ex-promotor-chefe do Pentágono, a revelação dos métodos
de interrogatório utilizados pela CIA é acertada. "É importante assumirmos
o que fizemos e tomarmos as medidas pertinentes. Não se pode pregar uma coisa e
fazer outra."
Responsável
pelos tribunais militares extraordinários de Guantánamo entre 2005 e 2007,
Davis se afasto do cargo, alegando interferência e intimidação por altos
funcionários do governo. "Não vou receber ordens de alguém que diz que waterboarding [afogamento
simulado] está certo. Peço demissão", disse, na época. Foi ele que
denunciou que informações obtidas sob tortura estavam sendo aceitas nos
julgamentos militares.
Desde
então, o coronel tem questionado a legitimidade dos processos de comissões
militares nos EUA. Em entrevista à DW, pouco antes da divulgação do resumo do
relatório, ele foi enfático: "Quando há alegações de tortura, o dever é
investigar, processar criminalmente e viabilizar, para as vítimas de tortura, o
ressarcimento legal pelo abuso sofrido. Sou decididamente da opinião que a
tortura não serve a nenhum propósito útil."
DW: Por
que o senhor é a favor da publicação do relatório?
Morris
Davis:Durante muitos anos, os Estados Unidos se mantiveram como líder
autoproclamado da crença no Estado de direito. Lideramos os esforços para criar
a Convenção das Nações Unidas contra a Tortura, que, de fato, foi
essencialmente aprovada por todos os países do planeta. Aí veio o 11 de
Setembro, e nós nos tornamos praticantes de tortura. Acho que para os EUA e
para sua reputação como potência lider, é importante assumirmos o que fizemos e
tomarmos medidas adequadas. Não se pode pregar uma coisa e fazer outra.
Embora
o relatório incida sobre os métodos de tortura da CIA, ele não aborda a questão
da liderança e responsabilidade políticas. Por quê?
Essa
é uma excelente questão. Acho que se precisa manter isso em mente. Esse relatório
não é um ponto final. Alguns vão querer lavar as mãos sobre as condutas
passadas, depois da divulgação, quando ela deveria apenas marcar o início de
uma discussão.
Nos
termos da Convenção contra a Tortura, aprovada sob a liderança dos EUA, o
relatório cria uma obrigação. Quando há alegações de tortura, o dever é
investigar, processar criminalmente e viabilizar, para as vítimas de tortura,
ressarcimento legal pelo abuso sofrido. E, até agora, os EUA têm contornado
todas essas responsabilidades. Portanto, acho que esse relatório deve dar algum
impulso para que honremos as obrigações assumidas ao assinar a Convenção da
ONU.
A
questão da liderança e responsabilidade política é possivelmente tão importante
quanto detalhar as práticas da CIA. O senhor gostaria de ver outras
investigações ou relatórios sobre as questões de liderança e responsabilidade
que levaram a essas práticas e políticas?
Gostaria.
A meu ver, a responsabilização deveria ocorrer de cima para baixo, e não de
baixo para cima. E com frequência demasiada, quem está por baixo na pirâmide
hierárquica é que é responsabilizado, enquanto os no topo acabam impunes. Por
exemplo, nos abusos na prisão de Abu Ghraib, os soldados de patente mais baixa
foram punidos e presos, mas ninguém mais acima na cadeia de comando foi
acusado. Espero que, com esse relatório, se evite isso no futuro.
Quando
era promotor-chefe em Guantánamo, tive a oportunidade de conversar com muitos
dos envolvidos nesses "programas de interrogatório avançado".
Acredito que eles pensavam estar agindo de boa fé; eles tinham a confirmação do
Departamento de Justiça e da Casa Branca de que suas ações eram legalmente
permissíveis e necessárias. Aqueles que, na Casa Branca e no Departamento de
Justiça, autorizaram essas práticas, não deveriam poder escapar à
responsabilidade, no momento que aqueles que eles comandaram encaram as
consequências.
O
senhor mencionou o seu tempo como promotor-chefe em Guantánamo. Muitos
provavelmente se perguntam se o senhor pensa – ou já pensou – que a tortura
seja lícita sob alguma circunstância?
Sou
decididamente da opinião que a tortura não serve a nenhum propósito útil.
Importante na análise do relatório não é apenas o que ele mostra, mas o que não
mostra. E acho que o que nãoveremos, é um caso em que a tortura trouxe um
benefício tangível.
Os
defensores da tortura vão afirmar que se evitaram ataques e que vidas foram
salvas, mas se ouvirá deles quaisquer informações específicas. E isso é porque
elas não existem. Não há indicação de que qualquer dessas técnicas tenha
revelado dados que deram fim a um complô ou salvo vidas. Pelo contrário: há
amplas provas de que a tortura causou um volume enorme de danos. Não creio que
nesse relatório se verá qualquer prova de que ela trouxe alguma vantagem
tangível.
Michael
Knigge (pv) – Deutsche Welle
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