O
ex-Presidente dos Estados Unidos tinha conhecimento dos métodos de tortura
utilizados pela CIA. Não sabia era onde se situavam os locais dos
"interrogatórios intensivos".
O
ex-diretor da CIA, Michael Hayden, revelou esta quarta-feira nunca ter mentido
para o ex-presidente dos Estados Unidos sobre as práticas de interrogatório
realizadas pela Agência Central de Informação (CIA).
Numa
entrevista concedida à revista "Politico", Michael Hayden garante que
"o Presidente aprovou pessoalmente as práticas de simulação de afogamento
realizadas a Abu Zubadaydah", líder de um campo de treino da Al-Qaeda. E
afirma que está tudo descrito "no livro escrito por Bush".
De
acordo com um relatório publicado pelo Comité de Serviços Secretos (CSS) do
Senado americano, o ex-Presidente George W. Bush terá sido informado sobre os
métodos de tortura realizados a suspeitos de ataques terroristas ainda em abril
de 2006.
O
documento revela ainda que, nessa altura, Bush terá manifestado repúdio ao ver
imagens "de um preso acorrentado ao teto que usava uma fralda".
Dick
Cheney, ex-vice presidente da administração Bush, assegurou esta quinta-feira
em entrevista à estação televisiva Fox que George W. Bush tinha conhecimento
"integral dos métodos de tortura realizados", acrescentado ainda que
"o relatório estava cheio de erros".
Segundo
Michael Hayden, a única coisa que o ex-Presidente não sabia era dos
"locais onde os prisioneiros se encontravam".
Aumenta
a pressão na Casa Branca
Em
declarações ao canal espanhol Telemundo, o Presidente Barack Obama tentou
justificar as ações da CIA e do ex-Presidente George W. Bush, defendendo que
"ninguém pode compreender como é ser-se responsável pela segurança e
proteção do povo americano no rescaldo do pior ataque ao nosso território
nacional".
De
acordo com a Casa Branca, cabe ao Departamento de Justiça decidir se devem
reabrir um inquérito criminal contra os responsáveis pelos interrogatórios da
CIA.
Depois
de Obama ter proibido, em 2009,
a utilização de métodos controversos nos interrogatórios
da CIA, veio agora afirmar que as técnicas de tortura prejudicam a autoridade
moral dos Estados Unidos. "Pode ser que este relatório nos ajude a deixar
estas técnicas onde elas pertencem, no passado", acrescentou.
Expresso,
em 11 dezembro 2014
Na
foto: George W. Bush e Michael Hayden (general e ex-diretor da CIA)
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