Aleksander
Kwasniewski afirma, porém, que não sabia que prisioneiros eram torturados no
local. Base funcionou de 2002
a 2003, quando foi fechada a pedido dos poloneses.
O
ex-presidente da Polônia Aleksander Kwasniewski, de 60 anos, reconheceu nesta
quarta-feira (10/12), pela primeira vez, que o país europeu permitiu aos
serviços secretos dos Estados Unidos usar uma antiga base militar para
interrogatórios, depois dos atentados de 11 de setembro de 2001.
Kwasniewski
negou, porém, ter recebido informações de que os prisioneiros eram torturados
no local. Ao ser questionado se sabia o que passava dentro da antiga base
militar, ele disse: "O que fazia a CIA? Não. Dentro desse lugar,
não".
"Concordamos
com uma cooperação entre os serviços secretos porque estávamos convencidos de
que os Estados Unidos, como um país democrático, agiriam dentro dos limites da
lei", disse o ex-presidente, durante entrevista em Varsóvia.
"A
parte americana se dirigiu à Polônia para encontrar um lugar tranquilo, onde
poderia conduzir atividades que permitiriam a efetiva obtenção de informação de
pessoas que haviam declarado sua disposição em colaborar", disse, falando
sobre os interrogatórios de suspeitos de terrorismo em solo polonês nos anos de
2002 e 2003. A
antiga base militar era Kiejkuty, na região da Masúria.
Kwasniewski
ressalvou que a Polônia pediu que os suspeitos fossem tratados como
prisioneiros de guerra. Segundo ele, os americanos não assinaram um documento
nesse sentido, mas concordaram com a exigência. "Houve uma colaboração dos
serviços de segurança, mas não houve uma permissão para a tortura",
declarou.
Ele
disse que só ficou sabendo que detentos foram torturados no local em 2006,
quando relatos começaram a surgir na imprensa. Kwasniewski afirmou que essa
cooperação com os EUA foi encerrada no final de 2003, depois de ele ter
pressionado o então presidente George W. Bush a fechar a prisão, em meio a
dúvidas sobre o que de fato acontecia nela.
O
relatório não cita em quais países os agentes da CIA teriam praticados
torturas, mas detalhes desclassificados permitiram identificar a Polônia como
sendo um deles.
AS/dpa/rtr/dw/ap
– Deutsche Welle
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