O
governo japonês decidiu reduzir em 30% a ajuda alimentar em arroz a São Tomé e
Príncipe, por alegada má gestão das receitas de venda desse produto, disse o
primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada.
A
medida entra em vigor a partir de janeiro de 2015, acrescentou Patrice
Trovoada, que falava durante a primeira edição do programa STP Real,
transmitido pela televisão São-tomense (TVS) e pela emissora pública (Rádio
Nacional).
"No
dia 06 de Dezembro o Japão tomou a decisão de reduzir a ajuda alimentar a São
Tomé e Príncipe, por causa da má gestão", disse o chefe do Governo.
Patrice
Trovoada acusou o anterior governo, de Gabriel Costa, do "desaparecimento
de 1.000 toneladas de arroz" e prometeu "apurar
responsabilidades".
"Espero
que agora as diligências para a investigação e a responsabilização sejam
feitas, porque não me venham dizer que cerca de 1.000 toneladas de arroz
molhou, o saco rasgou, e o arroz não aparece", acrescentou.
Patrice
Trovoada classificou o assunto como "grave" e garantiu que a acusação
nipónica tem consequências que se traduzem na "falta de credibilidade no
Estado são-tomense por parte da comunidade internacional".
"Se
somos um país tão dependende do estrangeiro e não somos, credíveis, a ajuda
internacional um dia vai cansar-se", concluiu.
A
Lusa apurou de fonte do Ministério da Economia e Cooperação Internacional
são-tomense que o último envio de ajuda alimentar do Japão para 2014 já se
encontra em São Tomé
desde Novembro e que o governo já deu instruções para ser vendido a 13 mil
dobras (0,53 cêntinos de euro) o quilo, um valor que corresponde à promessa
eleitoral feita por Patrice Trovoada.
Há
vários anos que o Japão concede ajuda alimentar em arroz ao arquipélago e o
produto da venda serve para financiar obras sociais.
Patrice
Trovoada garante que a redução dessa ajuda "só prejudica as pessoas de
baixo rendimento", sendo que o arroz é dos produtos mais consumido pela
população são-tomense.
O
embaixador do Japão em São
Tomé e que reside em Libreville, Masao Kobayashi, esteve
durante a semana passada na capital são-tomense e durante a sua estada
participou numa reunião promovida pelo primeiro-ministro Trovoada com as
missões diplomáticas e representantes das instituições financeiras
representadas em São Tomé
e Príncipe.
O
diplomata foi recebido pelo primeiro-ministro são-tomense, inaugurou um
dormitório com 30 camas, financiado pelo seu governo no Arcar, uma instituição
de abrigo de crianças de rua e bebes abandonados e assinou um contrato de
financiamento de cerca de 65 mil euros para a construção e equipamento de uma
unidade de produção, conservação e venda de pescado.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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