Quase
metade dos casos de corrupção de funcionários públicos em transações comerciais
internacionais envolvem agentes de países desenvolvidos, revela um relatório
sobre a corrupção transnacional divulgado hoje pela Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
"Perto
de um em cada dois casos de corrupção transnacional implica funcionários
públicos de países cujo índice de desenvolvimento humano é elevado",
sublinha a OCDE nas conclusões do seu inquérito.
A
organização explica a conclusão com o facto de aqueles países poderem "ser
mais capazes de cooperar entre si para detetar casos de corrupção, coligi-los e
comunica-los às autoridades de outros países".
Também
podem estar "mais dispostos a partilhar informações, tendo menos a perder
se um investidor de primeiro plano se retirar do seu mercado".
Para
fazer o retrato da corrupção, a OCDE analisou 427 casos julgados desde 1999,
quando entrou em vigor a sua Convenção Anticorrupção.
O
relatório indica que os subornos foram mais frequentemente prometidos ou dados
a funcionários de empresas públicas (27%) ou das alfândegas (11%). Na maioria
dos casos, foram pagos para ganhar contratos com o sector público (57%) ou para
acelerar a desalfandegagem de mercadorias (12%).
Em
média, os subornos atingiram os 10,9% do valor total da transação e representam
34,5% dos benefícios conseguidos.
Dois
terços dos casos dizem respeito a quatro sectores: a indústria extrativa (19%),
construção (15%), transporte e armazenamento (15%) e informação e comunicação
(10%).
Lusa,
em Notícias ao Minuto
Sem comentários:
Enviar um comentário