Pequim,
07 dez (Lusa) -- A China quer resolver o quanto antes o problema de Taiwan e
"não exclui" o recurso à força, afirmou um general chinês depois da
derrota eleitoral do partido taiwanês no poder, favorável a uma aproximação a
Pequim.
"A
questão de Taiwan não vai ficar muito tempo sem solução", disse o general
Liu Jingsong, segundo declarações publicadas no sábado pelo jornal Global Times
na sua página de Internet em chinês.
Taiwan
-- a ilha onde se refugiou o governo da antiga República da China quando o
Partido Comunista Chinês (PCC) tomou o poder no continente, há 65 anos -- é
vista por Pequim como uma província chinesa e não uma entidade politica
soberana.
"Não
vamos renunciar absolutamente ao uso da força, ao recurso legítimo a meios
militares quando necessário, essa é uma opção", acrescentou o general Liu,
antigo chefe do Instituto chinês das ciências militares.
"Esta
situação embaraçosa não pode continuar", apontou.
As
suas declarações surgem menos de uma semana depois da derrota do partido
Kuomintang (KMT), no poder em Taiwan, nas eleições locais realizadas no fim de
semana passado na Formosa.
O
partido do Presidente de Taiwan, Ma Ying-jeou, obteve apenas 40,7% dos votos
contra 47,5% da formação da oposição, o Partido Democrático Progressista (DPP),
tradicionalmente cético em relação a Pequim.
Nas
22 autarquias em disputa, o KMT, favorável ao diálogo com o Pequim, conquistou
apenas seis e o DPP, partidário da independência, treze.
As
relações Pequim-Taiwan agudizaram-se entre 2000-2008, quando o DPP governou a
ilha, mas após o regresso ao poder do KMT, há seis anos, entrou num período de
desanuviamento sem precedentes. Pela primeira vez desde o final da guerra civil
chinesa foram restauradas as ligações aéreas diretas entre o continente e a
ilha.
O
general advertiu ainda no Global Times que a China "não deve ter medo da
turbulência". Para Liu "pouco importa qual é o poder político em
Taiwan, só há um caminho possível (para a ilha): trabalhar no desenvolvimento
das relações pacíficas (com a China) e finalmente concretizar a
reunificação".
Pequim
defende a "reunificação pacífica" com Taiwan segundo a mesma formula
adotada em Macau e Hong Kong ("um país, dois sistemas"), mas admite
"usar a força" se a ilha declarar a independência.
Ao
contrário do DDP, o KMT reconhece que "só há uma China" no mundo e
oficialmente Taiwan continua a identificar-se como "Republica da
China" (sem o adjetivo "Popular", usado pelo governo de Pequim).
Uma
boa parte da opinião pública de Taiwan está preocupada com a crescente
influência da China sobre a ilha. Em março deste ano, a ratificação de um
acordo de livre comércio com a China provocou grandes manifestações e a ocupação
do Parlamento de Taipé pelos estudantes.
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(AC) // FV
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