O
secretário-geral comunista defendeu hoje que uma "verdadeira
alternativa" não acontecerá "sem o PCP e muito menos contra o
PCP", acusando o PS de "propaganda com muita retórica de esquerda mas
nenhuma política concreta" que a sustente.
"Somos
dos que pensamos que verdadeira alternativa será expressão e surgirá da
confluência da ação e intervenção convergentes das organizações e movimentos de
massas dos trabalhadores e camadas antimonopolistas, dos setores e
personalidades democráticas, mas que não emergirá sem o PCP e muito menos
contra o PCP", defendeu Jerónimo de Sousa, numa sessão pública em Lisboa.
O
líder comunista atacou o PS de António Costa, a quem acusa de ter promovido um
Congresso há duas semanas que foi "uma grande operação de propaganda com
muita retórica de esquerda, mas nenhuma política concreta que sustente tal
opção", e apontou às "manobras de diversão" e às "falsas
ilusões dos que falando em unidade e convergência visam apenas retirar força à
verdadeira alternativa".
"Não
há política de esquerda quando a porta que se deixa aberta é para o
entendimento com a direita. Não, não há soluções à esquerda sem rutura com a
política de direita. Os portugueses não podem sair da frigideira para cair no
lume", declarou.
Para
Jerónimo de Sousa, a construção de uma alternativa "exige acima de tudo
clareza de propósitos" e, por isso, "exige que se previnam e
denunciem as falsas soluções da mera alternância dos que acenam com diálogos à
esquerda, sem romper com a política de direita".
"Dos
que, como o PS, sentados no conforto da sua passividade, do conformismo com o
rumo de desastre nacional de que foram protagonistas, da política das
meias-tintas, esperam pelos resultados de uma longa e persistente luta, na
esperança que o poder lhes caia no regaço sem que nada tenham feito, e nada de
novo e diferente garantam, até hoje, fazer no futuro".
Segundo
o secretário-geral comunista, o PS de António Costa, tal como no passado outros
fizeram, usa a "teoria do caos" para "chantagear com o fantasma
da ingovernabilidade" e assim justificar um "cheque em branco" e
o "arbítrio da maioria absoluta".
Jerónimo
de Sousa defendeu que "meia dúzia de propostas soltas, mesmo que
justas", por parte dos socialistas, "não fazem um programa de
esquerda capaz de resolver os problemas nacionais".
O
líder comunista defendeu que "não há política de esquerda com leituras
inteligentes do Tratado Orçamental e as falsas ilusões do plano Juncker",
nem sem assumir a renegociação da dívida ou a devolução de salários e direitos,
acusando o PS de, neste último plano, tudo remeter para a concertação social
"para não assumir compromissos".
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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