domingo, 14 de dezembro de 2014

Portugal: Jerónimo de Sousa ataca PS e diz que não há alternativa "sem o PCP"




O secretário-geral comunista defendeu hoje que uma "verdadeira alternativa" não acontecerá "sem o PCP e muito menos contra o PCP", acusando o PS de "propaganda com muita retórica de esquerda mas nenhuma política concreta" que a sustente.

"Somos dos que pensamos que verdadeira alternativa será expressão e surgirá da confluência da ação e intervenção convergentes das organizações e movimentos de massas dos trabalhadores e camadas antimonopolistas, dos setores e personalidades democráticas, mas que não emergirá sem o PCP e muito menos contra o PCP", defendeu Jerónimo de Sousa, numa sessão pública em Lisboa.

O líder comunista atacou o PS de António Costa, a quem acusa de ter promovido um Congresso há duas semanas que foi "uma grande operação de propaganda com muita retórica de esquerda, mas nenhuma política concreta que sustente tal opção", e apontou às "manobras de diversão" e às "falsas ilusões dos que falando em unidade e convergência visam apenas retirar força à verdadeira alternativa".

"Não há política de esquerda quando a porta que se deixa aberta é para o entendimento com a direita. Não, não há soluções à esquerda sem rutura com a política de direita. Os portugueses não podem sair da frigideira para cair no lume", declarou.

Para Jerónimo de Sousa, a construção de uma alternativa "exige acima de tudo clareza de propósitos" e, por isso, "exige que se previnam e denunciem as falsas soluções da mera alternância dos que acenam com diálogos à esquerda, sem romper com a política de direita".

"Dos que, como o PS, sentados no conforto da sua passividade, do conformismo com o rumo de desastre nacional de que foram protagonistas, da política das meias-tintas, esperam pelos resultados de uma longa e persistente luta, na esperança que o poder lhes caia no regaço sem que nada tenham feito, e nada de novo e diferente garantam, até hoje, fazer no futuro".

Segundo o secretário-geral comunista, o PS de António Costa, tal como no passado outros fizeram, usa a "teoria do caos" para "chantagear com o fantasma da ingovernabilidade" e assim justificar um "cheque em branco" e o "arbítrio da maioria absoluta".

Jerónimo de Sousa defendeu que "meia dúzia de propostas soltas, mesmo que justas", por parte dos socialistas, "não fazem um programa de esquerda capaz de resolver os problemas nacionais".

O líder comunista defendeu que "não há política de esquerda com leituras inteligentes do Tratado Orçamental e as falsas ilusões do plano Juncker", nem sem assumir a renegociação da dívida ou a devolução de salários e direitos, acusando o PS de, neste último plano, tudo remeter para a concertação social "para não assumir compromissos".

Lusa, em Notícias ao Minuto

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