terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Portugal - PS: Costa 'livra-se' de Bloco e PCP e abre diálogo com Rui Tavares




O 'mito da incomunicabilidade da esquerda' poderá ser quebrado. Rui Tavares, que lidera o Livre, foi convidado para o Congresso do PS, no passado fim-de-semana, e António Costa, entre elogios, abriu-lhe a porta a um entendimento pós-eleitoral. Os socialista viraram à esquerda em busca de votos e, ‘livrando-se’ de BE e PCP, aceitaram, de forma 'camuflada', um encontro à esquerda com o ex-bloquista.

Segundo dá conta esta terça-feira o DN, poderá ter sido forjado no passado fim-de-semana, a base para um ‘encontro’ de vontades de esquerda. Rui Tavares, foi convidado elogiado, do PS de António Costa, e o fundador do Livre, diz que há espaço para ouvir o PS, mas também todos os outros partidos. O ex-bloquista, porém, tem um contra na ideologia defendida pelo partido rosa: o Tratado Orçamental.

“O Tratado Orçamental e uma aberração do ponto de vista económico e de projeto europeu. Muita gente no Livre acha que este tratado não vai lá com leituras inteligentes ou novas leituras”, explica Tavares ao DN.

Na agenda de Costa assume-se uma posição de meio-termo. Na agenda para a Década lê-se que “sem pôr em causa as regras fundadoras da disciplina orçamental da União, Portugal deve acompanhar aqueles que defendem um leitura inteligente e flexível dessas regras”, posição que Tavares não aceita.

Com uma agenda eleitoral difícil, apesar do descontentamento dos portugueses para com a direita governativa, Pedro Adão e Silva considera que o PS já virou à esquerda, e deve ser aí que deverá procurar parceiros (se necessários).

“O que é novo  no discurso de António Costa é que – ao contrário das duas maiorias absolutas do PS, em que o partido apontou ao eleitorado do centro e centro-direita – agora aponta para o eleitorado de Esquerda. O voto disponível está à esquerda”, refere o politólogo, que já assumiu posições de direção no PS de Ferro Rodrigues.

Mas não se pense que este namoro entre Livre e PS é casamento consumado, porque é o próprio fundador do partido, Rui Tavares, a assumir que “o Livre e as pessoas que estão no Livre não estão na lapela de ninguém porque senão não tinham feito um partido”, deixando no entanto a porta destrancada para um confronto de ideias com os socialistas.

Notícias ao Minuto

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