quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Portugal - Sócrates: Recurso da prisão preventiva será entregue na segunda-feira




O advogado de José Sócrates, João Araújo, revelou hoje que vai entregar o recurso da prisão preventiva do ex-primeiro-ministro na próxima segunda-feira, no Tribunal da Relação de Lisboa, visando a libertação imediata do antigo governante.

«Na segunda-feira, cerca das 16:00 entregarei pessoalmente no Tribunal de Instrução Criminal o recurso que há tanto tempo estão à espera», disse João Araújo, adiantando que o pretende «tornar público», justificando que «é altura de José Sócrates se defender publicamente».

O advogado falava aos jornalistas à porta do Estabelecimento Prisional de Évora, onde esteve reunido, hoje de manhã, com José Sócrates, que aí se encontra em prisão preventiva.

O recurso da defesa de Sócrates será entregue no Tribunal Central de Instrução Criminal, que lhe decretou a prisão preventiva, devendo depois subir para apreciação pela Relação de Lisboa.

Referindo que vai regressar hoje à tarde à prisão, João Araújo afirmou estar convicto de que vai conseguir a libertação imediata de Sócrates: «Com certeza, senão não apresentava» o recurso.

«Há um cidadão injustamente preso, em meu entender» e, por isso, «tem que ser libertado, logo que alguém se aperceba da injustiça, da ilegalidade», sustentou, acrescentando: «Espero que vá passar o Natal a casa porque, só o facto de estar aqui há 15 dias, é um abuso», o qual «tem que cessar o mais depressa possível».

De acordo com João Araújo, o antigo líder do PS «está um bocadinho saturado» do «abuso» de que tem sido vítima e «vai reagir a esse abuso por todos os meios» ao seu dispor, sendo que «as pessoas que não queiram ouvi-lo vão ter que o ouvir». Abuso esse que, sublinhou, está relacionado com a «divulgação cirúrgica de elementos do processo, a persistência de má informação, de distorção de factos».

Prometendo aos jornalistas que, «brevemente» a defesa de Sócrates vai avançar com «outras iniciativas», além do recurso da prisão preventiva, João Araújo argumentou que todo esse trabalho pode «trazer uma visão diferente» sobre o processo que envolve o ex-primeiro-ministro.

Questionado ainda sobre os pedidos de "habeas corpus" para libertação urgente de Sócrates que têm dado entrada no Supremo Tribunal de Justiça (STJ), fruto de iniciativas individuais, o advogado foi taxativo: «Eu acho, em princípio, reprovável» esse tipo de iniciativas. «Qualquer iniciativa à margem da defesa corresponde a uma violência sobre a capacidade de determinação» do antigo governante, disse.

Lusa, em TSF - foto Global Imagens/Gonçalo Villaverde

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