A
notícia de que em substituição dos ODM surgem agora os denominados Objectivos
de Desenvolvimento Sustentável (ODS) abre uma nova janela de oportunidades para
que o país possa, mais uma vez, tentar materializar seus compromissos em
matéria de desenvolvimento.
Consumou-se
o receio, já antes avançado por vários círculos da sociedade civil, de que
Angola não conseguiria, até 2015, atingir os Objectivos de Desenvolvimento do
Milénio (ODM). Mas, no fundo, isto até já era previsível, sendo que, inclusive
o próprio Executivo, nos diversos relatórios que elaborou sobre a temática em
questão, aventou quase sempre esta possibilidade.
Angola
chegou a cumprir o primeiro dos oito ODM, ao reduzir para metade a percentagem
da população afectada pela fome. Depois disso, quase ou nada foi concretizado
em relação aos outros objectivos.
No
dossier sobre a temática em questão, que o Novo Jornal (NJ) traz à estampa
nesta edição, chama-se atenção a uma série de anomalias que continuam a pintar
de negro quase tudo quanto o Executivo se propôs a realizar, com vista a
atingir os ODM.
Um
dos cenários ressaltados no artigo publicado pelo NJ, prende-se com o sector da
saúde, particularmente com a questão relativa a mortalidade infantil. Segundo
dados do Fundo das Nações para a Infância (UNICEF), o país tem muito ainda por
percorrer neste capítulo, sendo que passou, nos últimos três anos, de 8.º país
onde mais se morre na infância ao estado com o maior índice de mortalidade
infantil no mundo.
Ainda
no sector da saúde, o quadro reservado ao combate ao HIV ressalta à vista. Para
além da questão relativa aos números que são cada vez mais preocupantes -
fala-se que 250 mil pessoas vivem com o vírus do HIV em Angola -, os dados mais
recentes apontam que o combate a pandemia caiu para metade, passando de 22
milhões de dólares, em 2013, para 16 milhões, em 2014.
No
arrasto dos constrangimentos, segue- -se ainda o sector da Educação onde a
qualidade continua a não ser proporcional à quantidade, um cenário que persiste
por culpa de uma série de insuficiências que vão desde à falta de equipamentos
à ausência de preparação dos professores.
Entretanto,
a notícia de que em substituição dos ODM surgem agora os denominados Objectivos
de Desenvolvimento Sustentável (ODS) abre uma nova janela de oportunidades para
que o país possa, mais uma vez, tentar materializar seus compromissos em
matéria de desenvolvimento.
E
para isso, a perspectiva de o novo plano de objectivos poder contar, para além
da visão dos Governos, com a colaboração da sociedade civil, poderá contribuir
fortemente para que os Estados - incluindo Angola - executem com mais afinco as
suas responsabilidades, no quadro dos objectivos do futuro.
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