O
Colectivo de Juízes do Tribunal Administrativo decidiu ontem adiar para Março o
início do julgamento na RAEM do caso Luís Amorim. Em causa estão novos
documentos apresentados pelos advogados da família da vítima, a maioria dos
quais contendo fotografias das autópsias realizadas ao jovem que faleceu em
Macau em 2007
Pedro
André Santos – Tribuna de Macau
Depois
de muita expectativa em torno de um dos casos mais mediáticos nos últimos anos
no território, o Colectivo de Juízes do Tribunal Administrativo decidiu aceder
às pretensões do magistrado do Ministério Público e adiar o julgamento do caso
Luís Amorim para 11 de Março. Em causa estão novas provas apresentadas,
nomeadamente 29 fotografias e dois documentos relativos às autópsias realizadas
ao jovem Luís Amorim, falecido na RAEM em 2007.
Logo
no início da sessão, o magistrado do Ministério Público pediu mais tempo para
analisar os documentos, apresentados na segunda-feira pelos advogados da
família do jovem, considerando que poderá ser necessária uma “contraprova” dos
mesmos. Por parte da defesa, o advogado Pedro Redinha não colocou qualquer
oposição ao adiamento, ressalvando, no entanto, dúvidas relativamente à
disponibilidade de Duarte Nuno, antigo presidente do Instituto de Medicina
Legal de Coimbra, cuja presença na RAEM para prestar depoimentos estava já
prevista para 9 de Fevereiro.
Devido
também a questões relativas a férias judiciais, segundo lembrou a juíza Cheong
Un Mei, a data da primeira sessão do julgamento na RAEM ficou então agendada
para 11 de Março, estando previsto para esse dia o testemunho de Duarte Nuno,
para além de três agentes da Polícia Judiciária. Foram ainda agendadas mais
duas sessões, para 18 de Março e 15 de Abril, respectivamente.
Nesta
primeira sessão que decorreu ontem não marcaram presença os pais de Luís
Amorim. O JORNAL TRIBUNA DE MACAU procurou apurar se estarão na sessão agendada
para Março, mas a defesa da família Amorim desconhece ainda a decisão a esse
respeito.
Sete
anos sem avanços
O
caso Luís Amorim remonta a Setembro de 2007, altura em que o corpo do jovem de
17 anos apareceu morto na Avenida Marginal de Macau, sob a ponte Governador
Nobre de Carvalho, tendo as autoridades policiais da RAEM considerado que se
teria suicidado, uma conclusão sustentada pela autópsia feita no território.
No
entanto, uma segunda autópsia realizada em Portugal pelo Instituto de Medicina
Legal de Coimbra após a exumação do corpo, levou a equipa de especialistas a
avançar com a tese de homicídio, abrindo a possibilidade a um cenário de
agressões violentas que causaram diversas lesões no crânio e no fémur de Luís
Amorim. Para além disso, os especialistas portugueses consideraram que, caso o
jovem tivesse de facto caído da ponte, teria muitos mais danos no corpo.
A
família da vítima decidiu então instaurar um processo contra a RAEM por
negligência das autoridades na investigação da morte do jovem, pedindo uma
indemnização civil de 15 milhões de patacas.
Sem comentários:
Enviar um comentário