Os
sete profissionais que asseguravam a liderança do serviço de urgência do
Hospital Garcia de Orta apresentaram a demissão, justificando este passo com a
degradação das condições laborais e o número excessivo de doentes internados
naquela unidade de Almada.
A
demissão em bloco no serviço de urgência do Hospital Garcia de Orta foi noticiada pela
edição eletrónica do jornal Sol e entretanto confirmada por fonte da
administração da unidade, em declarações à agência Lusa.
Na
carta de demissão remetida ao Conselho de Administração, obtida pelo Sol,
a equipa de sete médicos denuncia que o “agravamento das condições” laborais,
“o risco do ato clínico no serviço de urgência e a segurança dos doentes
atingiu um ponto crítico e inaceitável”.
A equipa demissionária lembra que havia já advertido os administradores, no início de dezembro, para a degradação das condições de trabalho.
Desde logo para a “excessiva lotação de doentes internados em área de internamento do SU [Serviço de Urgência], que frequentemente ultrapassa os 200 por cento, com óbvia repercussão nos cuidados prestados aos mesmos, condicionando a admissão de novos doentes agudos, assim como na observação de doentes na área de ambulatório”.
A equipa demissionária lembra que havia já advertido os administradores, no início de dezembro, para a degradação das condições de trabalho.
Desde logo para a “excessiva lotação de doentes internados em área de internamento do SU [Serviço de Urgência], que frequentemente ultrapassa os 200 por cento, com óbvia repercussão nos cuidados prestados aos mesmos, condicionando a admissão de novos doentes agudos, assim como na observação de doentes na área de ambulatório”.
Os
médicos apontam ainda o “elevado número de doentes com situações infecciosas”,
que “impõem necessidades de condições de isolamento físico” e que, “na
impossibilidade do mesmo, condicionam acréscimo do risco coletivo”.
“Dificuldades não são exceção”
Ouvida pela Lusa, fonte da administração do Garcia de Orta afiançou que estão já a ser implementadas medidas para “fazer face ao aumento nos internamentos”. E remeteu para esta terça-feira o anúncio de “outras medidas concretas”.
Questionada
sobre os reflexos da demissão em bloco no Serviço de Urgência, a mesma fonte
prometeu, na mesma linha, que “serão tomadas medidas para resolver a situação”,
admitindo a possibilidade de os clínicos recuarem na sua tomada de posição.
“Não haveria [recuo na demissão] se as condições difíceis não fossem reversíveis, mas as condições são reversíveis”, acentuou, para concluir: “Estas dificuldades neste hospital não são exceção. Há medidas que vão ser tomadas para resolver a situação”.
“Não haveria [recuo na demissão] se as condições difíceis não fossem reversíveis, mas as condições são reversíveis”, acentuou, para concluir: “Estas dificuldades neste hospital não são exceção. Há medidas que vão ser tomadas para resolver a situação”.
Carlos
Santos Neves, RTP
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