Ngalula
Massay* - Folha 8 Digital (ao)
Caiu
em cima da mesa da nossa Redacção uma missiva a dar conta duma situação grave
que se vem desenvolvendo na Lunda-Norte, mais precisamente na área afecta à
mina de diamantes do complexo industrial CATOCA, subsidiária da ENDIAMA,
empresa nacional de diamantes.
Neste
momento o Projecto CATOCA é liderado por Ganga Júnior, com uma visão
partidocrata, arrogante, discriminatória e corruptora, pois é acusado de ser o
maior violador da Constituição da República (CRA), da Lei Geral do Trabalho e
demais, tudo fruto do seu poder económico, que lhe permite, sonegar e corromper
o poder das instituições que deveriam garantir o cumprimento escrupuloso da
lei, mais concretamente, no caso dos trabalhadores à Direcção Provincial do MAPESS.
“A
empresa é vista como mais uma das propriedades exclusivas do MPLA, que apenas
protege os estrangeiros e transforma os angolanos em “burros de carga” e
discriminados, sem direitos, como no period colonial”, disse ao F8, o mineiro
Hilário Mazokila.
Segundo
o documento-queixa que recebemos, o director geral Ganga Júnior considera que
os trabalhadores da Lunda devem viver num ambiente restrito, “sem liberdades,
como se fossem escravos e colonizados, pelo povo de Luanda e outros, que pouco
ou nada tem a ver com democracias, ao ponto de se arrogar ao direito, por
corromper a Polícia Nacional local, os tribunais e outros órgãos locais, de
proceder ao cárcere privado de trabalhadores natos da Lunda e que não estejam
conotados ao MPLA”, esclareceu o político tchokwe, Gomes Nkumaka.
A
ser verdade esta lógica acusatória, noutro país de justiça imparcial, o
director desta empresa, estaria a contas com os tribunais, principalmente, por
ter chamado a Polícia de Intervenção Rápida, num caso onde não havia tumultos,
nem greve dos trabalhadores.
“Os
trabalhadores e o povo Lunda, estão a aturar, saturados este director, que
não pára de cometer crimes contra os nossos filhos e povo, mas até um dia,
pois a paciência tem limites e o nosso está a chegar. Quando isso acontecer
não sei se ele vai ter tempo, para chamar os amigos dele da PIR, das FAA e os
assassi nos do ALFA 5”, adverte o soba Ngalula Iembe.
Este
estado de alma tem a ver com a mais ameaça e despedimento, sem justa causa,
num processo mal instruído, que não cumpriu a Lei Geral do Trabalho, cerca de
300 trabalhadores. “Alguns de nós fomos ameaçados de morte, aprisionados numa
sala privada, por mais de 6 horas, autêntico carcere privado, por termos
aderido, de acordo com a Constituição e a lei, a um outro sindicato livre, que
não o do MPLA; a UNTA. Este procedimento foi por ordens expressas do dr.
Ganga Júnior. Mais de 300 trabalhadores pedimos para não sermos mais
descontados pela UNTA que defende os patrões ao invés dos trabalhadores, por
aderirmos ao sindicato mineiro SIGEOMA, no dia 21 de Maio de 2014”, denunciou
ao F8, um dos trabalhadores que esteve no cárcere de Ganga Júnior.
A
esse propósito não se pode deixar passar, em silêncio, outra grave violação
dos direitos humanos, por serem metódos pidescos, factos protagonizados,
pelos “senhores Tomé Caupadwavaly, chefe de sector do gabinete jurídico,
Engrtácia Soito chefe do Dpto de Segurança no Trabalho e João Salvador, chefe
do Dpto de Recursos Humanos, que forçaram todos filiados do SIGEOMA, das 0h00
até às 4h00 da manhã, com ameaças de prisão, morte e despedimento, os trabalhadores
caso não assinassem um documento de renúncia ao sindicato e denunciassem os
outros colegas, como os tendo forçado e emganado a aderir”, assegurou o lesado,
acrescentando, “nunca vi nada igual numa empresa realizarem este tipo de
interrogatório, pois sei que nem a lei permite interrogatórios depois das 17
horas, como aqueles senhores, se não fossem membros da Segurança de Estado, nos
fariam isso e sem conhecimento do maior maldoso, o senhor Ganga Júnior”?
Depois
disso, um grupo de trabalhadores foi ilegal e injustamente expulso da empresa e
vai de si que na referida expulsão foi-lhes entregue um documento assinalando o
fim dos seus respectivos contratos de trabalho, em clara contravenção à
Constituição da República de Angola, que permite a livre criação e adesão dos
trabalhadores aos sindicatos, isto sem esquecer que a Lei Geral do Trabalho
interdita o despedimento por questões sindicais, políticas ou religiosas, que
não sejam fundamentadas e provadas.
Isso
está plasmado na Lei Magna, mas são “balelas” para o dr Ganga Júnior, pois a
intenção final é acabar com o sindicalismo e a livre escolha dos
trabalhadores, e o seu intuito é empurrá-los para o sindicato do seu partido,
a UNTA, forçando descontos, como se ainda estivéssemos no tempo do partido
único.
Por
outro lado, a dar de certo modo “bandeira” da cumplicidade entre Ganga e as
autoridades do Estado, no dia 10 de Junho de 2014, o director provincial do
MAPESS, da Lunda-Sul, Segunda Ungaji, em companhia da primeira secretária
provincial da UNTA (sindicato do MPLA e seus trabalhadores), Maria Segunda
foram a CATOCA numa tentativa de recuperar e incitar os trabalhadores a não
aderirem ao SIGEOMA.
Ameaçaram,
não quiseram ouvir os trabalhadores, o delegado do MAPESS e a secretária da
UNTA, como assalariados do CATOCA, publicamente defenderam o patronato e a
suas ideias, justificando a mesada, que lhes permite trair os empregados.
E
à pergunta que lhes foi colocada, sobre esta posição é: porquê então?”
A
resposta estúpida, partidária e incitadora de um verdadeiro levantamento
social, num futuro próximo, foi dada pelo delegado do MAPESS, Segunda Ungaji,
“é ilegal» (!) aderirem a esses sindicato do SIGEOMA. Estão proibidos! A
empresa não quer…!”, afirmou do pedestal da sua santa ignorância, petulância
e bajulação, Ungaji.
E
disse mais, “o empregador tem direito de despedir até 200 trabalhadores e
quem aderir sem indemnização”, santa estupidez saloia.
E
por a Constituição ser um mero papel, que por enquanto não se assemelha ao
higiénico, mas para lá caminha, a arrogância e sentido de irresponsabilidade,
não parece ter limites, pois os trabalhadores, por não serem do MPLA, nem do
sindicato; UNTA e sendo a maioria Tchokwe, foram mesmo despedidos, de maneira
cruel.
“O
director Ganga Júnior é um complexado, pelo facto de ter mulher europeia, daí
humilhar os negros e proteger os mais claros. Se ele pudesse, já teria mudado de
cor, mas a vergonha é que o leva a não fazer, pois dinheiro que nos roubos no
Catoca ele tem. Aliás, só ele tem cerca de 7 empresas pessoais a trabalhar na
zona mineira, com os estrangeiros muitos não fazendo nada e ouros já fora de
Angola a ganhar mais que os angolanos”, denunciou Mambele Ngoyo.
A
CRUELDADE DO EMPREGADOR CATOCA GANGA JÚNIOR
Aqui
a seguir, reproduzimos alguns exemplos aflitivos da baixeza moral dos
responsáveis envolvidos neste caso, capitaneados pelo director - geral Ganga
Júnior, cujos métodos de crueldade e insensibilidade, se assemelham aos da
Segurança de Estado:
1
- O colega, Teodoro Barnabé Tchipoia, recebeu o despedimento a partir de casa,
levado pelo senhor Carlos Ulury, sem permissão de pisar o solo de catoca, tem
algum material pessoal guardado no armário mas não consegue recuperá-lo até
hoje.
2
- O colega, Miguel Sunde, foi capturado pelos dois seguranças da Empresa,
chefiados pelo senhores Sampaio, chefe de sector e o Teca chefe de secção do
SSI, sector de segurança industrial. Depois do regresso ao quarto do alojamento
no mesmo dia, levaram-no até ao gabinete jurídico, onde foi entrevistado e
sancionado com a convocatória, suspensão e despedimento imediato ao mesmo
tempo. Este indivíduo é de base ou reside em Luanda, mais, após o despedimento,
não teve direito de nada nem do transporte para o regresso.
GANGA
JÚNIOR VIOLA A LEI E FAZ CÁRCERE PRIVADO DE TRABALHADORES
3
- Os colegas; Santos Jorge, David Maria Estêvão, Monteiro Cambolo, Jonito
Sonhi, Bravo da Rosa, Manuel Benita Jaime, José Chimuna e Luís Estima, o
tratamento foi diferente mas assemelha-se ao mesmo caso, pois na manhã da
quarta-feira do dia dezoito de Junho de 2014, todos com a moral de trabalhar,
chegando à porta de entrada para a área restrita, fomos escolhidos para um
lado, a maioria entrou na empresa, nós ficamos até que apareceu o carro de
segurança que nos levou até ao recinto do SSI. Lá meteram-nos numa sala,
receberam-nos os telefones, cerca de três horas, sem contacto com a família.
Quando trouxeram os telefones, recebemos junto as convocatórias, suspenderam-nos
das actividades laborais e posteriormente fomos ouvidos todos no dia seguinte.
4
- No prazo de três dias chamaram-nos para assinar os despedimentos e quando os
quinze o fizeram os outros trezentos foram transferidos para a investigação
criminal da Lunda Sul, onde passaram a prestar o depoimento em grupos, de dez
pessoas por dia.
5
- O colega Jonito Sonhi, recebeu uma notificação da Investigação Criminal,
para contactar o senhor Chozo, no dia 04 de Junho de 2014 e estranhamente,
antes de ser ouvido já tinha nº de processo-crime.
6
- Neste momento, a conta bancária de alguns colegas estão bloqueadas,
violando o artigo 207º, terceiro parágrafo na alinha a), e os artigos; 211º,
216º, 217º, 228º, ambos da Lei Geral do Trabalho. Esquecendo os artigos; 47º,
48º, 49º, 50º, da Constituição da República de Angola, sem respeitar os
artigos; 59º e 60º, da LGT.
GANGA
CASTIGA ANGOLANOS MAS PERDOA ESTRANGEIROS
7
- Depois de termos sido humilhados deste modo, perguntamos: «Nós temos o
direito de reclamar ou não? Se o empregador optou pelo sistema de despedir os
trabalhadores em massa, invocando o absentismo só para os angolanos. Porque
que os brasileiros que ficaram sete meses no Brasil por falta de visto, quando
regressaram o absentismo não foi calculado e continuam a trabalhar, sem
qualquer desconto e processo. Dois pesos duas medidas.
E
o final do documento não peca por falta de humor: «O director geral Ganga
Júnior cuja gestão é feita por telefone, por residir em Luanda, engravida
facilmente pelos ouvidos e daí ele cometer muitos erros, não só do ponto de
vista da gestão da mina, mas também no que toca ao disciplinar. E é neste
quadro que nos vamos cingir, por ser a base duma conferência de imprensa, onde
vamos denunciar um rolo de ilegalidades cometidas, pelo Director Geral do
Catoca, uma figura complexada, que coloca em risco a nossa vida, enquanto cidadãos
angolanos de pleno direito, trabalhadores e sindicalistas e poderá com esta
sua política discriminadora um dos principais promotores de um levantamento
geral das populações, não só em Catoca, como nas Lundas.
A
direcção da empresa Catoca negou-se a prestar quaisquer esclarecimentos,
alegando, na sua crónica arrogância de a todos poder corromper com diamantes,
nada ter a dizer, pois despediram e bem, quem quis perturbar a normalidade de
funcionamento da empresa. Por afectar a normalidade, consideram os chefes arrogantes
da empresa Catoca, o recurso pelos trabalhadores, do direito à livre
associação sindical, como vem configurado no art.º 50.º da Constituição.
Infelizmente,
para certos dirigentes do MPLA e da Segurança de Estado, a Constituição não é
um normativo credível, nem para ser levado a sério.
*Voltaremos
com novos pormenores
1 comentário:
Quem escreveu este artigo tem certamente atrofia cafaloica,trocando por miudos,atraso mental!
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