Economista
considera que a carta enviada pela Grécia não é uma capitulação, mas uma
tentativa de ganhar tempo. Para o Prémio Nobel da Economia, a política alemã é
objetivamente pró-Grexit e também objetivamente pró-Aurora Dourada.
No
seu blog do New York Times, Paul Krugman afirma que a Alemanha está a
tentar forçar o Syriza a abandonar completamente as suas promessas eleitorais,
mas, sabendo que esse desenlace é improvável o obketivo seria forçar a saída da
Grécia do euro, imediatamente. Eis a tradução do post do economista
norte-americano.
Insira
aqui a maldição alemã
A
Alemanha diz não ao pedido grego. Para ser justo, penso que as notícias
descrevendo acarta da Grécia como uma viragem de 180 graus e uma
capitulação estão erradas. O que vejo é isto:
“O
objetivo do pedido de prolongamento por seis meses da duração deste Acordo é:
a)
Acordar os termos financeiros e administrativos mutuamente aceitáveis cuja
implementação, em colaboração com as instituições, irá estabilizar a posição
orçamental da Grécia, atingir superavits orçamentais primários apropriados,
garantir a estabilidade da dívida e ajudar a alcançar os objetivos fiscais para
2015 que tenham em conta a situação económica atual”.
E o que me parece é que a Grécia tomou todo o cuidado para não se comprometer com
os objetivos fiscais originais; atingirá “superavits orçamentais primários
apropriados”, o que quase certamente significam menos de que os 4,5% do PIB.
Assim, se a queixa da Alemanha é de que a Grécia não concorda com a rendição
total, parece ter razão. Em vez disso, a Grécia parece estar à procura de
ganhar algum tempo para definir uma estratégia económica (lembrem-se, este
governo é novo e não tem uma grande bancada de tecnocratas), e negociar os
termos mais tarde. Por outro lado, a Alemanha está a tentar forçar o Syriza a
abandonar completamente as suas promessas eleitorais, imediatamente, hoje.
Será
que os alemães acham que este desenlace é provável? Suspeito que não. Parece-me
mais uma tentativa de forçar a saída da Grécia do euro, imediatamente. A
política alemã é objetivamente pró-Grexit.
É
também, dadas as prováveis consequências, objetivamente pró-Aurora Dourada.
O
BCE tem um papel crítico neste momento, e Peter Doyle diz o que eu queria dizer, mas melhor:
[I]
No caso de as negociações euro-gregas fracassarem, o BCE devia inequivocamente
continuar a fornecer o ELA (Emergency Liquidity Assistance) à Grécia. Além
disso, deveria deixar esta posição clara desde já, enquanto negociava a
continuidade do programa. Isto determinaria a necessidade de os políticos do
Euro terem de resolver a questão da Grécia sem a ameaça do BCE a encurralá-la,
encontrando outro mecanismo de pressão do Euro.
É
tempo de decisão.
Esquerda.net
- Tradução de Luis Leiria para o Esquerda.net
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