O
secretário-geral do PCP considerou hoje que o acordo para o prolongamento da
assistência financeira à Grécia mantém "orientações draconianas" para
impor "medidas dolorosas" e condenou a posição do Governo português
no processo de "alinhar com os mais fortes".
Em
declarações aos jornalistas no final de um encontro da Juventude Comunista, o
líder comunista, Jerónimo de Sousa, disse não querer fazer "juízos
precipitados" sobre o acordo alcançado sexta-feira pelo Eurogrupo, mas não
deixou de criticar a imposição de critérios que impedem o povo grego de decidir
o seu futuro de forma soberana.
"Aquilo
é relevante é que depois de um processo de chantagem, a manutenção no essencial
daquilo que são orientações draconianas para impor aos povos e, nomeadamente ao
povo da Grécia, medidas profundamente dolorosas que impedem o desenvolvimento
económico, a justiça social e que impedem a própria soberania", afirmou
Jerónimo de Sousa.
Questionado
sobre as notícias que apontam para a oposição de Portugal e da Espanha ao
compromisso alcançado, o secretário-geral do PCP classificou a situação como
"uma nódoa para o Governo português", que entrou "num espetáculo
pouco digno".
"O
Governo português assumiu-se como o mais devoto defensor das orientações do
Eurogrupo e particularmente da Alemanha e do seu ministro", criticou.
Jerónimo
de Sousa argumentou, contudo, que tal posição da delegação portuguesa terá sido
tomada para assegurar a própria sobrevivência do executivo de maioria
PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho, embora tal alinhamento com
"os mais fortes" possa ser confundido com "subserviência".
Depois
do acordo alcançado na sexta-feira no Eurogrupo para o prolongamento da
assistência financeira à Grécia, o Governo de Alexis Tsipras tem agora até
segunda-feira para apresentar aos seus credores uma lista específica de
reformas.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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