Díli,
25 mar (Lusa) - As autoridades de imigração timorenses registaram, em inspeções
levadas a cabo em fevereiro e março, 4.786 violações de vistos por
trabalhadores que não estavam com o documento adequado no país, informou o
ministro do Interior.
"Na
fiscalização desde 20 de fevereiro detetámos 4.786 violações de vistos por
pessoas que estavam a trabalhar sem ter visto de trabalho. E isto foi apenas em
duas semanas, imagine-se quantos serão na verdade", disse Longuinhos
Monteiro.
Intervindo
no Parlamento Nacional durante o debate do Programa do VI Governo
Constitucional, Longuinhos Monteiro defendeu a necessidade de fortalecer a
capacidade de controlo do fluxo de estrangeiros.
"Esta
questão afeta tudo, não apenas o fluxo de pessoas mas também os rendimentos
para o Estado", disse, explicando que o Governo está em contacto com as
embaixadas da China e da Indonésia já que a maioria das violações é de cidadãos
oriundos desse país.
Explicando
que até meados de março estavam registados em Timor-Leste 20.548 trabalhadores
estrangeiros, Monteiro insistiu na necessidade de realizar uma
"fiscalização regular e permanente".
Isso,
explicou, tem que englobar empresas do setor privado mas também organizações
não governamentais, embaixadas e outras entidades, no intuito de "em
colaboração" definir claramente a situação dos trabalhadores estrangeiros
no país.
O
ministro explicou que entre janeiro e março de 10.005 turistas, 30% pediram,
posteriormente, a alteração do seu visto para trabalhar.
Sem
precisar o período a que se referem os dados, Longuinhos Monteiro diz que
Timor-Leste expulsou 59 cidadãos, tendo detetado 315 cidadãos ilegais "sem
documentos ou passaportes".
Longuinhos
Monteiro disse ainda que estão atualmente à espera de resposta - por falta
quadro jurídico adequado - 12.637 pedidos de residência permanente, dos quais
3.923 apresentados este ano.
A
lei de imigração, disse ainda, está atualmente a ser revista para ser
posteriormente apresentada ao Conselho de Ministros, disse ainda.
Recorde-se
que este mês o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) timorense informou o
corpo diplomático que ia realizar "no futuro próximo" uma
"operação em grande escala relacionada com imigração" em Timor-Leste.
Numa
nota remetida às embaixadas, consulados e organizações internacionais
residentes e não residentes, e a que a Lusa teve acesso, o MNE pede que
informem os seus funcionários e cidadãos sobre esta operação e para que
"não fiquem ansiosos durante estas ações".
"Os
Serviços de Imigração do Ministério do Interior de Timor-Leste vão realizar
operações em grande escala relacionada com a imigração em Timor-Leste no futuro
próximo", refere a nota.
O
curto documento não especifica a natureza da operação nem quando começará.
Desde
aí as embaixadas acreditadas em Díli têm estado a informar os seus cidadãos da
operação.
A
embaixada de Portugal em Díli, por exemplo, informou por SMS que "face ao
reforço do controlo da imigração em Timor-Leste" recomenda que os seus
cidadãos tragam "sempre consigo passaporte com um título de permanência
válido".
ASP
// DM
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