O
secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, homenageou hoje o antigo dirigente
comunista António Dias Lourenço, afirmando que a sua fuga da prisão devia ser
considerada "a mais audaciosa e corajosa" das fugas nas prisões
fascistas.
"A
fuga de Dias Lourenço do 'segredo' do Forte de Peniche (...) deve ser muito
justamente considerada como a mais audaciosa e corajosa fuga individual das que
tiveram lugar a partir das cadeias fascistas", afirmou Jerónimo de Sousa
na intervenção que encerrou a comemoração do centésimo aniversário do
nascimento de António Dias Lourenço, na Casa do Alentejo, em Lisboa.
Como
justificação, o líder comunista sublinhou que a fuga foi "preparada
laboriosamente durante semanas no mais completo isolamento", acrescentando
que Dias Lourenço foi submetido à "dura prova" de ter de
"enfrentar durante quase duas horas um mar de forte ondulação e
gélido".
António
Dias Lourenço fugiu da cadeia do Forte de Peniche a 17 de dezembro de 1954,
onde estava preso na cela "segredo", que Jerónimo de Sousa explicou
ser "a cela disciplinar onde eram metidos os presos sujeitos aos mais
duros castigos".
Durante
a homenagem, o líder comunista recordou os tempos de convívio com o
"primeiro diretor do [jornal comunista] Avante!" entre 1974 e 1991,
lembrando-o como "destacado dirigente comunista e resistente antifascista,
operário, jornalista, escritor, homem de cultura, de profundas
convicções".
Jerónimo
de Sousa referiu ainda que Dias Lourenço "fundiu a sua vida com a luta do
Partido Comunista Português", elogiando a sua coragem que "se
agiganta nas suas profundas convicções ideológicas".
"Dias
Lourenço tinha uma enorme alegria de viver, de conviver, de debater",
elogiou.
O
secretário-geral do PCP aproveitou para dizer que Dias Lourenço e outros são
"uma fonte de inspiração para os combates de hoje contra a política de
direita que há 38 anos prossegue o rumo de destruição das conquistas da
Revolução de Abril e que tem conduzido o país ao declínio".
Jerónimo
de Sousa terminou a sua intervenção dizendo: "Valeu a pena sim, camarada
Dias Lourenço".
Na
Casa do Alentejo foi também inaugurada uma exposição, patente até 29 de março,
que retrata a vida daquele que ficou conhecido como o "camarada
João", através de fotografias, factos e notícias da época.
A
cerimónia ficou ainda marcada pela exibição de um vídeo com depoimentos de Dias
Lourenço, a declamação de quatro poemas de sua autoria e a atuação do coro
Juvenil da Universidade de Lisboa.
António
Dias Lourenço nasceu em
Vila Franca de Xira a 25 de março de 1915, e aderiu ao
Partido Comunista aos 16 anos.
O
militante histórico do PCP foi deputado da Assembleia Constituinte, tendo sido
também deputado da Assembleia da República por cinco vezes, entre 1976 e 1985.
O
comunista esteve preso por duas vezes durante o Antigo Regime, num total de 17
anos, e foi libertado a 26 de abril de 1974.
Integrou
o Comité Central do PCP durante 53 anos, e veio a faleceu a 07 de agosto de
2010.
Lusa
em Notícias ao Minuto
PCP
"irá intervir" para que futuro Presidente cumpra Constituição
O
secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou hoje, em Lisboa, que o seu
partido "irá intervir" para que o próximo Presidente da República
seja alguém que "cumpra o juramento de cumprir e fazer cumprir a
Constituição".
"Posso
garantir que o PCP irá intervir de modo a que, para a Presidência da República,
seja eleito alguém que, no essencial, cumpra aquele célebre juramento de
cumprir e fazer cumprir a Constituição", disse o líder do PCP, em
declarações aos jornalistas, no final de uma homenagem ao antigo dirigente
comunista António Dias Lourenço, na Casa do Alentejo, em Lisboa.
Num
dia marcado pela apresentação da primeira candidatura a Belém, a do socialista
Henrique Neto, Jerónimo de Sousa realçou que, "agora, a batalha" para
o partido são as próximas eleições legislativas.
"É
uma discussão que, neste momento, não é a prioridade do Partido Comunista
Português. Toda a força para as legislativas, a seu tempo as
presidenciais", sublinhou o líder comunista, acrescentando que "as
presidenciais são daqui a um ano e as legislativas são daqui já a menos de seis
meses."
Sobre
se o PCP irá apoiar um candidato presidencial que seja uma figura do partido, o
secretário-geral comunista não quis avançar uma resposta, justificando que
"é uma discussão que neste momento não é prioridade".
Francisco
Matos – Notícias ao Minuto
Jerónimo
chama "todos à rua" para marcha nacional da CDU
Lisboa,
23 mar - O secretário-geral comunista apelou hoje à adesão popular à Coligação
Democrática Unitária (CDU), que inclui "Verdes" e Intervenção
Democrática, na formalização da candidatura conjunta às eleições legislativas,
destacando a marcha nacional de 06 de junho.
"Aos
muitos que hoje, partilhando as nossas propostas, reconhecendo a nossa
seriedade e coerência, se interrogam - perante o desastre que a política de
direita cria para desanimar vontades, sobre o que podem fazer -, aqui lhes
dizemos: juntem-se a nós, juntem-se à CDU, sejam parte ativa desta corrente de
exigência de mudança, de alternativa, de futuro", afirmou Jerónimo de
Sousa, em conferência de imprensa, no centro de trabalho Vitória (PCP), em
Lisboa.
O
líder comunista dirigiu-se "a todos os trabalhadores, jovens, mulheres e
reformados, aos democratas e patriotas empenhados na rutura com a política de
direita e o rumo de declínio" para participarem "na marcha nacional
do próximo 06 de junho, na avenida da Liberdade, do Marquês de Pombal à Baixa,
pela libertação e dignidade nacionais, por uma política patriótica e de
esquerda", curiosamente a data apontada pelo secretário-geral socialista,
António Costa, para apresentar o programa eleitoral "rosa".
"A
marcha nacional 'A força do povo, todos à rua por um Portugal com futuro',
promovida pela CDU, será uma grande jornada de luta, de afirmação da força e da
vontade do povo português num país desenvolvido, uma poderosa afirmação de que
reside no povo a decisão soberana sobre o futuro que quer ver construído para
as gerações presente e vindoura, uma afirmação de que está nas mãos dos
trabalhadores e do povo decidir os seus destinos", previu Jerónimo de
Sousa.
A
dirigente ecologista Heloísa Apolónia antecipou que "aqueles que são hoje
maioria parlamentar e Governo vão usar muitas mistificações, deturpar muito do
que fizeram e enganar muito pelos resultados atingidos" e "usarão a
ilusão e também algumas medidas eleitoralistas".
"PSD
e CDS chegaram ao Governo com base na mentira e usaram a austeridade em
benefício da sua ideologia. Podemos nós admitir que o martírio do povo é
sucesso do país? Que os cofres do país estejam cheios da pobreza instituída ao
povo português?", questionou, referindo-se a declarações recentes da
ministra das Finanças e classificando a política do atual executivo como
"maquiavélica e bafienta".
O
líder da Associação Intervenção Democrática, Corregedor da Fonseca, defendeu
que "não se pode ficar indiferente e aceitar como factos consumados ou uma
fatalidade" as políticas protagonizadas por Passos Coelho e Paulo Portas e
sua "conceção neoliberal".
Lusa
em Notícias ao Minuto
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