quinta-feira, 26 de março de 2015

Portugal. JERÓNIMO DE SOUSA LEMBRA FUGA DE DIAS LOURENÇO COMO “A MAIS AUDACIOSA”




O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, homenageou hoje o antigo dirigente comunista António Dias Lourenço, afirmando que a sua fuga da prisão devia ser considerada "a mais audaciosa e corajosa" das fugas nas prisões fascistas.

"A fuga de Dias Lourenço do 'segredo' do Forte de Peniche (...) deve ser muito justamente considerada como a mais audaciosa e corajosa fuga individual das que tiveram lugar a partir das cadeias fascistas", afirmou Jerónimo de Sousa na intervenção que encerrou a comemoração do centésimo aniversário do nascimento de António Dias Lourenço, na Casa do Alentejo, em Lisboa.

Como justificação, o líder comunista sublinhou que a fuga foi "preparada laboriosamente durante semanas no mais completo isolamento", acrescentando que Dias Lourenço foi submetido à "dura prova" de ter de "enfrentar durante quase duas horas um mar de forte ondulação e gélido".

António Dias Lourenço fugiu da cadeia do Forte de Peniche a 17 de dezembro de 1954, onde estava preso na cela "segredo", que Jerónimo de Sousa explicou ser "a cela disciplinar onde eram metidos os presos sujeitos aos mais duros castigos".

Durante a homenagem, o líder comunista recordou os tempos de convívio com o "primeiro diretor do [jornal comunista] Avante!" entre 1974 e 1991, lembrando-o como "destacado dirigente comunista e resistente antifascista, operário, jornalista, escritor, homem de cultura, de profundas convicções".

Jerónimo de Sousa referiu ainda que Dias Lourenço "fundiu a sua vida com a luta do Partido Comunista Português", elogiando a sua coragem que "se agiganta nas suas profundas convicções ideológicas".

"Dias Lourenço tinha uma enorme alegria de viver, de conviver, de debater", elogiou.

O secretário-geral do PCP aproveitou para dizer que Dias Lourenço e outros são "uma fonte de inspiração para os combates de hoje contra a política de direita que há 38 anos prossegue o rumo de destruição das conquistas da Revolução de Abril e que tem conduzido o país ao declínio".

Jerónimo de Sousa terminou a sua intervenção dizendo: "Valeu a pena sim, camarada Dias Lourenço".

Na Casa do Alentejo foi também inaugurada uma exposição, patente até 29 de março, que retrata a vida daquele que ficou conhecido como o "camarada João", através de fotografias, factos e notícias da época.

A cerimónia ficou ainda marcada pela exibição de um vídeo com depoimentos de Dias Lourenço, a declamação de quatro poemas de sua autoria e a atuação do coro Juvenil da Universidade de Lisboa.

António Dias Lourenço nasceu em Vila Franca de Xira a 25 de março de 1915, e aderiu ao Partido Comunista aos 16 anos.

O militante histórico do PCP foi deputado da Assembleia Constituinte, tendo sido também deputado da Assembleia da República por cinco vezes, entre 1976 e 1985.

O comunista esteve preso por duas vezes durante o Antigo Regime, num total de 17 anos, e foi libertado a 26 de abril de 1974.

Integrou o Comité Central do PCP durante 53 anos, e veio a faleceu a 07 de agosto de 2010.

Lusa em Notícias ao Minuto

PCP "irá intervir" para que futuro Presidente cumpra Constituição

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou hoje, em Lisboa, que o seu partido "irá intervir" para que o próximo Presidente da República seja alguém que "cumpra o juramento de cumprir e fazer cumprir a Constituição".

"Posso garantir que o PCP irá intervir de modo a que, para a Presidência da República, seja eleito alguém que, no essencial, cumpra aquele célebre juramento de cumprir e fazer cumprir a Constituição", disse o líder do PCP, em declarações aos jornalistas, no final de uma homenagem ao antigo dirigente comunista António Dias Lourenço, na Casa do Alentejo, em Lisboa.

Num dia marcado pela apresentação da primeira candidatura a Belém, a do socialista Henrique Neto, Jerónimo de Sousa realçou que, "agora, a batalha" para o partido são as próximas eleições legislativas.

"É uma discussão que, neste momento, não é a prioridade do Partido Comunista Português. Toda a força para as legislativas, a seu tempo as presidenciais", sublinhou o líder comunista, acrescentando que "as presidenciais são daqui a um ano e as legislativas são daqui já a menos de seis meses."

Sobre se o PCP irá apoiar um candidato presidencial que seja uma figura do partido, o secretário-geral comunista não quis avançar uma resposta, justificando que "é uma discussão que neste momento não é prioridade".

Francisco Matos – Notícias ao Minuto
  
Jerónimo chama "todos à rua" para marcha nacional da CDU

Lisboa, 23 mar - O secretário-geral comunista apelou hoje à adesão popular à Coligação Democrática Unitária (CDU), que inclui "Verdes" e Intervenção Democrática, na formalização da candidatura conjunta às eleições legislativas, destacando a marcha nacional de 06 de junho.

"Aos muitos que hoje, partilhando as nossas propostas, reconhecendo a nossa seriedade e coerência, se interrogam - perante o desastre que a política de direita cria para desanimar vontades, sobre o que podem fazer -, aqui lhes dizemos: juntem-se a nós, juntem-se à CDU, sejam parte ativa desta corrente de exigência de mudança, de alternativa, de futuro", afirmou Jerónimo de Sousa, em conferência de imprensa, no centro de trabalho Vitória (PCP), em Lisboa.

O líder comunista dirigiu-se "a todos os trabalhadores, jovens, mulheres e reformados, aos democratas e patriotas empenhados na rutura com a política de direita e o rumo de declínio" para participarem "na marcha nacional do próximo 06 de junho, na avenida da Liberdade, do Marquês de Pombal à Baixa, pela libertação e dignidade nacionais, por uma política patriótica e de esquerda", curiosamente a data apontada pelo secretário-geral socialista, António Costa, para apresentar o programa eleitoral "rosa".

"A marcha nacional 'A força do povo, todos à rua por um Portugal com futuro', promovida pela CDU, será uma grande jornada de luta, de afirmação da força e da vontade do povo português num país desenvolvido, uma poderosa afirmação de que reside no povo a decisão soberana sobre o futuro que quer ver construído para as gerações presente e vindoura, uma afirmação de que está nas mãos dos trabalhadores e do povo decidir os seus destinos", previu Jerónimo de Sousa.

A dirigente ecologista Heloísa Apolónia antecipou que "aqueles que são hoje maioria parlamentar e Governo vão usar muitas mistificações, deturpar muito do que fizeram e enganar muito pelos resultados atingidos" e "usarão a ilusão e também algumas medidas eleitoralistas".

"PSD e CDS chegaram ao Governo com base na mentira e usaram a austeridade em benefício da sua ideologia. Podemos nós admitir que o martírio do povo é sucesso do país? Que os cofres do país estejam cheios da pobreza instituída ao povo português?", questionou, referindo-se a declarações recentes da ministra das Finanças e classificando a política do atual executivo como "maquiavélica e bafienta".

O líder da Associação Intervenção Democrática, Corregedor da Fonseca, defendeu que "não se pode ficar indiferente e aceitar como factos consumados ou uma fatalidade" as políticas protagonizadas por Passos Coelho e Paulo Portas e sua "conceção neoliberal".

Lusa em Notícias ao Minuto

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