domingo, 12 de abril de 2015

África do Sul. DETIDAS 17 PESSOAS POR VIOLÊNCIA XENÓFOBA




Durban, 12 Abr (AIM) - A Polícia sul-africana deteve e abriu processos-crime por homicídio contra 17 pessoas, na última sexta-feira, na Cidade de Durban, província do Kwazulu-Natal pelo seu envolvimento nos ataques contra cidadãos estrangeiros que culminaram com a morte de várias pessoas.

O jornal sul-africano,
Business Day, reporta a ocorrência de pelo menos três mortos. Porém, o porta-voz da Polícia, Maj Thulani Zwane, diz que ainda falta apurar o número real de mortos, embora tenha confirmado a existência de alguns cidadãos sul-africanos entre as vítimas.

Na semana passada, a Rádio Moçambique noticiou a morte de pelo menos dois moçambicanos, vítimas dos ataques.

A eclosão de um novo surto de violência surge na sequência das declarações do líder tradicional, Goodwill Zwelithini, convidando os cidadãos de origem estrangeira a abandonar o país, embora o Rei afirme ter sido mal interpretado.

Eu referia-me apenas àquelas pessoas que se encontram no país sem documentação, disse o Rei, acrescentando que dentro de África, em particular, não se deve pensar que nós odiamos os nossos irmãos africanos até ao ponto de querermos prejudicá-los.

Por isso, o Ministro do Interior, Malusi Gigaba, apelou aos líderes tradicionais para que se abstenham de proferir comentários
que podem conduzir a perda de vidas humanas.

Os alegados comentários do Rei Goodwill Zwelithini desencadearam uma onda de violência xenófoba que afectou pelo menos 250 pessoas, a maioria das quais provenientes da República Democrática de Congo.

Mais de mil imigrantes, principalmente, africanos, abandonaram as suas residências, refugiando-se em postos policiais e em campos de futebol, uma vez que viram as suas lojas e residências sendo saqueadas na cidade portuária de Durban.

Na última quarta-feira, centena de pessoas marchou em frente ao Município de Durban em repúdio a violência xenófoba.

Em 2008, uma orgia de violência xenófoba, a pior de que há memória, culminou com a morte de pelo menos 62 pessoas, entre os quais vários moçambicanos. 

(AIM) BBC/Alberto Massango (AHM)/sg

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