Díli,
09 abr (Lusa) - Uma empresa de arquitetura portuguesa apresenta na sexta-feira
em Díli o projeto de ampliação do complexo da Presidência da República de
Timor-Leste, que aposta na "dignidade, estabilidade e sobriedade" e
criar um "lugar de memória, passada e futura".
O
projeto da Gonçalo Lencastre Arquitectos engloba obras no valor de mais de 20
milhões de euros que se destinam a "dotar a Presidência da República de
Timor-Leste de um espaço físico com a dignidade e funcionalidade"
necessárias.
Da
ampliação fazem parte, entre outros, a nova Residência Presidencial e o Museu
da Presidência.
Trata-se
de introduzir, de forma faseada, novos espaços exteriores e edifícios em
terrenos adjacentes a sul e poente do atual complexo, anteriormente usados como
heliporto e onde atualmente estão instalações de apoio à Presidência.
Prevê
ainda a requalificação e ampliação das estruturas já existentes.
Neste
projeto, explica a empresa que venceu um concurso internacional com empresas de
todo o mundo, é ainda predominante a "marca histórica de resistência e
resiliência que são o traço distintivo do povo de Timor-Leste".
Além
de transmitir as ideias de "dignidade, estabilidade e sobriedade", o
projeto quer também criar, um "lugar de memória, passada e futura",
que reconheça "os acontecimentos que formaram a nação timorense" mas
que sirva também como testemunho para as gerações futuras.
Para
isso, o projeto incluirá uma Nova Praça Cerimonial de entrada (Praça da
Parada), um Memorial, no centro da praça, e um novo Museu da Presidência.
Os
jardins, praças e pátios terão espelhos de água, com plantas como a citronela
para repelir mosquitos e sistemas para fazer circular a água.
O
projeto assenta em dois eixos - norte-sul e nascente-poente - com duas
entradas, sendo que na principal, junto à Avenida Presidente Nicolau Lobato,
estará a Praça Cerimonial e os novos espaços de acesso mais público: o Memorial
e o Museu da Presidência.
A
sul estará um novo pátio ajardinado, um grande claustro quadrado e um novo
núcleo de edifícios da Presidência sendo que, em torno deste pátio se
organizarão a Casa Civil, o Gabinete da Presidência, e o "Observatório da
Pobreza", bem como salas de receção e espaço multiusos.
Na
outra entrada estará a Praça Central, com acesso à nova Residência e ao
edifício da Casa Militar.
Oferecido
pelo Governo chinês, o Palácio Presidencial Nicolau Lobato começou a ser
construído em 2005 e foi inaugurado a 27 de agosto de 2009, dias antes do 10.º
aniversário do referendo de autodeterminação.
O
edifício substituiu o mítico "Palácio das Cinzas", o edifício que
durante a ocupação indonésia tinha acolhido os serviços de polícia e de registo
de automóveis (o SAM/SAT), que ficou praticamente destruído na onda de
violência de 1999 e que foi inaugurado a 28 de outubro de 2002.
Na
altura da inauguração, o então Presidente da República, Xanana Gusmão, disse
que a escolha do nome de Palácio das Cinzas era "uma homenagem ao próprio
processo" de luta pela independência de Timor-Leste.
"É
um apelo à contenção de despesas públicas em rubricas pouco relevantes ou menos
urgentes. Se não há uma boa gestão do país, as receitas do petróleo serão uma
desgraça", disse na altura.
ASP
// VM
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