O
Tribunal Judicial da Cidade moçambicana de Chimoio, em Manica, absolveu hoje
cinco supostos apoiantes da oposição, detidos em confrontos com a Polícia a 25
de março, por não ter sido provado o seu envolvimento nos tumultos.
O
Juiz Carlos Mondlane, na sentença proferida em tribunal, disse que não ficou
provado que os cinco réus se conhecessem e que de forma concreta tivessem
participado nos tumultos, e que a Polícia, que faltou nas duas requisições do
tribunal, não apresentou provas que permitam fazer ligação a cada um no crime
imputado.
"Em
caso de dúvidas, é um princípio geral de direito processual penal, que mais
vale a pena correr o risco de libertar um culpado, que condenar presumíveis
inocentes", sublinhou Carlos Mondlane, admitindo que a dúvida beneficiou
os cinco acusados, que saíram em liberdade.
Os
cinco eram acusados de crime de sedição, por terem proferido injúrias e ameaças
às autoridades policiais, e tentado atravessar um cordão de segurança e invadir
um edifício público.
A
polícia moçambicana e apoiantes da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo,
principal partido da oposição) envolveram-se em confrontos a 25 de março,
quando as autoridades municipais proibiram um comício do líder do partido,
Afonso Dhlakama, no Estádio Municipal de Chimoio.
Os
confrontos provocaram cinco feridos e 17 pessoas ficaram intoxicadas por gás
lacrimogéneo, lançado por um cordão de segurança dos elementos da Polícia da
República de Moçambique, Força de Intervenção Rápida e Grupo Operativo Especial
(GOE).
A
seguir aos tumultos, a Polícia anunciou a detenção de seis apoiantes da Renamo,
mas cinco foram apresentados em tribunal e todos negam ser membros do partido e
asseguram que foram detidos quando passavam no local dos confrontos.
A
própria representante do Ministério Público (MP) havia apelado durante o
julgamento à absolvição dos acusados por terem sido detidos fora do local dos
tumultos e sem arma do crime, avolumando as dúvidas do seu envolvimento direto
nos confrontos com a Polícia.
Entretanto,
Belmiro Mutadiua, porta-voz da Polícia em Manica, disse que a corporação
recebeu apenas um ofício do Tribunal Judicial da Cidade de Chimoio, mas não
chegou a ser notificada para ser ouvida em tribunal.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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