No
primeiro encontro em mais de 50 anos, presidentes do EUA e de Cuba mostram
estar abertos à reconciliação. Conversa simboliza mudança nas relações
políticas entre as duas nações.
Os
presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, se
reuniram neste sábado (11/04) paralelamente à agenda oficial da 7ª Cúpula das
Américas, no Panamá, e mostraram vontade em melhorar as relações diplomáticas
entre os países, após décadas de hostilidade.
No
primeiro encontro entre um líder dos EUA e um de Cuba desde 1956, Obama
agradeceu Castro por seu "espírito de abertura". O presidente cubano,
por sua vez, salientou que as negociações entre Washington e Havana irão exigir
paciência.
"Esse
é obviamente um encontro histórico", declarou Obama. O presidente
americano disse que os dois países podem acabar com o antagonismo da Guerra
Fria e acrescentou que após 50 anos de políticas que não funcionaram era
"hora para tentarmos algo novo".
"Nós
estamos agora em condições de seguir em caminho para o futuro", reforçou
Obama, acrescentando que a maioria dos americanos e cubanos considera positiva
a normalização das relações diplomáticas entre os países.
Castro,
por sua vez, afirmou que concorda plenamente com líder americano e ressaltou
que mesmo que os dois governos ainda tenham diferenças, há respeito às
"ideias dos outros". O líder cubano lembrou também que é preciso ter
paciência nesse momento. "Estamos dispostos a debater sobre tudo, mas nos
precisamos ser pacientes, muito pacientes", disse.
Divergências
continuam
Ambos
os presidentes, no entanto, reconheceram que continuarão havendo divergências
entre seus governos. Obama citou, por exemplo, a situação dos direitos humanos em Cuba. Em contrapartida,
Castro pediu novamente o fim do embargo americano à ilha.
"Eu
acho que não é segredo e tenho certeza que o presidente Castro concordará que
diferenças significativas continuarão existindo entre os dois países",
afirmou Obama.
A
esperada reunião aconteceu em uma pequena sala no centro de convenções, que
sedia a Cúpula das Américas. Momentos antes do encontro histórico, ambos os
líderes trocaram gentilezas durante seus discursos na sessão plenária
da Cúpula.
Essa
foi a primeira vez que líderes dos dois países se encontraram em mais de 50
anos e simboliza a mudança nas relações políticas entre as duas nações. Cuba e
EUA estão com as relações rompidas desde 1961. A reunião de Obama e Castro é
mais um importante passo para avançar a reaproximação entre Washington e
Havana, iniciada em dezembro de 2014.
CN/rtr/afp/efe
– Deutsche Welle
"Obama
é um homem honesto", diz Castro
Presidentes
dos EUA e de Cuba trocam gentilezas durante seus discursos na 7ª Cúpula das
Américas, no Panamá. Líder americano afirma que reaproximação dos países abre
"nova era" no continente.
Os
presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro,
discursaram neste sábado (11/04) durante a sessão plenária da 7ª Cúpula das
Américas, no Panamá. Os líderes trocaram palavras gentis antes do encontro
histórico entre os dois países.
O
primeiro a falar foi Obama que declarou que as mudanças na política entre
Washington e Havana abrem uma "nova era no Hemisfério". O presidente
reforçou que seu país "não será prisioneiro do passado" e garantiu
ainda que, apesar das diferenças, o diálogo entre Cuba e EUA irá continuar.
"A
guerra fria terminou. Eu não estou interessado em disputas que, francamente,
começaram antes de eu nascer", afirmou Obama, acrescentando que procura
"resolver os problemas" trabalhando e cooperando com toda região.
Ainda,
segundo Obama, a mudança política em relação a Cuba aprofunda o compromisso
americano com toda a região. O presidente declarou também que, desde que chegou
a Casa Branca em 2009, vem mantendo relações de parceria e igualdade com o
continente.
Sem
interesse em intervenções.
Obama
aproveitou ainda seu discurso para responder as críticas do presidente
equatoriano, Rafael Correa, que minutos antes havia dito em plenária que os EUA
continuavam a intervir "ilegalmente" na América Latina e pediu a
"segunda independência da região".
Correa
citou como exemplos para o intervencionismo americano a ordem executiva de
Obama que declarou a Venezuela com uma "ameaça" e o pedido de
funcionários americanos de recursos para "defender a liberdade de
expressão" em Cuba, Venezuela, Equador e Nicarágua.
O
líder americano admitiu que no passado nem sempre as políticas americanas de
direitos humanos foram acertadas, mas hoje seu país não tem interesse em
"intervenção". Obama disse a denúncia em determinadas situações
consideradas injustas ocorre porque é considerada "correta".
"Admiro
sua origem humilde"
Após
a fala de Obama, a palavra foi passada a Raúl Castro. O anúncio do discurso do
líder cubano arrancou aplausos dos presentes. "Já era hora de eu falar
aqui em nome de Cuba", iniciou o presidente do país que participa pela
primeira vez da cúpula.
Castro
ultrapassou bastante os oito minutos estipulados para cada presidente. Durante
pouco mais de 40 minutos, o líder cubano isentou Obama da culpa de ações
políticas em relação a Cuba tomadas pelos seus dez antecessores e parabenizou o
homônimo americano pela iniciativa de reaproximação entre os dois países.
"O
presidente Obama é um homem honesto. Eu admiro sua origem humilde e acho que
sua natureza se deve a essa origem humilde", disse Castro que também pediu
o fim do embargo à ilha e afirmou que consideraria um "passo
positivo" uma decisão rápida sobre a retirada de Cuba da lista americana
de países que apoiam o terrorismo.
CN/dpa/afp/efe
– Deutsche Welle
1 comentário:
Ainda a procissão ainda vai no adro...
a procissão ainda vai no adro
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