terça-feira, 21 de abril de 2015

OS IMPUNES DAS MENTIRAS, PUBLICIDADE ENGANOSA E MARES DAS DESGRAÇAS




Já há promessas do PS. Mais tarde, se vier a ser eleito com os requisitos para ser governo, descobriremos que o que prometem são carradas de mentiras. Dizem o que os portugueses querem ouvir para serem eleitos… E tem resultado. Por esse motivo existe o chamado Arco da Governação, os três partidos que têm partilhado o governo – CDS, PSD e PS. Mais correto será chamar-lhe Arco da Corrupção. Com toda a legitimidade. Mesmo com todas as “mordomias” de impunidade oferecidas pelo judicial alguns dos corruptos, ladrões e sacripantas são de volta e meia caçados. E de que partidos são? Ora, pois. Dos partidos do Arco da Governação. Eles têm-se governado ao longo destas décadas em que os militares e o povo português caiu na esparrela de abrir as portas à democracia (e isso não tem mal) e abrir os cofres para entregar o ouro aos bandidos. 

Ramalho Eanes, o Grupo dos Nove e outros que apostavam tanto na direita ressabiada que se armou em “democrata e “socialista” devem estar a torcer as orelhas e não deitam sangue. Alguns desses patriotas otários até já faleceram e certamente que estão às voltas e reviravoltas nas tumbas. Paz lhes seja proporcionada investigando a fundo e sem contemplações as súcias de vigaristas que se têm governado e desgovernado o país. Que têm mentido sistematicamente para desse modo serem eleitos. Flagrante é o exemplo de Passos Coelho, um mestre da mentira. Outros há e haverá enquanto não for prevista penalização para os que mentem em promessas elitorais. Afinal, aquelas mentiras, são publicidade enganosa. Se existe penalização para a publicidade enganosa das empresas qual a razão de não existir penalização para os políticos que mentem sistematicamente durante as campanhas eleitorais?

Mares das desgraças é o Mediterrâneo e Portugal, entre outros. Abordagem à desgraça no Mar Mediterrânico. Abordagem às embarcações que se afundam e aos milhares de corpos de refugiados que se afogam perante a desumanidade da União Europeia. Dos dirigentes, eleitos e nomeados em “panelinha” ou em lobie, que, com toda a hipocrisia espelhada nos rostos surgem agora com olhos pretensamente mortiços a lamentar as desgraças das centenas e dos milhares de vidas que naquele mar se perdem devido à desumanidade e indiferença dos que na UE têm passado estes últimos anos a tramar as vidas aos povos europeus com grande azáfama, principalmente aos povos do sul da Europa. Certamente que devido a essa azáfama nem tempo têm para serem humanos e olharem para o que acontece nas águas do Mediterrâneo.

Por pressão da realidade trazida ao mundo pelas redações dos média globais surgem aqueles fingidores a lamentarem-se, a reunirem-se para encontrarem soluções que contenham as catástrofes humanitárias naquelas águas, de que também são muito responsáveis. Fogo de palha para povos verem e se maravilharem, esperançados… mas enganados. Quantas vezes é que os dirigentes da UE já abordaram o assunto e fingiram que tomaram medidas? Algumas vezes. Sempre que ocorrem centenas de mortes trazidas a público. O Papa ou alguém mais mediático destapa a realidade dos refugiados de África e do Médio Oriente. Depois acontece sempre o mesmo: eles voltam a tapar a realidade e regressam à azáfama de tramarem os gregos, os italianos, os espanhóis, os portugueses. E até os franceses e mais povos que estejam no rol dos “a punir” da senhora Merkel e da alta-finança global.

Por hoje ficamos por aqui. Ingira o Expresso Curto servido por Henrique Monteiro. A seu modo ele também toca nestes assuntos.

Não esqueçamos que o exercício democrático não se esgota nas eleições, como sabemos. Mas para os salafrários nos poderes é assim a democracia. Que não é democracia mas antes uma mixórdia que permite a mafiosos governarem-se, servindo os que lhes proporcionam vantagens no mundo do capitalismo selvagem que nos afoga ao ponto de pouco faltar para a Grécia, Portugal e outros países ditos de regime democrático se confundirem com o Mediterrâneo. Cadáveres da responsabilidade dos “comandantes” impunes da nau lusa já existem. E mais haverá se se continuar neste rumo no mar das desgraças.

Redação PG

Bom dia, este é o seu Expresso Curto

Henrique Monteiro, redator principal do Expresso

O cenário do Mário, a temosia da Maria e a 'Servidão Voluntária'

É hoje! É hoje! O PS, ou a sua “comissão de sábios” sob a batuta do economista  Mário Centeno, apresenta o cenário macroeconómico para o país. Um cenário que visa simular o impacto, para o melhor e para o pior, das propostas políticas a que o PS já se comprometeu – palavra dada é palavra honrada, disse o secretário-geral, domingo, no Porto – como a devolução dos salários aos funcionários públicos ou a redução do IVA da restauração para 13%. A imprensa de hoje tenta adivinhar aquilo que ontem à noite destacados socialistas diziam desconhecer ainda (Vera Jardim na RR, por exemplo). E assim, o 'Correio da Manhã' diz que o PS "mete a TSU no programa" e o 'DN' diz (em manchete) que os " Socialistas querem dar um subsídio aos trabalhadores mais pobres".

Porém,  o que sabemos é que este cenário de  Mário se oporá  ao deMaria (Luís), visto que o PS deverá propor uma política de crescimento pelo lado da procura (mais dinheiro nos bolsos das famílias) e o PSD quer agir pelo lado da oferta (e insiste em empresas mais competitivas a produzir bens transacionáveis). Claro que tanto num caso como noutro, há o ‘pequeno pormenor’ de não se explicar bem de onde vem o capital (porque para o sucesso de uma ou outra via e para a diminuição do desemprego, não podemos depender de importações nem de mais endividamento público; são necessárias empresas competitivas, logo é preciso haver capital que invista). Mas adiante: a tudo isto, soma-se o cenário desmancha-prazeres de Christine Lagarde e do FMI que escreve um relatório de onde se infere (e as contas de João Silvestre costumam dar sempre certas) que Portugal vai crescer 0,2% até 2020. Assim sendo, a década passada, tendo sido perdida, foi menos severa do que a atual, embora esta tenha tido três anos de recessão contra apenas um (2009) da década anterior. Acresce que Portugal é a  sétima economia mais lenta do mundo. A espiral de que se falava não é recessiva nem de recuperação. É mais de casca de caracol… Mas é o que temos. Apesar disso, Passos diz que vamos recuperar, Portas prevê crescimentos superiores a 2% nos próximos anos e Costa diz que é possível acabar com a austeridade... Pode ser que seja o FMI a estar enganado...

O que se passa com os imigrantes de África é mau demais para ser referido.  Os líderes europeus acham que o problema está na quantidade de recursos a utilizar ou no combate ao tráfico de pessoas (o que é louvável, mas lateral). Deviam ler o que diz Umberto Eco - que isto são migrações. Ponto final. É algo que vai continuar. É algo que é preciso aceitar. Pode ser que, até quinta-feira, data da cimeira que se dedicará a este assunto, os europeus sejam iluminados... Embora,  pessoalmente, não o creia. A este propósito recomendo o artigo de Paulo Rangel hoje no 'Público', ou, para quem puder,  a opinião do 'Wall Street Journal', que afirma que estes migrantes são os novos 'boat people' numa alusão aos dois milhões de vietnamitas que entre 1975 e 1990 abandonaram o país em barcos sem condições e muitos deles acabaram, por decisão de uma conferência internacional, alojados em vários países, incluindo europeus, e ainda nos EUA e Canadá.  Gideon Rachman no 'Financial Times'  sistematiza as hipóteses da Europa num artigo a ler.

OUTRAS NOTÍCIAS 

O nosso ex-ministro da Economia Manuel Pinho, que se retirou do Governo depois de ter feito uns corninhos dirigidos a um deputado do PCP, quer  1,8 milhões de euros do Novo Banco, como podem ler no Expresso Diário. A verba tem a ver com o direito que ex-ministro do Governo PS advoga ter quanto à reforma do BES. Pinho diz que tem uma carta de Ricardo Salgado a garantir esse direito. Pergunto eu, que sou ignorante: Ricardo Salgado e Manuel Pinho não eram do BES mau?

Manuel Alegre não vai às  comemorações oficiais do 25 de Abril no Parlamento. Mário Soares ainda não decidiu. Há coisas que nem se comentam...

Há suspeitas sobre o Montepio e a sua dependência excessiva à Associação Mutualista que o detém, além de, segundo a SIC,  terem sido detetadas irregularidades na auditoria pedida pelo BdP.

Também a ERSE (Entidade Reguladora do Setor Energético) suspeita que a  EDP e a Galp cometeram irregularidades que resultaram na não atribuição da tarifa social a quem dela tinha direito.

A Europa decidiu processar o potentado russo Gazprom por abuso de posição dominante. Bruxelas, sentenciou ainda que,num negócio mais pequenino, a Altice tenha de vender a ONI e a Cabovisão para poder  comprar a PT, o que já terá começado a fazer.

Afinal o rei Zulu Goodwill Zwelithini, estava cheio de boa vontade e nunca apelou a ataques contra os imigrantes que transformaram nos últimos dias a África do Sul num inferno, provocando sete mortos por violência étnica.  O que aconteceu é que foi mal citado... Os jornalistas nem com os zulus acertam e o rei já pediu uma investigação aos media.

O ' mobilegeddon' (uma mistura de mobile e armagedão, a batalha final contra o mal prevista no Apocalipse, em inglês armageddon) chega hoje. Isso significa que o célebre motor de busca Google deixa de privilegiar qualquer página que não se adapte a vários formatos de Internet, sobretudo ao mobile.  Eis uma explicação e simulação do 'DN'.

O mais importante prémio Pulitzer de jornalismo deste ano foi ganho por um pequeno jornal de Charleston, Carolina do Sul, por uma série de reportagens sobre violência doméstica. O 'New York Times', que ganhou o prémio para reportagem internacional, traz a lista.


Por último, e como numa metáfora da nossa era, os cientistas descobriram  a maior estrutura do universo: é um imenso buraco com 1,8 mil milhões de anos-luz de diâmetro. Está tudo no Guardian.

O QUE DIZEM OS NÚMEROS

Mais de 5200 mortos no Mediterrâneo nos últimos 15 meses. Eu repito: Mais de 5200 mortos no Mediterrâneo nos últimos 15 meses. Uma vez mais, para não se esquecerem: Mais de 5200 mortos no Mediterrâneo nos últimos 15 meses. E, por último, dedicado à Cimeira Europeia extraordinária a realizar depois de amanhã, quinta-feira, um número para eles refletirem: Mais de 5200 mortos no Mediterrâneo nos últimos 15 meses.

FRASES

“O chamado "Acordo Ortográfico" ("AO") nem é acordo, porque não ratificado por todas as partes assinantes, nem ortográfico, pois o seu texto prevê a existência de facultatividades. Só por via de uma imposição autoritária tem sido tentada a sua adopção ” Texto aprovado por um conjunto de cidadãos contra o AO e reproduzido no ‘Público’ (se não fosse o p de adoção nem havia diferença) que exigem um referendo (Pode haver referendos para a gramática? Para a Matemática? É todo um mundo que se abre).

“Já sabiam há quatro anos que ia ser assim. Se não se prepararam foi por má-fé dos professores ou preguiça dos alunos. Recuar seria desastroso, acabando com o que resta de coesão no espaço de língua portuguesa. Afinal, o que foi mais grave para a lusofonia: o acordo ou a entrada da Guiné Equatorial na CPLP?” Carlos Reis, catedrático do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas da Universidade de Coimbra, especialista em Eça de Queirós e defensor do AO, em entrevista ao Expresso semanal (ver fim do texto). A pergunta é pertinente e demonstra o nível de paixão e indignação que a ortografia gera, versus a que motiva uma ditadura brutal num país onde nem português se fala. Assim vivemos…

“Estou convencido de que a Grécia não sairá da eurozona. O tratado não prevê que um país possa ser formalmente e legalmente expulso do Euro”, Vítor Constâncio, num comentário feito a parlamentares europeus, citado pelo ‘Wall Street Journal’. Veremos se acerta, porque segundo nos informa a dupla da ‘Sala de Pânico’ (Jorge Nascimento Rodrigues e João Silvestre) também Mohamed El-Erian escreveu na ‘Bloomberg’ que há 55% de hipóteses da Grécia evitar o default.

“ Sete anos depois do pior crash desde 1929, o facto alarmante é que os reguladores financeiros ainda não sabem quase nada sobre o verdadeiro risco a que estão expostos os grandes bancos”, Robert Lenzner, no  ‘Financial Times’. Lenzer, que além de ter sido editor da ‘Forbes’ e um dos mais reputados jornalistas financeiros dos EUA, foi Shorenstein Fellow, em Harvard (na Kennedy School de políticas públicas), dá-nos esta perspetiva tranquilizadora do que pode vir por aí…

" Não. Jamais  aconselharia um jogador a infliltrar-se para jogar pondo em risco o seu corpo. Jamais. E não tenho mais nada a dizer sobre isso", Juan Lopetegui, treinador do FC Porto, respondendo aPep Guardiola, treinador do Bayern de Munique,  antes do decisivo jogo desta noite que vai apurar uma das equipas para as meias-finais da Liga dos Campeões. Guardiola acusara o seu compatriota a ter obrigado a estrela do Porto, Jackson Martinez, a jogar com infiltrações a fim de aguentar o esforço.

O QUE EU ANDO A LER

Por ter como compromisso, sábado passado, fazer uma pequena intervenção num encontro da Associação Portuguesa de Psicanálise e Psicoterapia Psicanalítica, onde aliás fiquei numa simpática mesa moderada por Luís Delgado (não o jornalista, mas o professor do ISPA), com Joana Amaral Dias e o professorCoimbra de Matos, andei à procura de uma frase de Michel de Montaigne que diz que os incultos disfarçam a sua incultura através de palavras caras. De Montaigne, cheguei ao seu melhor amigo: o filósofo, poeta e humanista Étienne de La Boétie, que morreu com apenas 32 anos, em 1563, deixando o seu espólio a Montaigne. Aos 18 anos, em 1548, quando estudava na Universidade de Orléans, escreveu um pequeníssimo mas famoso opúsculo: ' O Discurso da Servidão Voluntária', um célebre libelo contra a legitimidade de quem governa. Escreveu-o no seguimento de um motim contra um novo imposto sobre o sal, que foi esmagado. Para La Boétie, o poder explica-se pelo facto de a maioria das pessoas se deixarem dominar, serem voluntariamente servas, pois de contrário, rebelavam-se e tinham força para derrubar tiranos. Há quem o considere um precursor do pensamento anarquista, mas tal parece-me errado. Cada qual que aquilate porque ( oh, surpresa, isto não é só falar de livros antigos) deixo aqui o link para o poderem ler em português do Brasil (que me perdoem os adversários do Acordo Ortográfico, mas é o que há na Internet).

E, por hoje é tudo, que a minha servidão não é voluntária... Logo às seis da tarde teremos, como sempre nos dias úteis, o Expresso Diário, onde já se explica o cenário PS e, amanhã, o Expresso Curto é servido pela redatora principal Luísa Meireles, uma estreia absoluta que, sendo de quem é, vai correr auspiciosamente.

Bom dia!

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