Paulo Vieira da
Silva, ex-dirigente do PSD, enviou às autoridades uma denuncia contra o
vice-presidente do partido e aquilo que considera a "rede",
"homens de mão" e tráfico de influências do porta-voz social
-democrata. Leia a acusação na íntegra.
Miguel Carvalho - Visão
Não é um dirigente
conhecido do grande público, mas as denúncias, com nomes e outros dados,
constituem uma acusação grave. Antigo secretário-geral do PSD/Porto e
ex-dirigente da mesma estrutura, Paulo Vieira da Silva escreveu um extenso
texto na sua página pessoal do Facebook, onde acusa Marco António Costa de ter
montado uma "rede" de influências desde os tempos de vereador na
Câmara de Valongo, sem olhar a meios para atingir os fins. O texto que serve de
base a esta denuncia - que pode ler abaixo, na íntegra - foi já enviado por
aquele militante à Polícia Judiciária, Procuradoria-Geral da República e
Ministério Público. "Obviamente, tenho documentação que sustenta o que
digo. Se no prazo de 15 dias não for chamado a esclarecer o que escrevi, eu
próprio tomarei a decisão de questionar as autoridades", esclareceu Paulo
Vieira da Silva à VISÃO.
Atualmente
empresário, este ex-dirigente social-democrata acusa, entre outras coisas, o
vice-presidente e porta-voz do partido do Governo de ter promovido a
"colonização" da Câmara de Gaia no tempo de Luís Filipe Menezes
"com " amigos e boys "", com o objetivo de ""
alimentar " alguns e para " pagar favores " a outros".
Segundo refere, o secretário de Estado da Segurança Social, Agostinho
Branquinho, os deputados Miguel Santos e Adriano Rafael Santos, e o presidente
da distrital do PSD/Porto Virgílio Macedo, serão alguns dos "homens de
mão" de Marco António. "No plano político", escreve aquele
antigo dirigente, o vice-presidente do PSD "faz a gestão da escolha dos
nomes das listas de deputados e dos candidatos às mais diversas autarquias, e
com a sua influencia politica, vai conseguindo nomear dirigentes concelhios,
familiares destes, e seus amigos, para gabinetes ministeriais, para diversos
lugares na administração pública, que vão desde as administrações hospitalares,
passando por lugares nas diversas delegações regionais e intermunicipais, pela
administração da APDL, pela Lipor, por cargos intermédios de gestão na
Administração Pública, entre muitos outros,
reservando sempre para os "SHM [Seus Homens de Mão]" "os lugares
mais apetecíveis". No caso da distrital do PSD, o objetivo é
"arregimentar avenças nas áreas financeiras, contabilísticas e jurídicas
para os seus homens de mão". Paulo Vieira da Silva dá como exemplo o caso
de Virgílio Macedo, cuja empresa possuiu ou possui "diversas avenças
milionárias como Revisor Oficial de Contas em diversas autarquias e empresas
municipais no Distrito e no País".
Pugnando pela
"moralização da vida política e pública" e "pela separação da
política e dos negócios", aquele antigo conselheiro distrital e nacional
do PSD fala ainda, no seu texto, das ligações suspeitas de Marco António Costa
ao advogado Bolota Belchior, que terá servido os "interesses pessoais"
do ex-vice-presidente da Câmara de Gaia e do PSD.
O autor do texto
disponibilizou-se para "prestar todos os esclarecimentos" que as
autoridades "entendam úteis ou necessários". Contactado pela VISÃO, o
gabinete de imprensa do PSD esclareceu que Marco António Costa decidiu avançar
com uma participação criminal contra Paulo Vieira da Silva.
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