Bocas
do Inferno
Mário Motta, Lisboa
Quando
as entidades patronais não pagam dias de trabalho aos empregados o que são? Quando não pagam as
horas a mais que os trabalhadores fazem e lhes dão lucros, o que são? Ladrões.
Tão ladrões como quem rouba um relógio ou muitos relógios numa relojoaria, por
exemplo.
Quando
vimos nos centros comerciais a selva que por ali foi instalada para a
exploração dos trabalhadores e as horas que têm de cumprir muitas vezes sem
possibilidade de utilizarem as casas de banho para fazerem necessidades fisiológicas
que mais tarde têm repercusões na sua saúde, o que chamar a esses patrões? Negreiros,
esclavagistas.
Aproveitando
a “competividade” tão propalada pelos governantes e abandalhamento da legislação
de trabalho imposta pelo governo de Cavaco-Passos-Portas os abusos são enormes.
Os trabalhadores estão cada vez mais a ser vistos como verdadeiros escravos que
têm de se sujeitar às vontades empresariais e trabalhar que nem mouros se tugir
nem mujir. Para esses empresários são vistos e tratados copmo objetos descartáveis
que de uma hora para a outra caem no desemprego por dispensa no serviço. Sem
direito a nada e por somente terem manifestado uma discordância ou estarem
doentes, ou não poderem ficar a trabalhar mais umas horas para além do horário
normal (que já é anormal). Emergências ou responsabilidades familiares não
contam para muitas entidades patronais, mesmo que só esporadicamente, muito esporadicamente.
O que são estes patrões senão escória desumana que anda à solta e a cometer impunemente
as maiores barbaridades.
E
a fiscalização do trabalho onde está? Quem a vê, por exemplo, nas empresas a
fazer o que devem? Que instruções têm da tutela para não atuarem? Quem são os
esclavagistas que no governo assume as responsabilidades inerentes ao
descalabro da atual situação?
Jovens. São
trabalhadores que nem sabem sobre os seus direitos. Que até votaram pela
primeira vez na sua vida nas anteriores eleições legislativas. Que votaram em Passos Coelho (PSD)
por via das milhentas mentiras do negreiro que hoje ainda é
primeiro-ministro. E ali os vimos nos call center a trabalharem muitas vezes de
borla porque ao fim de duas ou três semanas os mandam embora e ficam com os
resultados positivos dos seus desempenhos. Não lhes dão um cêntimo porque dizem
que nada conseguiram afinal.
E
é assim que de um modo ou de outro acontece aqui e ali, nesta a naquela
empresa. Roubam os jovens trabalhadores que andam de porta em porta a angariar
clientes para as empresas distribuidoras de TV e Internet, para a “eletricidade
mais barata da concorrência” que acaba por sair ao mesmo preço ou ter uma
diferença que é ínfima – para além das confusões que algumas vezes são geradas e que acabam por sair muito caras a quem está em sua casa e é ludibriado ao mudar de
fornecimento para alternativas à EDP. EDP que rouba que se farta, que mama e
abusa como ninguém e que depois oferece ordenados e prémios de milhões aos seus
principais quadros. Um nome, um exemplo: Melancia.
Esta
é a selva laboral que foi extraordinariamente alargada com este governo de raízes
fascistas (o termo não é exagerado para aqueles que das suas medidas são vítimas).
A selva laboral de um presidente da República que vai para a história como o
presidente de meia-dúzia de uma elite que esbulha os portugueses e os tem
empurrado para a exploração esclavagista e para a miséria.
Tanto
que sobre isto havia a expor acerca dos atropelos que são vastos nas várias
atividades económicas e laborais. O esclavagismo anda à solta. Patrões sem escrúpulos,
desumanos, ladrões, andam à solta. Presidente da República e ministros andam à
solta e a prejudicar sobremaneira os reais interesses das populações, dos
trabalhadores, do país. Portugal está transformado num país liderado por ladrões morais,
materiais, patrimoniais e intelectuais.
Um
exemplo do esclavagismo, da desumanidade. vem mais em baixo. Já
a seguir o exemplo de coragem de uma funcionária que deixa o recado adequado
aos seus patrões… Aos negreiros que a usaram na qualidade de patrões
que são escória. Semelhante escória que anda à solta na presidência da República, no
governo, na maioria sentada na AR e no empresariado.
Pergunte-se: Quanto está a passar de mais e maiores dificuldades a empregada que teve a
coragem de demitir-se deixando a carta exemplar que pode ler a seguir?
Provavelmente no desemprego, sem direito a subsidio de desemprego, sem direito
a nada nesta sociedade dita desenvolvida e democrática. Desenvolvida no
esclavagismo e democrática só para aqueles que fazem parte do esbulho aos
portugueses. Do roubo descarado aos empregados e desempregados portugueses. Responsabilidade que vai direitinha para os que económica e politicamente conduziram o país a esta situação de atropelo constante à Constituição, aos Direitos do Trabalho, aos Direitos Humanos. Esses, os principais, chamam-se Cavaco Silva, Passos Coelho, Paulo Portas e mais uns quantos nas suas ilhargas. (MM / PG)
Emprego. Jovem
demite-se e deixa carta a dar 'raspanete' aos patrões
A
jovem estava a passar por um momento difícil na sua vida. A empresa em nada
compreendia a sua posição e foi por isso que ela resolveu dar uma lição aos
seus patrões.
“Peço
desculpa que a minha madrasta tenha morrido por causa de um cancro. Peço
desculpa por não ser um robot e ficar emocionalmente afetada pela morte dela e
ter faltado ao trabalho", começa por escrever esta jovem.
O
site Metro dá conta de que a jovem aborrecida pela falta de compreensão dos
patrões, decidiu despedir-se, mas antes de fazê-lo, queria deixar uma lição
importante: a falta de humanidade que existe nas empresas.
"Peço
desculpa por ter ficado doente e não ter conseguido trabalhar e por não ter
contagiado ninguém. Trabalho 47,5 horas por semana, sem receber horas extras,
que legalmente deveria receber. E que por isso tenha pouco tempo para marcar as
minhas consultas médicas", lê-se na carta.
Ainda
em tom irónico, deixou o conselho. "Claramente, sou uma empregada horrível
e por isso, peço desculpa. Sei que odeiam que lhes digam como devem fazer o
vosso trabalho, mas sugiro que comecem à procura de um substituto para mim. O
mais rápido possível”.
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