segunda-feira, 11 de maio de 2015

A TAP ESTÁ NO AR A REVOLUCIONAR OS ARES E O RESTO É CONVERSA




Já todos os aviões estão no ar. Já. Acabou a greve dos pilotos da TAP, por isso, os ares estão a ser revolucionados, também pelos aviões da TAP. Desta greve os pilotos ficaram mal na fotografia. Foi o que o governo quis e a comunicação social obedeceu. Verdade que a estratégia dos pilotos ao esconder-se no sindicato sem dar a cara fez com que a campanha contra eles fosse mais intensa. Verdade seja dita que se estão neste finca pé por razões salariais ou de outra índole que vá dar ao mesmo (dinheirinho) as razões para serem sacrificados justificam-se. Mas se estão nesta luta por considerarem ser o melhor para evitarem a privatização… Abençoados. Só mais tarde poderemos perceber e saber as razões desta greve. O que diz o governo dá para entrar a cem nos ouvidos e sair a duzentos. De pantomineiros e vendilhões do país é o que resta fazer. Credibilidade não têm. A começar por Passos e por Portas. A TAP está no ar. O resto é conversa.

Vá lá ao seu Expresso Curto e sorva tudo até à última gota. Bom proveito e bom dia.

Redação PG

Bom dia, este é o seu Expresso Curto

Pedro Candeias – Coordenador do Expresso

Raúl Castro: Eu, comunista, me confesso

E, agora, para algo completamente rebuscado.

Imaginemos que Cristo descia à terra por nós, para nos pôr no ar. A voar. E a acreditar que as coisas impossíveis se tornam possíveis no mesmo dia, quase à mesma hora. E imaginemos que Deus fazia tudo isto através do Seu interlocutor preferido, de nome Francisco, que nos faz crer em milagres - e em comunistas que vão à missa.

E não falamos de uns comunistas quaisquer, mas daqueles da velha guarda, como Raúl Castro, irmão de Fidel, que voou para Itália e conversou com Francisco no Vaticano e de lá saiu um homem novo. Ele acredita n'Ele e eu contado não acreditava nisto. "Eu sou do Partido Comunista cubano, onde não eram permitidos crentes; mas, a partir de agora, admitimo-los. É um passo importante.Vou voltar a rezar e a ir à igreja. E não estou a brincar." Raúl Castro ainda agradeceu ao Papa o papel de mediador no fim ao embargo EUA-Cuba e prometeu ir a todas as missas quando este visitar Cuba em setembro. 

De Roma voamos para Moscovo: duas pessoas que já estiveram frente a frente com Francisco e que não se podem ver à frente, puseram-se lado a lado para uma  cerimónia histórica. Vladimir Putin convidou Angela Merkel a assistir, por inteiro, ao fim de semana do 70.º aniversário da derrota da Alemanha Nazi - e a  Frau recusou. É que dois dias na Rússia eram um dia a mais, e Merkel escolheu ir só no domingo: faltou à  musculada parada militar de sábado mas, ontem, depositou flores no Túmulo do Soldado Desconhecido, fotografou-se com crianças e comportou-se como uma boa convidada. Até ter de  falar. Aí, lembrou a Putin dos rebeldes que ele financia na Ucrânia e a anexação da Crimeia. Merkel estragou-lhe a festa;  Putin ficou pior do que estragado.

E de Moscovo aterramos em Lisboa, de onde se pode levantar voo à hora marcada (e sem desmarcar a vida), agora que a greve acabou. Até quando? Ninguém sabe, porque o que esta guerra nos mostra é que nada é certo. Nem a matemática:  a TAP diz ter assegurado 70% dos voos; o SPAC garante que 50% ficaram em terra.

Os números são como os milagres: cada um vê o que quer ver.

OUTRAS NOTÍCIAS  
[Da série, desporto] 
 
Pior do que um cego é aquele que não quer ver e Julen Lopeteguirepetirá variações sobre este tema até à rouquidão. Ou até à náusea. Depois de Jackson marcar o golinho da ordem que manteve o FC Porto a três pontos do Benfica, o espanhol disse  não gostar de Jesus (o Jorge) e que alguém  carrega o Benfica. Ao colo.

Não foi nos braços mas em ombros que Steven Gerrard saiu ontem de Stamford Bridge após o Chelsea-Liverpool (1-1). O público londrino aplaudiu de pé o capitão-de-um-clube-só , que está de partida para os EUA no final da época. No meio de tanta emoção e homenagem, Gerrard confessou que podia ter  assinado em três ocasiões pelo Chelsea de Mourinho e que só não o fez porque é do Liverpool desde pequenino. Esta fotografia  mostra que não é bem assim como ele diz. 

Mal na foto ficou Rafael Nadal, derrotado (3-6 e 2-6) por Andy Murray na  final do Torneio de Madrid. Se os tenistas espanhóis são os craques mundiais da terra batida, então Nadal é o rei de todos eles - mas perdeu, com um britânico da Escócia, cuja tradição no pó-de-tijolo começa (e acabará) com ele.

FRASES

"Depardieu quis matar-me. Mas eu ainda aqui estou." Juliette 'vai-tentando-Gerard' Binoche, numa entrevista ao  Guardian, a propósito do rival francês que um dia disse à imprensa: "Não sei o que vêem nela. Ela não tem nada. absolutamente nada." Diva.

" O Presidente não se pode autolimitar." Marcelo 'façam-como-eu' Rebelo de Sousa, sobre a  notícia do Expresso no comentário de domingo na TVI.

"O PSD devia ter feito uma colossal redução da despesa", Eduardo Catroga, de ábaco na mão, em entrevista ao  Público

"Então o melhor que Mourinho devia fazer pela sua amada Inglaterra não era deixar o futebol e dedicar-se à política?" John 'eu-gosto-é-do-Guardiola' Carlin, num texto no  El País

O QUE ANDO A LER

Vivian tinha um andar militar, maquinal e pesado. E uma pronúncia estranha e indecifrável e as roupas que usava não eram menos estranhas e indecifráveis. Trabalhava como ama mas não era uma ama qualquer; depois, descobriu-se que não era sequer ama mas sim fotógrafa. Amadora. Que via o quotidiano com a máquina pendurada ao pescoço e a lente ao nível da barriga - e as  fotos que ela nos deixou e que foram descobertas por acaso, num leilão de quinquilharia, são um murro no estômago.

A incrível história de Vivian Maier deu vida a um documentário em que o autor é o recolector de memórias e depoimentos de quem com ela conviveu. Vivian é tudo: boa, má, assim-assim, carinhosa, agressiva, silenciosa, estridente, misteriosa - e, sobretudo, talentosa. 
E acabam aqui os adjectivos porque açúcar a mais num expresso que se quer curto não é coisa recomendável. Amanhã, mais ou menos por esta hora, receberá um e-mail de um outro  Pedro.

Até já.

P.S. Para o fim, deixo-vos as esperanças (sempre renovadas e sempre refutadas) dos gregos em mostrarem ao Eurogrupo que deram um passo em frente nas reformas que lhes pedem. É hoje que uns e outros se encontram.

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