SOS
Habita, que tem ajudado os desalojados, denuncia perseguição da segurança do
Estado angolano.
Manuel
José – Voz da América
Três
anos após terem sido expulsos da Areia Branca, nos arredores de Luanda, e
demolidas as suas casas, os antigos moradores continuam a viver numa zona
precária, entre duas valas de drenagem e um depósito de lixo. Todos os dias
morrem pessoas e as crianças são as principais vítimas de mordeduras de
ratazanas que abundam o local.
Cerca
de 700 famílias fixaram residência numa lixeira entre duas valas de drenagem,
na Samba, desde 2012, altura em que o Governo demoliu as suas casas no bairro
da Areia Branca. A zona conhecida como Povoado não possui nenhumas condições de
habitabilidade.
“Vivemos
entre duas valas de drenagem, um local que é um depósito de lixo, então temos
tido variadíssimas doenças que resultam sempre em óbitos", conta José
Chivia, coordenador dos moradores do bairro do Povoado, que assegura serem as
crianças as principais vítimas, devido sobretudo a mordeduras de ratazanas.
Segundo
Chivia, “a situação é degradante”, já que a maioria dos moradores não
trabalha, porque muitos ficaram sem emprego durante as demolições”.
A
organização não governamental SOS Habitat, que tem procurado ajudar os
moradores de Povoado, queixa-se de sofrerem perseguições por parte de
elementos da segurança do estado.
"Eles
nos perseguem talvez pelo impacto do nosso trabalho, somos vítimas de
perseguição constante no carro, na nossa sede, em casa e nós tememos pelas
nossas vidas em função do histórico recente do país", denuncia Rafael
Morais, coordenador da SOS Habitat, que já apresentou queixa das perseguições à
polícia.
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