domingo, 10 de maio de 2015

Europa planeia ataques militares e quotas obrigatórias para acolher refugiados




Bruxelas pede amanhã autorização à ONU para ataques no mar da Líbia. Comissão quer ainda repartir de forma mais justa acolhimento dos refugiados que chegam pelo Mediterrâneo. Portugal pode ser obrigado a receber mais imigrantes.

A União Europeia preparou um plano para fazer ataques militares nas águas territoriais da Líbia. O objetivo é travar o fluxo de migrantes pelo Mar Mediterrâneo. O pedido de autorização será apresentado amanhã nas Nações Unidas.

A notícia está a ser avançada esta manhã pelo jornal inglês The Guardian que acrescenta que a ideia é travar, na origem, os migrantes vindos através de um país em guerra civil e com zonas dominadas por grupos jihadistas e pelo Estado Islâmico, o que tem favorecido as redes de tráfico. A missão militar será liderada pela Itália e com a participação de perto de dez outros países europeus como o Reino Unido, Espanha ou França.

Em paralelo, o jornal espanhol El País conta esta manhã que a Comissão Europeia quer estabelecer quotas para repartir de forma mais "justa", "equilibrada" e obrigatória os imigrantes que pedem asilo, quando chegam de forma massiva à Europa. A proposta será votada quarta-feira no colégio de comissários e pode levantar polémica pois até hoje a decisão de acolher imigrantes dependia, apenas, de cada governo.

Se forem aprovadas, estas quotas para receber refugiados irão depender do PIB, ou seja da economia de cada país, mas também da população e do desemprego. Ao mesmo tempo vai ter-se em conta os pedidos de asilo dos anos anteriores.

Na prática, o El País explica que esta medida da UE irá aliviar a Alemanha e a Suécia, que normalmente recebem grande parte destes imigrantes. Do outro lado, mais acabarão por ir para a Roménia, Espanha e Portugal, três dos países que menos refugiados acolhem.

Nuno Guedes – TSF - foto Reuters/Darrin Lup

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