quinta-feira, 14 de maio de 2015

Moçambique. REGISTADOS MAIS DE 23 MIL CASOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM 2014




Maputo, 13 Mai (AIM) Moçambique registou e atendeu, no ano transacto, um total 23.659 casos reportados de violência doméstica, que representa um aumento em pouco mais de 500 casos quando comparado ao do ano anterior cujos cálculos apontam para 23.151 casos.

Entre os episódios de violência registados no ano findo, 13.600 são de natureza criminal, 7.695 de fórum civil e 2.363 de outra ordem. Dos casos ocorridos, 11.669 foram contra mulheres, 4.118 contra homens e 7.887 contra crianças.

Em termos de ocorrência por província, destacam-se as províncias de Nampula (no norte) com 3.846 casos, Sofala (centro) com 3.197 e cidade de Maputo (sul) com 2.780.

A Ministra do Género, Criança e Acção Social, Cidália Chaúque, que falava hoje em Maputo na sessão de abertura da reunião nacional de Reflexão sobre os Avanços e Desafios na Prevenção e Mitigação da Violência Baseada no Género, disse que os dados mostram o quão preocupante é o fenómeno no país.

Somos, portanto, todos chamados a contribuir com a nossa área de especialidade na sua prevenção e combate de modo a que as vítimas, em especial, as crianças, as pessoas idosas, as mulheres, as pessoas com deficiência não sofram deste mal, sublinhou Chaúque.

O país, segundo a fonte, tem vindo a registar progressos na prevenção e mitigação da violência baseada no género, através da implementação da legislação e programas específicos, na provisão de serviços de acolhimento das vítimas e demais acções que concorrem à eliminação deste mal.

Existe no país um quadro de políticas e outras medidas estratégicas visando criar um ambiente propício para a prossecução de diversos compromissos assumidos a nível nacional, regional e internacional na prevenção e combate ao mal.

Aliás, foi a luz desse compromisso e visando construir sistemas integrados de resposta que o governo aprovou, em 2012, o Mecanismo Multissectorial de Atendimento Integrado à Mulher Vítima de Violência.

O instrumento define as intervenções a serem levadas a cabo por diferentes actores e permite que os sectores intervenientes no processo trabalhem de forma integrada e coordenada para fazer face a violência de género nas suas várias dimensões no país.

Neste momento, segundo a ministra, existem no país 12 centros de atendimento integrado em todo o país, com os quais destaca-se o ganho de encontrarem-se especialidades técnicas que convergem em um objectivo comum, isto é atendimento psicossocial, médico, legal de protecção.

Apesar dos esforços dos vários actores da sociedade em prevenir e combater o mal, Chaúque disse haver muito ainda por fazer sobretudo na mudança de atitudes e de comportamentos, na consolidação dos esforços colectivos e no reforço das abordagens que visem prevenir e combater todas as formas de violência.

Desta feita, o maior desafio, segundo a ministra, é prestar todo o apoio de forma integrada às vítimas de modo a responder as suas necessidades, com vista a construir uma sociedade livre da violência baseada no género e a usufruir plenamente dos direitos humanos.


(AIM) LE/sg

Sem comentários:

Mais lidas da semana