Para
organizações não governamentais ambientais nacionais da província do norte de
Moçambique, Cabo Delgado, falta de reflorestamento e de consciência ambiental
entre cidadãos põem em causa futuro das florestas do país.
Organizações
não governamentais (ONGs) ambientais nacionais entendem que a delapidação dos
recursos florestais registrada desde a década de 90, aliada ao fraco sistema de
fiscalização, não só sugere um futuro incerto para floresta de Cabo Delgado,
mas de Moçambique em geral.
Por
exemplo, os chineses fomentam o corte massivo das florestas ao se envolverem em
esquemas de abate ilegal de árvores, em Cabo Delgado , explica Tomás Langa, da Associação
do Meio Ambiente (AMA).
Langa
considera que o futuro das florestas está comprometido pelo fato das
comunidades não se dedicarem à fiscalização das mesmas.
"Para
a defesa das florestas, temos que ser rígidos até chegarmos ao ponto em que a
rigidez pese em todos, por parte do governo, por parte das pessoas influentes,
do setor privado, das comunidades. Aí nós teremos alguma coisa segura,"
afirma.
Comunidade
sem ação
Segundo
Tomás Langa, falta nos moçambicanos atutides na defesa dos recursos florestais
do país.
"Não
há cometimento em proteger as florestas. Nota-se um desânimo por parte das
comunidades em alguns casos," avalia.
Também
preocupado com o futuro das florestas está Assane Simão, do Fórum Terra, que
explicou à DW-África que este constitui um grande desafio às áreas florestais
ameaçadas de Moçambique.
Simão
apela aos moçambicanos para que apostem mais na conservação como forma de
corrigir os erros cometidos no passado.
"É
Preciso que todos nós, da sociedade civil, do governo, das próprias
comunidades, ponhamos a mão na consciência no âmbito da conservação. Este
pacote deve ser disseminado continuamente para aqui há 30 anos voltarmos a ter
florestas," considera.
De
acordo com Assane Simão, os moçambicanos falharam por não aprimorarem na
reposição das árvores abatidas nas florestas.
"Depois
das diversas falhas cometidas, desde a década de 90, que começa com o corte
desenfreado da madeira em
Cabo Delgado , até o momento, não existe reposição. A falta de
reposição, digo, o reflorestamento em todo lado. Há florestas que já estão
vazias neste momento," revela.
Para
as ONGs ambientalistas, o descontentamento instalado nas comunidades e o fraco
nível de acompanhamento das ações de preservação das florestas, constituem
riscos na manutenção dos recursos florestais para as gerações atuais e
vindouras.
Eleutério
Silvestre – Deutsche Welle
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