sexta-feira, 8 de maio de 2015

RECURSOS FLORESTAIS AMEAÇADOS EM MOÇAMBIQUE




Para organizações não governamentais ambientais nacionais da província do norte de Moçambique, Cabo Delgado, falta de reflorestamento e de consciência ambiental entre cidadãos põem em causa futuro das florestas do país.

Organizações não governamentais (ONGs) ambientais nacionais entendem que a delapidação dos recursos florestais registrada desde a década de 90, aliada ao fraco sistema de fiscalização, não só sugere um futuro incerto para floresta de Cabo Delgado, mas de Moçambique em geral.

Por exemplo, os chineses fomentam o corte massivo das florestas ao se envolverem em esquemas de abate ilegal de árvores, em Cabo Delgado, explica Tomás Langa, da Associação do Meio Ambiente (AMA).

Langa considera que o futuro das florestas está comprometido pelo fato das comunidades não se dedicarem à fiscalização das mesmas.

"Para a defesa das florestas, temos que ser rígidos até chegarmos ao ponto em que a rigidez pese em todos, por parte do governo, por parte das pessoas influentes, do setor privado, das comunidades. Aí nós teremos alguma coisa segura," afirma.

Comunidade sem ação

Segundo Tomás Langa, falta nos moçambicanos atutides na defesa dos recursos florestais do país.

"Não há cometimento em proteger as florestas. Nota-se um desânimo por parte das comunidades em alguns casos," avalia.

Também preocupado com o futuro das florestas está Assane Simão, do Fórum Terra, que explicou à DW-África que este constitui um grande desafio às áreas florestais ameaçadas de Moçambique.

Simão apela aos moçambicanos para que apostem mais na conservação como forma de corrigir os erros cometidos no passado.

"É Preciso que todos nós, da sociedade civil, do governo, das próprias comunidades, ponhamos a mão na consciência no âmbito da conservação. Este pacote deve ser disseminado continuamente para aqui há 30 anos voltarmos a ter florestas," considera.

De acordo com Assane Simão, os moçambicanos falharam por não aprimorarem na reposição das árvores abatidas nas florestas.

"Depois das diversas falhas cometidas, desde a década de 90, que começa com o corte desenfreado da madeira em Cabo Delgado, até o momento, não existe reposição. A falta de reposição, digo, o reflorestamento em todo lado. Há florestas que já estão vazias neste momento," revela.

Para as ONGs ambientalistas, o descontentamento instalado nas comunidades e o fraco nível de acompanhamento das ações de preservação das florestas, constituem riscos na manutenção dos recursos florestais para as gerações atuais e vindouras.

Eleutério Silvestre – Deutsche Welle

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