Gustavo
Mavie
'Em 1926, o Primeiro-Ministro da então colónia britânica da Rodeia do Sul, hoje Zimbabwe, Godfrey Huggins, promoveu a ideia de que iria fazer uma parceria entre pretos e brancos. Quando solicitado a ser mais especifico sobre o que queria dizer por parceria, respondeu muito calmamente: estou falando sobre uma parceria entre um cavalo e o seu cavaleiro' Robert Mugabe, citado pela Revista Africa Business, edição Numero 310, de 2005
Maputo, 27 Jun (AIM) - A afluência massiva dos moçambicanos aos locais por onde passou a Chama da Unidade, que nos últimos três meses percorreu, nas suas mãos, o seu imenso e belo território, é mais uma prova da sua determinação para nunca voltarem a ser bestas de carga como aconteceu há apenas quatro décadas.
Esta massiva afluência também ocorreu na quinta-feira no Estádio da Machava, local onde há precisamente 40 anos, Samora Machel, primeiro Presidente da República, proclamou a independência de Moçambique.
Como bem o diz o conceituado académico britânico Alex Vines, num artigo que distribuiu na quinta-feira via internet, a manutenção desta independência ao longo destes 40 anos não foi nada fácil e não tão menos trágico, tal como não foi nada fácil e menos trágico conquistá-la.
Ele recorda que os moçambicanos tiveram que lutar de armas em punho durante 10 longos anos para a conquista da sua independência, e 16 anos contra os que queriam abortá-la ou inviabilizá-la.
Na verdade, os moçambicanos não só passaram pela tragédia da brutalidade colonial, como viveram na carne os horrores e a tragédia de duas guerras durante quase 30 anos.
Ele diz que praticamente, os moçambicanos viveram durante 30 longos e dramáticos anos de guerra, contados a partir de 1964, quando iniciaram com parcos e limitados meios bélicos a sua luta armada contra o colonialismo português, e depois contra os regimes racistas que imperavam na Africa do Sul e na então Rodésia só Sul, hoje Zimbabwe.
Este académico, que também é co-autor, a par com mais três académicos, de um profundo estudo que reconhece que a guerra movida pela Africa do Sul e Rodésia do Sul contra Moçambique entre 1977 a 1992, através da Renamo, foi das mais mortíferas e mais destruidora em Africa mas, mesmo assim, os moçambicanos reergueram-se e hoje o seu Pais regista um desenvolvimento acelerado, de fazer inveja no mundo inteiro.
Ele aponta isto como prova de que os moçambicanos sabem o que querem e como querem, e vaticina que nos próximos 40 anos Moçambique será um país desenvolvido.
Ele dá o seu voto de confiança à liderança de Nyusi, que aposta na inclusão de todos os moçambicanos no seu coração.
SAMORA ENSINOU OS MOÇAMBICANOS A NÃO ESQUECER O PASSADO
Os moçambicanos que viveram no tempo que antecedeu a independência sabem que os colonizadores só viam as pessoas de raça negra como suas bestas de carga.
Por isso, negavam-lhes todos os direitos básicos e inalienáveis a qualquer ser humano, como a saúde, educação, alimentação condigna, entre outros. Conto isto porque para os que não viveram no tempo colonial, e que mal podem imaginar a brutalidade com que éramos tratados pelo simples facto de sermos negros
Também reconto neste artigo aquilo que eu próprio vi e vivi no tempo colonial, bem como os relatos dos meus pais, avós e outras pessoas que viveram mais tempo na era colonial.
Decidi fazer esta recontagem do passado trágico colonial, em cumprimento a um comando deixado por Samora e por outros grandes heróis da nossa Africa, como o grande intelectual e escritor angolano, Luandino Vieira, quando num dos seus livros, cita um ancião dizendo que chegará o tempo em que os monandengues (jovens) de então, de que eu era um deles, que irão contar essas atrocidades coloniais nos tempos bons que virão.
Esses tempos bons de que ele falava, é o presente que hoje vivemos. Decidi contar alguns dos episódios trágicos do nosso passado, porque assumo como válida a tese de José dAguaLusa, de que um Povo sem História é um rebanho fácil de dominar.
Por exemplo, o meu avô contou-me uma vez, que houve no distrito de Zavala, em Inhambane, um administrador colonial, que jurava a pés juntos de que no dia em que um avião fosse transportar um negro, seria queimado assim que chegasse a seu destino!
Se esta asserção deste colonialista se materializasse hoje quase todos os mais de 2.000 aviões comerciais que a cada minuto de cada dia sulcam os espaços do mundo seriam queimados antes de chegar ao seu destino, porque quase todos transportam a bordo passageiros de raça negra. Creio que os únicos que iriam escapar, são os privados que só transportam os seus proprietários.
Outro caso que nos diz quão diabólico era o colonialismo, foi-me contado pela minha mãe. Ela diz que no tempo em que os negros eram obrigados a trabalhar sem salários, as mães negras eram forçadas a amarrar os seus bebés recém-nascidos aos troncos das árvores até terminarem o trabalho que tinham de fazer durante todo o dia sob o calor escaldante ou chuva.
Ela conta que isso aconteceu, por exemplo, durante a construção da estrada que liga Moçambique, do Rovuma ao Maputo, ou seja Estrada Nacional Número 1 (EN1).
É só imaginar o quão trágico era, para as mães atarem os seus filhos de tenra idade, a uma árvore, vê-los e ouvi-los a chorar sem poderem acudi-los ou amamentá-los durante o dia inteiro.
Em suma, os colonialistas eram bem piores que o diabo.
Há outros episódios que são contados hoje pelos mais velhos e que são difíceis de acreditar.
Por exemplo, o irmão do Samora Machel, Orlando Machel, contou-me um dia que quando um negro estivesse na carroçaria da viatura do seu patrão, era obrigado a carregar um saco de qualquer coisa na cabeça durante toda a viagem, para evitar que os colonialistas se sentissem como seus motoristas.
Orlando diz ter sido isto e muitas outras situações diabólicas que levaram muitos moçambicanos a irem à Tanzânia para se juntarem a Frelimo e lutar contra os colonialistas, incluindo, obviamente, o seu irmão Samora, que viria a ser o primeiro presidente de Moçambique independente.
Um amigo cubano disse-me em Cuba, que o seu bisavô, contou-lhe que muitos negros levados nos navios como escravos para as Américas eram atirados vivos para o mar quando o mau tempo ameaçava afundar os barcos. Esta era uma das formas de diminuir o peso e, assim, salvar a embarcação e sua tripulação.
Isto pode parecer mentira, mas existem documentos verídicos que relatam como os nossos antepassados eram transportados nos navios negreiros para as Américas, metade dos quais não chegavam ao seu destino porque haviam sido atirados vivos ao mar.
Mbandane Bulandi, uma anciã com quem costumo conversar em Zavala, minha terra natal, e que viu a sua mãe amarrar um dos seus irmãos num tronco para fazer o trabalho forçado, costuma dizer que quando hoje ouve pessoas que não viveram no tempo colonial se queixarem de tudo e mais alguma coisa disto e daquilo, que dizem que não é feito pelo Governo, apercebe-se que estão a confundir o paraíso com o inferno.
No meu tempo é que sofremos, porque nem eramos permitidos fazer o que bem gostaríamos e muito menos tínhamos nenhuns direitos senão o de sermos perseguidos e brutalizados como animais perigosos, disse a anciã.
Bulandi, que diz ter nascido há muito tempo, e deixa transparecer mais de 100 anos de idade, afirma que a vontade dos colonos de brutalizar o negro e vê-lo a sofrer era tão grande que Moçambique de hoje é um verdadeiro paraíso.
Diz que para os colonialistas, o negro nascia para sofrer e, por isso, não podiam tê-lo um único momento em que não sofresse.
Mandela conta também no seu já muito famoso livro, intitulado A Longa Marcha para a Liberdade, que até lhes era negado namorar e viajar no mesmo autocarro em que viajavam os brancos.
Outros escritores da época, como o moçambicano-angolano Castro Soromenho, contam que aos negros lhes era negado divertirem-se ou fazer festas sem a autorização dos seus patrões brancos, e muitas vezes o seu pedido era recusado sob o pretexto de que iriam perturbar o sono dos seus patrões.
Mesmo o nosso Samora Machel contava sempre que os colonialistas preferiam tratar bem e alimentar melhor os seus cães que os seus trabalhadores de raça negra.
Não é por acaso que Samora não se cansava de entoar a canção Não Vamos Esquecer o Tempo que Passou. Foi de facto um tempo tão tenebroso que não dá para esquecer e que deve ser recontado aos que não o viveram, para que nunca mais voltemos a ser colonizados.
Não é por acaso que quando Mandela foi empossado como Presidente da Africa do Sul, gritou três vezes que Never, Never, Never agian we shall allow that bruttality to happen again in our soul (Nunca, nunca, nunca mais deveremos permitir que essa brutalidade aconteça outra vez na nossa alma). O colonialismo foi de facto a maior brutalidade que já se abateu sobre todos os povos africanos, de que os moçambicanos são parte e foram dos que mais brutalidade sofreram.
Como dizia Samora Machel em diversas ocasiões, cabe aos mais velhos e aos professores, principalmente da História, dizer claramente as nossas crianças que esta independência nasceu como resultado de sucessivas guerras amargas de resistência secular de moçambicanos de todas as gerações, e que veio a atingir o seu expoente mais alto e a sua força máxima, quando todos os moçambicanos se uniram em torno da Frelimo e lutaram como um só povo não mais divido em tribos.
Urge ensinar as nossas crianças que a nossa maior força reside na nossa unidade, e que no dia em que voltarmos a nos dividir, voltaremos a ser colonizados da mesma maneira que fomos durante mais de 500 anos.
É por isso que o nosso Presidente Filipe Nyusi não se cansa de proclamar que temos que estar unidos e coesos e a defendermos a paz como condições sine qua non para que possamos continuarmos independentes e a desenvolver o nosso País.
Felizmente, nestas celebrações dos 40 anos da nossa independência, ficou mais do que claro que os moçambicanos estão mais do que terminados a manter e defender a unidade e a paz a todo o custo, tal como as defenderam durante os últimos 40 anos, muitas vezes com barrigas mais vazias do que estão hoje quando tudo faltava nas lojas.
Esses é que foram de facto tempos difíceis como bem o tem dito o Presidente Nyusi, quando ele próprio fazia o seu TPC escolar com luz de lareira porque a energia eléctrica era frequentemente sabotada pela Renamo em Sofala e noutros pontos do Pais.
(AIM) GM/SG
'Em 1926, o Primeiro-Ministro da então colónia britânica da Rodeia do Sul, hoje Zimbabwe, Godfrey Huggins, promoveu a ideia de que iria fazer uma parceria entre pretos e brancos. Quando solicitado a ser mais especifico sobre o que queria dizer por parceria, respondeu muito calmamente: estou falando sobre uma parceria entre um cavalo e o seu cavaleiro' Robert Mugabe, citado pela Revista Africa Business, edição Numero 310, de 2005
Maputo, 27 Jun (AIM) - A afluência massiva dos moçambicanos aos locais por onde passou a Chama da Unidade, que nos últimos três meses percorreu, nas suas mãos, o seu imenso e belo território, é mais uma prova da sua determinação para nunca voltarem a ser bestas de carga como aconteceu há apenas quatro décadas.
Esta massiva afluência também ocorreu na quinta-feira no Estádio da Machava, local onde há precisamente 40 anos, Samora Machel, primeiro Presidente da República, proclamou a independência de Moçambique.
Como bem o diz o conceituado académico britânico Alex Vines, num artigo que distribuiu na quinta-feira via internet, a manutenção desta independência ao longo destes 40 anos não foi nada fácil e não tão menos trágico, tal como não foi nada fácil e menos trágico conquistá-la.
Ele recorda que os moçambicanos tiveram que lutar de armas em punho durante 10 longos anos para a conquista da sua independência, e 16 anos contra os que queriam abortá-la ou inviabilizá-la.
Na verdade, os moçambicanos não só passaram pela tragédia da brutalidade colonial, como viveram na carne os horrores e a tragédia de duas guerras durante quase 30 anos.
Ele diz que praticamente, os moçambicanos viveram durante 30 longos e dramáticos anos de guerra, contados a partir de 1964, quando iniciaram com parcos e limitados meios bélicos a sua luta armada contra o colonialismo português, e depois contra os regimes racistas que imperavam na Africa do Sul e na então Rodésia só Sul, hoje Zimbabwe.
Este académico, que também é co-autor, a par com mais três académicos, de um profundo estudo que reconhece que a guerra movida pela Africa do Sul e Rodésia do Sul contra Moçambique entre 1977 a 1992, através da Renamo, foi das mais mortíferas e mais destruidora em Africa mas, mesmo assim, os moçambicanos reergueram-se e hoje o seu Pais regista um desenvolvimento acelerado, de fazer inveja no mundo inteiro.
Ele aponta isto como prova de que os moçambicanos sabem o que querem e como querem, e vaticina que nos próximos 40 anos Moçambique será um país desenvolvido.
Ele dá o seu voto de confiança à liderança de Nyusi, que aposta na inclusão de todos os moçambicanos no seu coração.
SAMORA ENSINOU OS MOÇAMBICANOS A NÃO ESQUECER O PASSADO
Os moçambicanos que viveram no tempo que antecedeu a independência sabem que os colonizadores só viam as pessoas de raça negra como suas bestas de carga.
Por isso, negavam-lhes todos os direitos básicos e inalienáveis a qualquer ser humano, como a saúde, educação, alimentação condigna, entre outros. Conto isto porque para os que não viveram no tempo colonial, e que mal podem imaginar a brutalidade com que éramos tratados pelo simples facto de sermos negros
Também reconto neste artigo aquilo que eu próprio vi e vivi no tempo colonial, bem como os relatos dos meus pais, avós e outras pessoas que viveram mais tempo na era colonial.
Decidi fazer esta recontagem do passado trágico colonial, em cumprimento a um comando deixado por Samora e por outros grandes heróis da nossa Africa, como o grande intelectual e escritor angolano, Luandino Vieira, quando num dos seus livros, cita um ancião dizendo que chegará o tempo em que os monandengues (jovens) de então, de que eu era um deles, que irão contar essas atrocidades coloniais nos tempos bons que virão.
Esses tempos bons de que ele falava, é o presente que hoje vivemos. Decidi contar alguns dos episódios trágicos do nosso passado, porque assumo como válida a tese de José dAguaLusa, de que um Povo sem História é um rebanho fácil de dominar.
Por exemplo, o meu avô contou-me uma vez, que houve no distrito de Zavala, em Inhambane, um administrador colonial, que jurava a pés juntos de que no dia em que um avião fosse transportar um negro, seria queimado assim que chegasse a seu destino!
Se esta asserção deste colonialista se materializasse hoje quase todos os mais de 2.000 aviões comerciais que a cada minuto de cada dia sulcam os espaços do mundo seriam queimados antes de chegar ao seu destino, porque quase todos transportam a bordo passageiros de raça negra. Creio que os únicos que iriam escapar, são os privados que só transportam os seus proprietários.
Outro caso que nos diz quão diabólico era o colonialismo, foi-me contado pela minha mãe. Ela diz que no tempo em que os negros eram obrigados a trabalhar sem salários, as mães negras eram forçadas a amarrar os seus bebés recém-nascidos aos troncos das árvores até terminarem o trabalho que tinham de fazer durante todo o dia sob o calor escaldante ou chuva.
Ela conta que isso aconteceu, por exemplo, durante a construção da estrada que liga Moçambique, do Rovuma ao Maputo, ou seja Estrada Nacional Número 1 (EN1).
É só imaginar o quão trágico era, para as mães atarem os seus filhos de tenra idade, a uma árvore, vê-los e ouvi-los a chorar sem poderem acudi-los ou amamentá-los durante o dia inteiro.
Em suma, os colonialistas eram bem piores que o diabo.
Há outros episódios que são contados hoje pelos mais velhos e que são difíceis de acreditar.
Por exemplo, o irmão do Samora Machel, Orlando Machel, contou-me um dia que quando um negro estivesse na carroçaria da viatura do seu patrão, era obrigado a carregar um saco de qualquer coisa na cabeça durante toda a viagem, para evitar que os colonialistas se sentissem como seus motoristas.
Orlando diz ter sido isto e muitas outras situações diabólicas que levaram muitos moçambicanos a irem à Tanzânia para se juntarem a Frelimo e lutar contra os colonialistas, incluindo, obviamente, o seu irmão Samora, que viria a ser o primeiro presidente de Moçambique independente.
Um amigo cubano disse-me em Cuba, que o seu bisavô, contou-lhe que muitos negros levados nos navios como escravos para as Américas eram atirados vivos para o mar quando o mau tempo ameaçava afundar os barcos. Esta era uma das formas de diminuir o peso e, assim, salvar a embarcação e sua tripulação.
Isto pode parecer mentira, mas existem documentos verídicos que relatam como os nossos antepassados eram transportados nos navios negreiros para as Américas, metade dos quais não chegavam ao seu destino porque haviam sido atirados vivos ao mar.
Mbandane Bulandi, uma anciã com quem costumo conversar em Zavala, minha terra natal, e que viu a sua mãe amarrar um dos seus irmãos num tronco para fazer o trabalho forçado, costuma dizer que quando hoje ouve pessoas que não viveram no tempo colonial se queixarem de tudo e mais alguma coisa disto e daquilo, que dizem que não é feito pelo Governo, apercebe-se que estão a confundir o paraíso com o inferno.
No meu tempo é que sofremos, porque nem eramos permitidos fazer o que bem gostaríamos e muito menos tínhamos nenhuns direitos senão o de sermos perseguidos e brutalizados como animais perigosos, disse a anciã.
Bulandi, que diz ter nascido há muito tempo, e deixa transparecer mais de 100 anos de idade, afirma que a vontade dos colonos de brutalizar o negro e vê-lo a sofrer era tão grande que Moçambique de hoje é um verdadeiro paraíso.
Diz que para os colonialistas, o negro nascia para sofrer e, por isso, não podiam tê-lo um único momento em que não sofresse.
Mandela conta também no seu já muito famoso livro, intitulado A Longa Marcha para a Liberdade, que até lhes era negado namorar e viajar no mesmo autocarro em que viajavam os brancos.
Outros escritores da época, como o moçambicano-angolano Castro Soromenho, contam que aos negros lhes era negado divertirem-se ou fazer festas sem a autorização dos seus patrões brancos, e muitas vezes o seu pedido era recusado sob o pretexto de que iriam perturbar o sono dos seus patrões.
Mesmo o nosso Samora Machel contava sempre que os colonialistas preferiam tratar bem e alimentar melhor os seus cães que os seus trabalhadores de raça negra.
Não é por acaso que Samora não se cansava de entoar a canção Não Vamos Esquecer o Tempo que Passou. Foi de facto um tempo tão tenebroso que não dá para esquecer e que deve ser recontado aos que não o viveram, para que nunca mais voltemos a ser colonizados.
Não é por acaso que quando Mandela foi empossado como Presidente da Africa do Sul, gritou três vezes que Never, Never, Never agian we shall allow that bruttality to happen again in our soul (Nunca, nunca, nunca mais deveremos permitir que essa brutalidade aconteça outra vez na nossa alma). O colonialismo foi de facto a maior brutalidade que já se abateu sobre todos os povos africanos, de que os moçambicanos são parte e foram dos que mais brutalidade sofreram.
Como dizia Samora Machel em diversas ocasiões, cabe aos mais velhos e aos professores, principalmente da História, dizer claramente as nossas crianças que esta independência nasceu como resultado de sucessivas guerras amargas de resistência secular de moçambicanos de todas as gerações, e que veio a atingir o seu expoente mais alto e a sua força máxima, quando todos os moçambicanos se uniram em torno da Frelimo e lutaram como um só povo não mais divido em tribos.
Urge ensinar as nossas crianças que a nossa maior força reside na nossa unidade, e que no dia em que voltarmos a nos dividir, voltaremos a ser colonizados da mesma maneira que fomos durante mais de 500 anos.
É por isso que o nosso Presidente Filipe Nyusi não se cansa de proclamar que temos que estar unidos e coesos e a defendermos a paz como condições sine qua non para que possamos continuarmos independentes e a desenvolver o nosso País.
Felizmente, nestas celebrações dos 40 anos da nossa independência, ficou mais do que claro que os moçambicanos estão mais do que terminados a manter e defender a unidade e a paz a todo o custo, tal como as defenderam durante os últimos 40 anos, muitas vezes com barrigas mais vazias do que estão hoje quando tudo faltava nas lojas.
Esses é que foram de facto tempos difíceis como bem o tem dito o Presidente Nyusi, quando ele próprio fazia o seu TPC escolar com luz de lareira porque a energia eléctrica era frequentemente sabotada pela Renamo em Sofala e noutros pontos do Pais.
(AIM) GM/SG
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