quinta-feira, 2 de julho de 2015

NA GRÉCIA “NÃO TEMOS UM ESTADO, TEMOS UMA TERRA DE ESCRAVOS”




Entre os que defendem o não no referendo grego, há os mais radicais. Não lhes basta bater o pé às exigências dos credores. É o caso do movimento Frente do Povo Unido, que também quer que a Grécia saia do euro e deixe de ter a bandeira hasteada em Bruxelas. A TSF escutou, em Atenas, os seus argumentos.

Entre os que defendem o não no referendo grego, há os que o querem mais carregado. Não lhes basta bater o pé às exigências que chegam dos que emprestaram dinheiro ao país. É o caso de um movimento chamado Frente do Povo Unido que também quer que a Grécia saia do euro e deixe de ter a bandeira hasteada em Bruxelas. A TSF escutou, em Atenas, os seus argumentos.

Georgis, porta voz de circunstância, diz que esta é a única oportunidade que os gregos vão ter de se livrar de um estado de ocupação protagonizado pela União Europeia.

Para este cidadão grego e militante do Movimento Frente do Povo Unido, "é uma guerra económica contra as pessoas, contra a democracia, contra a soberania do Estado. Neste momento, nós não temos um Estado, como claramente pode verificar. O que temos é uma terra de escravos".

Mas Georgis também tem ideias a nível interno, por exemplo, julgar e condenar à cadeia os políticos que deram cabo do país. Sobre o executivo que agora governa a Grecia, também não tem louvores a fazer e acha que nisto do referendo, Alexis Tsipras é um farsante.

"Ele tem feito tudo para que as pessoas vão votar aterrorizadas". Considera que ele está a fazer bluff? "O que acho é que quando estiver atrás da cortina, Tsipras vai votar no sim".
O militante do movimento Frente do Povo Unido concretiza, dando como exemplo os pensionistas.

"Ele[Alexis Tsipras] abriu apenas mil agências onde essas pessoas podem levantar o dinheiro, que por isso estão a rebentar pelas costuras. E isso é para criar um sentimento de pânico, de terror".

Por tudo isto, Georgis milita pelo um não em toda a linha e lamenta que o referendo não tenha acontecido uma semana mais cedo."Se o referendo tivesse sido no domingo passado, noventa por cento teria votado não".

Entretanto, diz Georgis, as coisas mudaram. Nota isso quando vê as notícias nas televisões gregas, seja a do Estado ou as privadas. Diz que elas só falam dos riscos de cortar com os credores. É um discurso que promete denunciar até domingo.


TSF, Artur Carvalho, em Atenas

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