Bocas
do Inferno
Mário Motta, Lisboa
Armando
Vara passou a noite nos calabouços da esquadra da PSP em Moscavide, Lisboa. Dirigente
do PS e ex-ministro este Vara pode ser um pau de dois-bicos. Agora parece que
tem que ver com o processo de Sócrates a que chamam Operação Marquês. Vá lá, a
operação tem um acento circunflexo. Se não tivesse podia ser Marques. Marques?
Marques Mendes? Oh não, esse faz cambalachos, mas são todos legais. É só porque ganha
que se farta em grandes golpes de rins. E não tem de fazer diálise. Quem? O
Marques Mentes. Mentes ou Mendes? Pois, Mendes.
Vara
está a ser ouvido pelo juiz Carlos Alexandre, aquele que apelidam de
super-juiz. Ena. Num país super-miserável até temos um super-juiz. Um
super-presidente, um super-governo, uma super-maioria (que já não é). Superes é
o que não falta nas elites bacocas e descaradas presididas pelo Génio da
Banalidade que é Cavaco Silva. Mas que elites da desgraça imperam nesta azarada e devastada sociedade lusa!
Como se diz: É fartar vilanagem!
Já
há apostas. Vara fica preso e vai para Évora ou Carregueira? Vara é libertado
depois de falar com o juiz Alexandre? Apostem no que quiserem. Por aqui no PG só
apostamos que estamos perante elites que se abarbataram dos principais centros
de poder e que - vai na volta - mereciam todas, todinhas, ser preventivamente encarceradas, já! Uma questão de triagem dos verdadeiramente criminosos e dos nem por isso. Até do juiz
Alexandre, como de outros, já duvidamos. Justiça? Onde? Quem? Já quase não
confiamos em nenhum deles, nas elites. Ena! Mas que super-país! (MM / PG)
Armando
Vara está a ser ouvido pelo juiz Carlos Alexandre
O
ex-governante do PS é suspeito dos crimes de corrupção, fraude fiscal e
branqueamento de capitais.
O
ex-ministro Armando Vara começou a ser ouvido esta sexta-feira pelo juiz Carlos
Alexandre no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, após ter sido
detido na quinta-feira por suspeitas dos crimes de corrupção, fraude fiscal e
branqueamento de capitais.
Vara
está a ser investigado no âmbito da Operação Marquês sobre os negócios
relativos ao empreendimento Vale do Lobo.
Trata-se
do mesmo processo que conduziu o antigo primeiro-ministro José Sócrates à
prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Évora.
A
PSP participou ativamente em buscas que decorreram quinta-feira em vários
pontos do país, nomeadamente na sede da Caixa Geral de Depósitos, de que
Armando Vara foi administrador. As diligências decorreram em coordenação com o
Departamento Central de Investigação Criminal (DCIC).
A
PGR confirmou ontem em comunicado que decorreram "buscas domiciliárias, em
instalações de sociedades e numa instituição bancária", levadas a cabo
pelo Ministério Público, a Autoridade Tributária e PSP.
O
ex-governante passou a noite no comando de Moscavide da PSP, tendo saído um
pouco antes da hora de almoço de sexta-feira para ser ouvido por Carlos Alexandre.
Em
setembro do ano passado, Armando Vara foi condenado a cinco anos de prisão
efetiva no âmbito do processo Face Oculta por três crimes de tráfico de
influências.
Na
foto: Armando Vara à chegada ao Tribunal de Aveiro que o condenou a cinco anos
de prisão efetiva por três crimes de tráfico de influência - PAULO
NOVAIS/LUSA
Expresso
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