terça-feira, 18 de agosto de 2015

Angola. APELO A UM GOLPE DE ESTADO?




A escritora angolana Zulinni Bumba aconselhou hoje, terça-feira, em Luanda, os pais e encarregados de educação a oferecerem aos filhos mais livros em detrimento de aparelhos electrónicos, incutindo o gosto pela escrita e a leitura.

Dependendo dos livros, é provável que este conselho de Zulinni Bumba se enquadre na “lei” do regime contra a segurança do Estado, podendo mesmo indiciar uma tentativa de golpe de Estado. É que ler significa saber mais. Ora isso…

Em entrevista à Angop a propósito do “estado da literatura infantil em Angola”, a escritora mostrou-se preocupada com a nova tendência de alguns encarregados que se mostram mais receptivos a comprar um telefone ou ipad em detrimento de um bom livro.

Segundo a escritora, as novas tecnologias são sempre bem vidas, porque representam desenvolvimento, mas para crianças é preciso ter um acompanhamento e sobretudo nunca deixar de comprar um bom livro e levar os menores a visitarem feiras de livros.

Zulinni Bumba afirma que o contacto com os livros permite as crianças desenvolverem as suas capacidades mentais e criativas com as palavras, fazendo com que os mais novos leiam e escrevam com maior habilidade.

A escritora destacou ainda que uma das formas de se incrementar um maior interesse e valorização dos filhos pelo livros seria a promoção de mais eventos literários, para mostrar às crianças a importâncias dos livros no seu crescimento intelectual.

“O livro é considerando o melhor amigo do homem, razão pela qual é preciso unir esforços para que este estatuto continue”, conclui.

Madalena Suzete Paulo Manuel Bumba, de pseudónimo Zulinni Bumba, conta com vários livros infantis, entre eles “O aniversário do rei leão”, “Kambinda”e “ Menino Kulomba e os dois lenhadores”.

As crianças esquecidas foram as protagonistas do prémio Nobel da Paz de 2014, sendo referidas nos discursos de ambos os vencedores, Malala Youzafsai e Kailash Satyarthi.

Vejamos algumas das frases emblemáticas de Malala Youzafsai:

“Nós percebemos a importância de nossa voz quando somos silenciados”.

“Uma criança, um professor, um livro e um lápis podem mudar o mundo”.

“Um país mais forte não se mede pelo seu número de soldados, mas sim pelo seu índice de alfabetização”

“A educação dá poder às mulheres e é por isso que os terroristas temem a educação”.

“Sonho com um país onde a educação prevalecerá”.

“A melhor forma de lutar contra o terrorismo é muito simples: educar a próxima geração”.

“O meu objectivo não é conseguir o Nobel da Paz, o meu objectivo é conseguir a paz e a educação para todas as crianças do mundo”.

“Percebemos a importância das canetas e livros quando vimos as armas. Os extremistas têm medo de livros e canetas”.

“Não podemos todos ser bem-sucedidos quando metade do mundo é reprimida”.

“Houve um tempo em que as activistas pediram a homens que se defendessem os direitos da mulher. Desta vez vamos fazê-lo nós próprias”.

“Não percebo porque é que o mundo está dividido entre Oriente e Ocidente. A educação não é oriental ou ocidental, a educação é um direito de todos os seres humanos”.

“O maior terror dos talibãs acabou por ser uma menina de 14 anos armada com livros”.

“Porque é que dar armas é tão simples, mas dar livros tão duro?”

“Eles pensavam que as balas iam calar-nos, mas falharam. O silêncio transformou-se em milhares de vozes”.

“Se tivesse uma arma na mão e o talibã que me baleou estivesse à minha frente não dispararia. É a tolerância que aprendi com Maomé, o profeta do perdão, Jesus Cristo e Buda, o legado de Martin Luther King, Nelson Mandela e Muhammad Ali Jinnah”.

“[Ao ser ameaçada pelos talibãs, em 2012] Comecei a pensar: se um talibã viesse, o que faria? Talvez tirar um sapato e bater-lhe. Só que, se o fizesse, não haveria diferença entre mim e o talibã. Não devemos tratar os outros com crueldade. Devemos lutar pela paz, pelo diálogo e pela educação. Então decidi: dir-lhe-ei o quão importante é a educação e que a desejo até para os seus filhos e dir-lhe-ei que era isso que lhe tinha a dizer, mas que ele podia fazer o que quisesse”.


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