A
escritora angolana Zulinni Bumba aconselhou hoje, terça-feira, em Luanda, os
pais e encarregados de educação a oferecerem aos filhos mais livros em
detrimento de aparelhos electrónicos, incutindo o gosto pela escrita e a
leitura.
Dependendo
dos livros, é provável que este conselho de Zulinni Bumba se enquadre na “lei”
do regime contra a segurança do Estado, podendo mesmo indiciar uma tentativa de
golpe de Estado. É que ler significa saber mais. Ora isso…
Em
entrevista à Angop a propósito do “estado da literatura infantil em Angola”, a
escritora mostrou-se preocupada com a nova tendência de alguns encarregados que
se mostram mais receptivos a comprar um telefone ou ipad em detrimento de um
bom livro.
Segundo
a escritora, as novas tecnologias são sempre bem vidas, porque representam
desenvolvimento, mas para crianças é preciso ter um acompanhamento e sobretudo
nunca deixar de comprar um bom livro e levar os menores a visitarem feiras de
livros.
Zulinni
Bumba afirma que o contacto com os livros permite as crianças desenvolverem as
suas capacidades mentais e criativas com as palavras, fazendo com que os mais
novos leiam e escrevam com maior habilidade.
A
escritora destacou ainda que uma das formas de se incrementar um maior
interesse e valorização dos filhos pelo livros seria a promoção de mais eventos
literários, para mostrar às crianças a importâncias dos livros no seu
crescimento intelectual.
“O
livro é considerando o melhor amigo do homem, razão pela qual é preciso unir
esforços para que este estatuto continue”, conclui.
Madalena
Suzete Paulo Manuel Bumba, de pseudónimo Zulinni Bumba, conta com vários livros
infantis, entre eles “O aniversário do rei leão”, “Kambinda”e “ Menino Kulomba
e os dois lenhadores”.
As
crianças esquecidas foram as protagonistas do prémio Nobel da Paz de 2014,
sendo referidas nos discursos de ambos os vencedores, Malala Youzafsai e
Kailash Satyarthi.
Vejamos
algumas das frases emblemáticas de Malala Youzafsai:
“Nós
percebemos a importância de nossa voz quando somos silenciados”.
“Uma
criança, um professor, um livro e um lápis podem mudar o mundo”.
“Um
país mais forte não se mede pelo seu número de soldados, mas sim pelo seu
índice de alfabetização”
“A
educação dá poder às mulheres e é por isso que os terroristas temem a
educação”.
“Sonho
com um país onde a educação prevalecerá”.
“A
melhor forma de lutar contra o terrorismo é muito simples: educar a próxima
geração”.
“O
meu objectivo não é conseguir o Nobel da Paz, o meu objectivo é conseguir a paz
e a educação para todas as crianças do mundo”.
“Percebemos
a importância das canetas e livros quando vimos as armas. Os extremistas têm
medo de livros e canetas”.
“Não
podemos todos ser bem-sucedidos quando metade do mundo é reprimida”.
“Houve
um tempo em que as activistas pediram a homens que se defendessem os direitos
da mulher. Desta vez vamos fazê-lo nós próprias”.
“Não
percebo porque é que o mundo está dividido entre Oriente e Ocidente. A educação
não é oriental ou ocidental, a educação é um direito de todos os seres
humanos”.
“O
maior terror dos talibãs acabou por ser uma menina de 14 anos armada com
livros”.
“Porque
é que dar armas é tão simples, mas dar livros tão duro?”
“Eles
pensavam que as balas iam calar-nos, mas falharam. O silêncio transformou-se em
milhares de vozes”.
“Se
tivesse uma arma na mão e o talibã que me baleou estivesse à minha frente não
dispararia. É a tolerância que aprendi com Maomé, o profeta do perdão, Jesus
Cristo e Buda, o legado de Martin Luther King, Nelson Mandela e Muhammad Ali
Jinnah”.
“[Ao
ser ameaçada pelos talibãs, em 2012] Comecei a pensar: se um talibã viesse, o
que faria? Talvez tirar um sapato e bater-lhe. Só que, se o fizesse, não
haveria diferença entre mim e o talibã. Não devemos tratar os outros com crueldade.
Devemos lutar pela paz, pelo diálogo e pela educação. Então decidi: dir-lhe-ei
o quão importante é a educação e que a desejo até para os seus filhos e
dir-lhe-ei que era isso que lhe tinha a dizer, mas que ele podia fazer o que
quisesse”.
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