O
baixo orçamento atribuído ao Governo da Província de Luanda (GPL) para a
limpeza da cidade, levou várias empresas a desistirem da sua actividade e
retirarem das ruas os seus meios como contentores e papeleiras.
A situação
foi hoje dada a conhecer pela Empresa Pública de Limpeza e Saneamento de Luanda
(ELISAL), responsável pelo novo modelo de limpeza da capital angolana, que está
em vigor desde o início deste mês.
O
novo modelo de limpeza de Luanda integra as administrações municipais na gestão
directa do sistema nas suas áreas de jurisdição, uma operadora principal,
empresas de pré-recolha e microempresas.
A
nota emitida pela ELISAL sublinha que na sequência do orçamento atribuído as
empresas de limpeza do antigo modelo desistiram de prestar serviços por
considerarem que os valores agora fixados não cobrem as suas despesas
operacionais e com o pessoal.
Para
a limpeza de toda a província, o Ministério das Finanças disponibiliza ao GPL
uma verba de cerca de 10 milhões de dólares por mês, que representa um terço do
montante atribuído há cerca de quatro anos.
O
critério de repartição do orçamento define por cada município 20% para as
microempresas, 25% para as empresas de pré-recolha e 55% para as operadoras
principais.
Face
a esta situação, a ELISAL compromete-se a “desenvolver esforços para mitigar a
situação”, apesar da exiguidade de meios.
“Assim,
apela à população que, na ausência de contentores, deve acondicionar
correctamente o lixo em sacos de plásticos, amarrá-los, para facilitar a
recolha, tornar mais célere a limpeza e o diminuir o desgaste dos meios
técnicos e humanos em serviço”, refere a nota.
O
problema do lixo, da sua recolha e limpeza da cidade tem sido alvo de críticas
há vários meses pela população de Luanda, gerando inclusive nas redes sociais
uma brincadeira com a publicação de fotografias de quantidades de lixo nos
bairros.
Outra
situação lamentada pela empresa responsável pela limpeza de Luanda tem a ver
com o furto de 20 contentores colocados pela ELISAL na segunda-feira, em vários
pontos da cidade, tendo já o caso sido entregue à polícia.
A
ELISAL denuncia igualmente outro fenómeno, que considera estranho, é o caso de
cidadãos não identificados que retiram os contentores das bermas das estradas,
despejando o lixo no centro da via, e outros que transportam os resíduos das
grandes lixeiras para colocá-los nas faixas de rodagem, dificultando a
circulação automóvel e não só.
Em
2014, um diagnóstico do Ministério do Ambiente dava conta que em Angola cada pessoa
produz diariamente quatro quilogramas de lixo, enquanto Luanda tinha uma
produção anual de 1,3 milhões de toneladas, admitindo-se o aumento até 2025 na
ordem dos 146%.
Em
Luanda, habitam de acordo com dados do Recenseamento Geral da População e da
Habitação 6,5 milhões de pessoas.
Sem comentários:
Enviar um comentário