PRS
pode decidir viabilidade ou não do Executivo de Baciro Dja
Na
Guiné-Bissau, as movimentações políticas continuam, enquanto se aguarda que o
primeiro-ministro empossado Baciro Djá apresente o seu Governo. Fontes da Voz
da América revelam movimentações de bastidores entre os deputados dos
dois principais partidos, o PAIGC, que tem 57 deputados, e o PRS, que detém 41
parlamentares.
O
Presidente da República José Mário Vaz e o primeiro-ministro Baciro Djá têm-se
desdobrado em contactos para a formação do Governo, cujo atraso começa a
provocar algumas inquietações.
Entretanto,
de acordo com as nossas fontes, o PRS, segundo partido mais votado, é
considerado o fiel da balança para garantir a viabilidade de um novo Governo.
Antes
de demitir o Executivo de Domingos Simões Pereira no passado dia 12, o
Presidente teria conseguido o apoio do líder do partido Alberto Nambeia, mas o
PRS encontra-se dividido.
Entretanto,
o secretário-geral do partido e ministro cessante da Energia Florentino Mendes
Pereira, está a complicar contas ao presidente do partido, Nambeia.
Pereira
também está preso aos compromissos políticos com Domingos Simões Pereira, e,
segundo as nossas fontes, ele tem o apoio de 30 dos 41 deputados do PRS.
A
solução poderá ser encontrada apenas no sábado, 29, quando a Comissão Politica
do PRS se reunir para tomar uma posição.
Do
lado do PAIGC, o líder Domingos Simões Pereira tem tido também vida difícil
para controlar as bases do partido e os seus deputados face a investidas
do Presidente da República e do primeiro-ministro Baciro Djá, também eles
membros do PAIGC.
Mesmo
com esta difícil situação, fontes da VOA dizem que Simões Pereira ainda tem o
apoio da maioria dos deputados e do presidente do Parlamento, Cipriano Cassamá,
que tem uma confrontação política aberta com José Mário Vaz.
A
nível internacional, dois dirigentes do PAIGC encontram-se em Malabo, capital
da Guiné Equatorial, para darem "explicações detalhadas" ao
Presidente Teodoro Obiang sobre a situação política na Guiné-Bissau.
O
ex-ministro das Obras Públicas, José António Almeida, e o ex-secretário de
Estado dos Transportes e Comunicações e porta-voz do partido João Bernardo
Vieira foram designados pelo líder do partido, Domingos Simões Pereira, para
darem conta a Obiang sobre o que se passa na política guineense.
Por
outro lado, o Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA) pediu nesta
quarta-feira, 26, o respeito pela Constituição e a neutralidade das Forças
Armadas da Guiné-Bissau na crise actual.
Num
comunicado, aquele órgão reiterou a “absoluta necessidade das Forças Armadas e
de segurança se posicionarem do lado de fora desta crise actual”.
“O
Conselho sublinhou mais uma vez que esta situação poderia colocar em causa os
avanços registados com a conclusão da transição e a realização das
bem-sucedidas eleições legislativas e presidenciais em Abril e Maio de 2014”,
lê-se no comunicado, segundo o qual esta crise política pode “dificultar a
mobilização da assistência internacional que a Guiné-Bissau precisa para a sua
recuperação sócio-económica”.
Voz
da América
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