Nova
Iorque, 24 ago (Lusa) - Todos os países lusófonos sofrem de falta de fundos
para investir na sustentabilidade ambiental, segundo declarou à Rádio ONU o
secretário-executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), Bráulio
Dias.
O
responsável atentou nas diferentes causas por trás das limitações do
investimento dos países de língua portuguesa, que variam segundo a situação
política e económica específica de cada país.
"Países
como Guiné-Bissau, por exemplo, pouco avançaram devido às dificuldades económicas
e políticas", explicou, enquanto países como Timor-Leste estão a começar
"quase do zero, nestes últimos anos, a fazer um esforço para implementar
essa agenda".
Angola
e Moçambique "têm uma biodiversidade imensa", mas que foi "muito
impactada durante todo o período de guerra civil".
No
entanto, os dois países africanos estão a fazer "um grande esforço de
recuperação", nomeadamente Moçambique, que duplicou as áreas protegidas
nas últimas décadas.
Para
o especialista, a prioridade dos esforços da comunidade lusófona africana deve
ser o controlo das espécies invasoras e a proteção das que são vulneráveis às
mudanças climáticas.
Quanto
a Portugal, "o grande desafio", considerou, é superar a "crise
financeira e poder voltar a ampliar os seus investimentos" na proteção da
biodiversidade.
"O
país tem um Instituto de Conservação da Biodiversidade muito bem estruturado, e
programas muito importantes na área da biodiversidade marinha", elogiou.
Para
o secretário da CDB, o Brasil obtém nota positiva, apresentando
"resultados bastante significativos", duplicando a extensão das suas
áreas protegidas e sendo "o país que mais reduziu as taxas de desmatamento
e desflorestação em todo o mundo nesta última década".
"Houve
uma redução de mais de 80% das taxas de perda de biodiversidade do Brasil desde
2005 até agora", acrescentou.
A
CDB é um tratado da Organização das Nações Unidas e um dos mais importantes
instrumentos internacionais relacionados ao meio ambiente.
A
Convenção foi estabelecida durante a ECO-92 -- a Conferência das Nações Unidas
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), realizada no Rio de Janeiro em
junho de 1992 -- e é hoje o principal fórum mundial para questões relacionadas
com o tema.
Mais
de 160 países já assinaram o acordo, que entrou em vigor em dezembro de 1993.
RZA/EL
// EL
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