O
site Answer África, especializado em temas africanos, considera, sendo
claro que não ouviu os peritos dos peritos do MPLA, o Presidente angolano José
Eduardo dos Santos, que “só” está no poder há 36 anos sem nunca ter sido
nominalmente eleito, o quarto pior presidente do continente em 2015.
A
lista é liderada pelo Presidente sudanês Omar Al-Bashir, que tem um mandado
de captura do Tribunal Penal Internacional, seguido do rei da Suazilândia Mswati
III e o Presidente zimbabueano Robert Mugabe.
A
companhia, reconheça-se, até não é má. Mesmo assim, estranha-se que alguém que
é considerado pelos seus pares como “querido líder”, “escolhido de Deus” e
representante de Deus na Terra, seja considerado o quarto pior presidente de
África.
Digamos
que José Eduardo dos Santos é um Presidente polivalente e para todos os gostos.
A revista norte-americana Forbes, por exemplo, considera-o o segundo pior
presidente em África, logo a seguir ao seu homólogo da Guiné-Equatorial,
Teodoro Obiang Nguema.
Segundo
o Answer África, José Eduardo dos Santos “sempre governou como se (o país) se
tratasse do seu investimento financeiro pessoal e privado”, além de possuir
“um ultrajante registo na área dos direitos humanos”.
Nesta
altura os serviços de apoio ao “querido líder” equacionam a possibilidade de
mandar prender os responsáveis do Answer África por tentativa de golpe de
Estado. Apesar de Angola ser o segundo maior produtor de petróleo da África
subsariana e o sétimo maior fornecedor dos EUA e o quarto produtor mundial de
diamantes, o Answer África lembra que 68% da população vive abaixo do limiar
da pobreza e a esperança de vida é de apenas 41 anos.
“A
maior parte das escolas possui estruturas destruídas e há um profundo défice de
professores qualificados”, revela o site, que responsabiliza o Governo de José
Eduardo dos Santos de silenciar a imprensa e prender jornalistas que tentam
desvendar detalhes sobre os acordos financeiros feitos (são todos) pelo seu
clã.
A
avaliação de Eduardo dos Santos termina dizendo que “a filha do Presidente,
Isabel dos Santos, é a mulher mais rica de Angola e de todo continente
africano”.
Os
restantes “piores” líderes são Teodoro Obiang (Guiné-Equatorial), Allassane
Ouattara (Costa do Marfim), Jacob Zuma (África do Sul), John Dramani (Ghana) e
Uhuru Kenyatta (Quénia).
Para
que o Answer África não se sinta só na mais do que certa acusação de tentativa
de golpe de Estado, recorde-se que no artigo da Forbas, assinado por Mfonobong
Nsehe, pode ler-se que a governação do Presidente Eduardo dos Santos se tem
pautado por casos de nepotismo, onde o primo ocupa o cargo de vice-presidente e
a sua filha Isabel é a mulher mais poderosa em Angola.
A
Forbes destaca ainda que, segundo a Agência Internacional para o Desenvolvimento,
o país é extremamente rico em recursos naturais, sendo o segundo maior
produtor de petróleo na África Subsariana e ocupa o quarto lugar no ranking
mundial na produção de diamantes em bruto.
Todavia
e apesar dos recursos existentes no país, 68% da população vive no limiar da
pobreza, a educação é gratuita, mas sem qualidade, 30% das crianças estão
subnutridas, a esperança média de vida é de 41 anos e o desemprego elevado.
O
artigo avança que em vez de partilhar o crescimento económico de Angola com a
população, José Eduardo dos Santos conduz uma política de intimidação,
sobretudo nos meios de comunicação social e canaliza os fundos do Estado para
contas pessoais ou de familiares.
A
Forbes dá ainda o exemplo de que a família do chefe de Estado controla o
sector económico no país, e que a sua filha Isabel serve-se do poder do pai
para comprar activos em empresas portuguesas, como é o caso da ZON Multimédia,
Banco Espírito Santo e Banco Português de Investimento, entre outros.
De
referir que o relatório publicado na revista norte americana também classifica
o presidente Robert Mugabe, o rei Mswati II, e o presidente do Sudão, Omar
Al-Bashir, na terceira, quarta e quinta posição respectivamente.
Folha
8 digital
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