segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Angola. PRESIDENTE ESTÁ NO TOP DOS PIORES DE ÁFRICA



O site Answer África, espe­cializado em temas afri­canos, con­sidera, sen­do claro que não ouviu os peritos dos pe­ritos do MPLA, o Presidente angolano José Eduardo dos Santos, que “só” está no po­der há 36 anos sem nunca ter sido nominalmente elei­to, o quarto pior presidente do continente em 2015.

A lista é liderada pelo Pre­sidente sudanês Omar Al­-Bashir, que tem um manda­do de captura do Tribunal Penal Internacional, seguido do rei da Suazilândia Mswa­ti III e o Presidente zimba­bueano Robert Mugabe.

A companhia, reconheça-se, até não é má. Mesmo assim, estranha-se que alguém que é considerado pelos seus pares como “querido líder”, “escolhido de Deus” e repre­sentante de Deus na Terra, seja considerado o quarto pior presidente de África.

Digamos que José Eduardo dos Santos é um Presidente polivalente e para todos os gostos. A revista norte-ame­ricana Forbes, por exemplo, considera-o o segundo pior presidente em África, logo a seguir ao seu homólogo da Guiné-Equatorial, Teodoro Obiang Nguema.

Segundo o Answer África, José Eduardo dos Santos “sempre governou como se (o país) se tratasse do seu investimento financei­ro pessoal e privado”, além de possuir “um ultrajante registo na área dos direitos humanos”.

Nesta altura os serviços de apoio ao “querido líder” equacionam a possibilidade de mandar prender os res­ponsáveis do Answer Áfri­ca por tentativa de golpe de Estado. Apesar de Angola ser o segundo maior pro­dutor de petróleo da África subsariana e o sétimo maior fornecedor dos EUA e o quarto produtor mundial de diamantes, o Answer África lembra que 68% da popula­ção vive abaixo do limiar da pobreza e a esperança de vida é de apenas 41 anos.

“A maior parte das escolas possui estruturas destruídas e há um profundo défice de professores qualificados”, revela o site, que respon­sabiliza o Governo de José Eduardo dos Santos de si­lenciar a imprensa e pren­der jornalistas que tentam desvendar detalhes sobre os acordos financeiros feitos (são todos) pelo seu clã.

A avaliação de Eduardo dos Santos termina dizendo que “a filha do Presidente, Isabel dos Santos, é a mulher mais rica de Angola e de todo continente africano”.

Os restantes “piores” líde­res são Teodoro Obiang (Guiné-Equatorial), Allassa­ne Ouattara (Costa do Mar­fim), Jacob Zuma (África do Sul), John Dramani (Ghana) e Uhuru Kenyatta (Quénia).

Para que o Answer África não se sinta só na mais do que certa acusação de ten­tativa de golpe de Estado, recorde-se que no artigo da Forbas, assinado por Mfonobong Nsehe, pode ler-se que a governação do Presidente Eduardo dos Santos se tem pautado por casos de nepotismo, onde o primo ocupa o cargo de vice-presidente e a sua filha Isabel é a mulher mais po­derosa em Angola.

A Forbes destaca ainda que, segundo a Agência Internacional para o Desen­volvimento, o país é extre­mamente rico em recursos naturais, sendo o segundo maior produtor de petró­leo na África Subsariana e ocupa o quarto lugar no ranking mundial na produ­ção de diamantes em bruto.

Todavia e apesar dos recur­sos existentes no país, 68% da população vive no limiar da pobreza, a educação é gratuita, mas sem qualida­de, 30% das crianças estão subnutridas, a esperança média de vida é de 41 anos e o desemprego elevado.

O artigo avança que em vez de partilhar o cres­cimento económico de Angola com a população, José Eduardo dos Santos conduz uma política de in­timidação, sobretudo nos meios de comunicação social e canaliza os fundos do Estado para contas pes­soais ou de familiares.

A Forbes dá ainda o exem­plo de que a família do chefe de Estado controla o sector económico no país, e que a sua filha Isabel ser­ve-se do poder do pai para comprar activos em em­presas portuguesas, como é o caso da ZON Multimé­dia, Banco Espírito Santo e Banco Português de Inves­timento, entre outros.

De referir que o relatório publicado na revista norte americana também classi­fica o presidente Robert Mugabe, o rei Mswati II, e o presidente do Sudão, Omar Al-Bashir, na tercei­ra, quarta e quinta posição respectivamente.

Folha 8 digital

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