O
ex-primeiro-ministro da Guiné-Bissau Domingos Simões Pereira disse hoje à sua
chegada a Bissau vindo do Senegal, que acredita que o Presidente do país, José
Mário Vaz, vai devolver ao seu partido o poder para indicar o novo chefe do
executivo.
Domingos
Simões Pereira, que se tinha deslocado ao Senegal e à Guiné-Conacri para
contactos com os líderes da Comunidade Económica dos Estados da Africa
Ocidental (CEDEAO), disse ter esta "convicção" a partir das
indicações que recebeu nesses países.
"Estou
muito confiante e seguro de que a ordem constitucional será respeitada. Penso
que a nossa presença à margem da cimeira que teve lugar em Dacar foi muito
importante porque permitiu que os chefes de Estado tivessem a devida informação
do que se passa no terreno", notou Domingos Simões Pereira.
Segundo
o ex-primeiro-ministro, a sua presença no Senegal permitiu transmitir aos
líderes da CEDEAO "as decisões importantes tomadas por varias
instâncias" guineenses sobre a crise no país, nomeadamente pelo Supremo
Tribunal de Justiça.
O
órgão judicial ordenou ao chefe de Estado guineense que devolva o direito ao
Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) para que
indique o nome do novo primeiro-ministro.
O
PAIGC, liderado por Domingos Simões Pereira, venceu as últimas eleições
legislativas na Guiné-Bissau com uma maioria absoluta, daí a Constituição do
país prever que é este partido que deve indicar o primeiro-ministro.
"Os
chefes de Estado (da CEDEAO) reafirmaram a sua convicção de que a solução será
encontrada pela via do diálogo, mas tem que ter um prossuposto que é
fundamental, que é o respeito pela ordem constitucional e pelas leis da
Guiné-Bissau", sublinhou Simões Pereira.
Questionado
sobre o facto de ter viajado de Dacar para Bissau no mesmo avião com o antigo
presidente da Nigeria, Olesegun Obasanjo, nomeado mediador da crise guineense
pela CEDEAO, Domingos Simões Pereira disse que tal se deveu "apenas a
razoes logísticas".
O
líder do PAIGC disse ter-se encontrado em Dacar com o Presidente daquele país,
Macky Sall, e de lá seguiu para Conacri, onde se reuniu com o Presidente Alpha
Condé.
A
este, disse ter assegurado "nunca ter desrespeitado" o Presidente da
Guiné-Bissau.
Sobre
se mantem a disponibilidade para liderar um novo Governo, já que é o líder do
PAIGC, Simões Pereira disse que essa questão deve ser analisada nos órgãos
internos do partido.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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