domingo, 6 de setembro de 2015

Portugal. Participantes na Festa do Avante defendem candidato presidencial do PCP




A quatro meses das eleições Presidenciais, os participantes na "Festa do Avante!" defendem que o PCP deve avançar com um candidato próprio a Belém, opinião unânime entre os ouvidos hoje pela Lusa.

O sol brilha na Quinta da Atalaia e o calor faz-se sentir no segundo dia da Festa do "Avante!", a 'rentrée' do Partido Comunista Português (PCP). Durante a tarde, as sombras das árvores e das várias estruturas de apoio à festa, montadas ao longo das últimas semanas, são aliciantes para um descanso num local mais fresco.

Sentadas perto de uma banca de venda de comida, assistindo ao concerto da banda "Paus", que tocavam no palco 25 de Abril, estão Eduarda, Mariana e Roberta, três amigas que participam no "Avante!" pela terceira vez.

A festa e o convívio é a justificação da presença das jovens, "não tanto pelo partido concretamente", disse Mariana.

Roberta, de 19 anos, é a única que vai votar nas próximas eleições Presidenciais. Apesar de não ser militante comunista, defende que "o PCP devia ter um candidato próprio".

Um pouco mais à frente, Maria Mónica, de 53 anos, come um gelado debaixo da copa de uma árvore. Apesar de frequentar a festa "há muitos anos", e principalmente devido aos ideais políticos que defende, Maria refere não ter tido disponibilidade para ir a todas as anteriores 38 edições.

Quanto às Presidenciais, esta funcionária pública vincou que o PCP deve ter um candidato próprio, admitindo não ter favoritos dentro do partido, mas aceitando apoiar algum dos candidatos já anunciados, caso o partido também o decida fazer.

"Aquele candidato que o partido designar é aquele que eu acharei por bem apoiar", afirmou.

Também pela terceira vez na Festa do "Avante!", Francisco Raposo, trabalhador da administração local, refere que o mais gosta no evento é a discussão política.

"Eu não sou membro do PCP, mas creio que aqui estão das pessoas mais abnegadas a construir uma sociedade mais justa", afirmou.

De mochila às costas, acabado de chegar ao recinto, defendeu que se o partido não apresentar um candidato à Presidência da República, como tem feito nas anteriores eleições, será uma novidade. Porém, na sua opinião, nenhum dos candidatos já anunciados toma "uma posição muito clara em relação aos problemas da austeridade e da dívida", o que criticou.

Presença assídua na Quinta da Atalaia é a de Leonel Cardoso, um empresário de 58 anos que se assume como "comunista até morrer" e, de bandeira comunista às costas e boina vermelha na cabeça, distribui porta-chaves pelos presentes.

Na sua opinião, o partido deve apresentar um candidato, mas também poderia apoiar um dos já anunciados, caso "houvesse uma pessoa que defendesse os trabalhadores", fator que considera muito importante.

No espaço internacional está Marta Costa, de 27 anos, filiada no Partido Comunista, e César Faleiro, um ano mais velho, que deixou de o ser, cada um com o seu grupo de amigos.

Ela está na Quinta da Atalaia pela terceira vez, ele participa desde os 9 anos. Em comum têm a opinião relativamente à posição que o PCP deve adotar quanto às eleições Presidenciais.

"Bom, bom era o partido apresentar um candidato", sublinhou César.

Marta vincou que "gostava mais que o partido apresentasse um candidato próprio, mas o candidato que o partido escolher será bem escolhido, sem dúvida".

Até agora o PCP ainda não anunciou qual a posição que tomará face aos candidatos a Belém, tendo remetido uma decisão para depois das eleições legislativas de 04 de outubro.

A "Festa do Avante!" continua até domingo, dia em que decorrerá o comício de encerramento com o secretário-geral do partido, Jerónimo de Sousa.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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