O
líder da Coligação Democrática Unitária (CDU) afirmou hoje que os líderes da
coligação governamental tentam aparecer aos olhos dos portugueses
"lavadinhos por cima e por baixo, como se não tivessem nada a ver"
com a situação em Portugal.
Num
comício noturno em Famalicão, Jerónimo de Sousa fez novamente o balanço negro
da governação de Passos Coelho e Paulo Portas, sem nunca poupar o líder da
oposição, o socialista António Costa, por ter propostas semelhantes.
"Neste
balanço dramático que podemos fazer destes quatro anos - e há quem não queira
que falemos disto - lá estão eles a criticar, a dizer mal. Pois, é, camaradas,
é que se não criticarmos, se não denunciarmos, se não trouxermos à memória dos
portugueses aquilo que eles fizeram, é vê-los a tentar limpar a folha, a
apresentarem-se lavadinhos por cima e por baixo, como se não tivessem nada a
ver com aquilo que está a acontecer no nosso país", disse.
O
secretário-geral comunista, que concorre coligado com "Os Verdes"
desvalorizou os diversos indicadores económicos positivos recentes, traçando o
cenário de milhares de cidadãos prejudicados pelas políticas de austeridade
seguidas por PSD e CDS-PP, pois "é como quem chega ao fundo de um poço e,
naturalmente, depois, pode subir um bocadinho, mas continua no fundo do
poço".
"Em
relação ao desemprego, aos salários, às pensões, à carga dos impostos, qual é a
resposta que têm para dizer que isto está no bom caminho? Então, era legítimo
que os portugueses perguntassem: se está no bom caminho, deem para cá o que
roubaram no salário, na pensão, na reforma, nos direitos!", reclamou,
secundado por uma ativa plateia de centenas de apoiantes.
O
secretário-geral do PS, que tinha voltado a apelar hoje, em Évora, a uma
maioria absoluta, para encerrar querelas sobre a vontade popular, e acrescentou
que fundadores do PSD e CDS se afastaram daqueles partidos por
"radicalismo", também foi novamente criticado.
"Esta
discussão entre os dois [coligação Portugal à Frente e PS], a ver quem consegue
fazer pior, só exige uma solução: nem um nem outro merecem governar o país
porque as suas propostas são para atingir os mesmos dos costume, os reformados,
os que menos têm e menos podem e precisam de proteção social", acusou
Jerónimo de Sousa, referindo-se às medidas relativas à segurança social.
Para
o líder do PCP, não há qualquer hipótese de entendimento com este PS das
"políticas de direita".
Jerónimo
de Sousa exemplificou com as constantes sugestões com que é confrontado -
"entendam-se lá com o PS" - e dirigiu-se diretamente aos
participantes no evento para sondar sobre "um acordo para tramar
reformados, pensionistas, aqueles que menos têm e menos podem" e ouviu-se
imediatamente o "não" coletivo.
"Quando
nos falam no Governo, esta CDU está em condições de assumir todas as
responsabilidades que o povo português lhe entenda atribuir, não peçam é que
abdiquemos da nossa natureza, identidade, propostas, do lado de quem trabalha
ou trabalhou", concluiu.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
Sem comentários:
Enviar um comentário