domingo, 20 de setembro de 2015

Portugal. PASSOS E PORTAS APRESENTAM-SE “LAVADINHOS POR CIMA E POR BAIXO”



O líder da Coligação Democrática Unitária (CDU) afirmou hoje que os líderes da coligação governamental tentam aparecer aos olhos dos portugueses "lavadinhos por cima e por baixo, como se não tivessem nada a ver" com a situação em Portugal.

Num comício noturno em Famalicão, Jerónimo de Sousa fez novamente o balanço negro da governação de Passos Coelho e Paulo Portas, sem nunca poupar o líder da oposição, o socialista António Costa, por ter propostas semelhantes.

"Neste balanço dramático que podemos fazer destes quatro anos - e há quem não queira que falemos disto - lá estão eles a criticar, a dizer mal. Pois, é, camaradas, é que se não criticarmos, se não denunciarmos, se não trouxermos à memória dos portugueses aquilo que eles fizeram, é vê-los a tentar limpar a folha, a apresentarem-se lavadinhos por cima e por baixo, como se não tivessem nada a ver com aquilo que está a acontecer no nosso país", disse.

O secretário-geral comunista, que concorre coligado com "Os Verdes" desvalorizou os diversos indicadores económicos positivos recentes, traçando o cenário de milhares de cidadãos prejudicados pelas políticas de austeridade seguidas por PSD e CDS-PP, pois "é como quem chega ao fundo de um poço e, naturalmente, depois, pode subir um bocadinho, mas continua no fundo do poço".

"Em relação ao desemprego, aos salários, às pensões, à carga dos impostos, qual é a resposta que têm para dizer que isto está no bom caminho? Então, era legítimo que os portugueses perguntassem: se está no bom caminho, deem para cá o que roubaram no salário, na pensão, na reforma, nos direitos!", reclamou, secundado por uma ativa plateia de centenas de apoiantes.

O secretário-geral do PS, que tinha voltado a apelar hoje, em Évora, a uma maioria absoluta, para encerrar querelas sobre a vontade popular, e acrescentou que fundadores do PSD e CDS se afastaram daqueles partidos por "radicalismo", também foi novamente criticado.

"Esta discussão entre os dois [coligação Portugal à Frente e PS], a ver quem consegue fazer pior, só exige uma solução: nem um nem outro merecem governar o país porque as suas propostas são para atingir os mesmos dos costume, os reformados, os que menos têm e menos podem e precisam de proteção social", acusou Jerónimo de Sousa, referindo-se às medidas relativas à segurança social.

Para o líder do PCP, não há qualquer hipótese de entendimento com este PS das "políticas de direita".

Jerónimo de Sousa exemplificou com as constantes sugestões com que é confrontado - "entendam-se lá com o PS" - e dirigiu-se diretamente aos participantes no evento para sondar sobre "um acordo para tramar reformados, pensionistas, aqueles que menos têm e menos podem" e ouviu-se imediatamente o "não" coletivo.

"Quando nos falam no Governo, esta CDU está em condições de assumir todas as responsabilidades que o povo português lhe entenda atribuir, não peçam é que abdiquemos da nossa natureza, identidade, propostas, do lado de quem trabalha ou trabalhou", concluiu.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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