sábado, 19 de setembro de 2015

Portugal. PRIVATIZAÇÕES FEITAS EM TOTAL PROMISCUIDADE – Paulo Morais em vídeo




AS PRIVATIZAÇÕES SÃO UMA TRANSFERÊNCIA MACIÇA DE CAPITAL PARA UMA OLIGARQUIA PRÓXIMA DO PODER

Paulo Morais questiona as nomeações para o acompanhamento do programa da troika: Miguel Frasquilho (PSD) e Adolfo Mesquita Nunes (CDS-PP). manifestou as suas dúvidas no que respeita à independência destes dois deputados da maioria, já que Adolfo Mesquita Nunes, até tomar posse como parlamentar do grupo do CDS, era associado da sociedade de advogados que representa a EDP (será gora consultor) e Miguel Frasquilho, do PSD, é director-coordenador de um departamento do Banco Espírito Santo (BES). 

PRIVATIZAÇÃO DOS CTT, QUANTO NOS ROUBARAM?
Apodrecetuga

Passos Coelho privatiza tudo: BPN, EDP e REN, Fidelidade, ANA, EGF, e agora também a TAP. Aliena ao desbarato o património público, numa sequência de processos manchados pela promiscuidade entre decisores públicos que vendem e os adquirentes privados. A primeira venda em saldo foi a do BPN aos angolanos, à pressa e sob o falso pretexto de que a Troika impunha prazos curtos. Veio a seguir a EDP, entregue de mão beijada aos chineses. O conflito de interesses entre privados e públicos nem sequer foi disfarçado. Mesmo a comissão parlamentar responsável pela fiscalização do processo era constituída pelos próprios intervenientes: o deputado Frasquilho era quadro da BESI (do BES), entidade que assessorou os chineses na compra; Mesquita Nunes era jurista na sociedade de advogados encarregue do processo de privatização. Com a REN, passou-se o mesmo.
 Resultado: o estado chinês é agora um dos maiores patrões no nosso país e detém, em monopólio, um recurso estratégico vital, a rede elétrica. E a saga continuou. Na alienação da Empresa Geral de Fomento, líder na gestão de resíduos urbanos, o governo foi assessorado pela sociedade de advogados Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva. E o concurso foi ganho pela Mota-Engil, cujos advogados são os mesmos. Estranha foi ainda a privatização dos CTT. Em vésperas da venda, já o ministro Maduro anunciava a criação dos ‘balcões do cidadão’, serviço público pelo qual o Estado terá de pagar aos correios, agora privados. Lucros garantidos para o novo dono, a Goldman Sachs do social-democrata Luís Arnaut. O governo chegou ao ponto de entregar a ANA (Aeroportos e Navegação Aérea) ao grupo Vinci, que poderá exercer o direito de construir o novo aeroporto em Alcochete, onde apenas se pode aceder pela ponte Vasco da Gama, cujo proprietário é a própria Vinci. E, agora, em fim de mandato, o executivo prepara-se para privatizar a TAP, mais uma pechincha. Passos irá passar à história como o privatizador. Os empresários bafejados com a compra de monopólios em saldo agradecem. Mas os portugueses nunca lhe perdoarão a cumplicidade com este saque.

Para Morais, o erro do Governo foi o de ter nomeado uma comissão de acompanhamento interna – presidida por Daniel Bessa – em vez de abrir essa entidade “à sociedade civil”. “Desde o início se devia ter constituído uma comissão de acompanhamento externa que pudesse explicar o modelo a ser adoptado, os critérios de aceitação de candidatos e que fizesse a monitorização à posteriori”, critica o professor universitário ligado à área da Ciência Política.

Mas as críticas não se limitam ao Governo. Considera insuficiente o papel de Guilherme d’Oliveira Martins, enquanto líder do Conselho de Prevenção da Corrupção. “Reuniu com a comissão de acompanhamento já depois de concluído o processo. Deve haver ali um problema em relação ao significado da palavra prevenção”, considera antes de classificar o trabalho do Conselho como “patético”

E o Parlamento também não está isento de culpas, assegura. Morais fala de “deputados coniventes” apontando o dedo aos membros da comissão parlamentar da Troika. “Pessoas com conflito real de interesses”, assevera ao referir-se a Miguel Frasquilho (PSD), Pedro Pinto (PSD) e Adolfo Mesquita Nunes (CDS). O primeiro devido à sua ligação ao BES (que agora estará a ser investigado), o segundo por estar ligado a empresas que fazem consultoria para a EDP e o último por colaborar no escritório de advogados que assessorou o Governo e a EDP no processo.

“Isto já é mais do que promiscuidade absoluta, é simples identidade”, remata Morais.

Em Zita Paiva - Youtube

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