domingo, 25 de outubro de 2015

“DEPOIS DO QUE FIZEMOS PELO PAÍS, ESTAMOS DESILUDIDOS COM OS ANGOLANOS”



Alto responsável da Antex lamenta o tratamento que tem sido dado aos cubanos.

Os profissionais cubanos em Angola estão “desiludidos” com o tratamento que têm recebido no país, confessou um alto responsável da Antex em declarações ao semanário português Expresso.

“Depois do que fizemos pelo país, estamos desiludidos com os angolanos”, disse, sob anonimato, o profissional daquela empresa responsável pela cooperação cubana.

Num texto intitulado A Baía das Sombras, o semanário faz um retrato do actual estado do país, falando da crise económica e das implicações que isso poderá trazer para uma crise social e política.

A saída dos profissionais cubanos de Angola tem sido um tema delicado, tendo forçado o governo a aprovar um crédito de USD 53,3 milhões em Agosto para o pagamento de contratos com a empresa Antex.

Segundo aquele semanário, os médicos e professores, em serviço no interior do país, saem de Angola com o pretexto de irem de férias e não regressam por alegada falta de pagamento dos serviços.

Uma fonte garantiu ao semanário Nova Gazeta que as primeiras dificuldades começaram a ser sentidas em 2013, mas agravaram-se no final do ano passado com a quebra das receitas com a exportação de petróleo, que terá levado o governo a atrasar o pagamento de USD 300 milhões pelos serviços de mais de quatro mil profissionais na saúde e educação.

Enquanto isso, crianças estão em risco nas zonas do interior do país por falta de assistência médica e desidratação. “A situação começa a assumir proporções dramáticas”, afirmou ao Expresso o médico J. Malanda, da clínica Multiperfil.

O governo, citado pela Lusa, diz que 42 por cento dos médicos e 70 por cento dos profissionais de saúde no país são cubanos.

Rede Angola – foto João Gomes/JAImagens

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