Díli,
06 out (Lusa) - O Banco Mundial prevê que a economia timorense cresça este ano
6,8%, menos duas décimas do que em 2014, acelerando uma décima por ano até
2017, segundo um estudo semestral sobre as economias do sudeste asiático e
pacífico.
Estes
valores, detalhados na última edição do "East Asia Pacific Economic
Update", indicam que o crescimento em Timor-Leste será, este ano, 2,5
pontos percentuais acima da média para os países em desenvolvimento e 2,2 pontos
percentuais acima da média dos países em desenvolvimento da região.
Timor-Leste
deverá registar este ano o quarto maior crescimento económico de entre os 14
países analisados no estudo, atrás da Papua Nova Guiné (8,7 por cento), da
China e do Cambodja, ambos com uma previsão de crescimento de 6,9% para este
ano.
O
estudo engloba ainda as economias da Indonésia, Malásia, Filipinas, Tailândia,
Vietname, Laos, Myanmar, Mongólia, Fiji e Ilhas Salomão.
A
previsão do Banco Mundial é de que a balança comercial timorense fique
inalterada, com as exportações a rondarem os 89 milhões de dólares e as
importações a permanecerem em torno aos 1.300 milhões de dólares este ano.
Recorde-se
que a produção petrolífera é considerada uma atividade não-residente pelo que
não faz parte das contas de exportações do país.
No
que toca à inflação, o Banco Mundial prevê um aumento do preço do cabaz de
compra de 4% este ano, muito abaixo dos 0,4% do ano passado, em que intervieram
as cotações favoráveis do dólar.
No
que toca às contas públicas, o Banco Mundial refere-se ao aumento de 5% no
orçamento do Estado deste ano, face a 2014, e "20% acima do teto
inicial".
O
orçamento retificativo manteve os níveis de gastos "apesar de uma queda
dramática no preço do crude" pelo que "o crescimento do Fundo
Petrolífero deverá ficar aquém do rendimento sustentável pela primeira
vez".
O
relatório nota a melhoria na taxa de execução orçamental em 2014 (quase 90%)
antecipando-se que a execução "continue a melhorar" este ano.
O
estudo reconhece o impacto da queda no preço do crude em Timor-Leste, onde o
setor petrolífero é "de importância central para as receitas
públicas" e para a economia nacional, evidenciando as "pressões"
que continuam a sentir as "pequenas económicas dependentes das indústrias
extrativas".
O
Banco Mundial refere-se ainda à "produção mais fraca" de café, a
única exportação de Timor-Leste, e à aceleração nas importações "devido a
um crescente programa público", o que teve um impacto negativo na balança
comercial.
No
final de junho deste ano, o Fundo Petrolífero tinha um valor de 16,86 mil
milhões de dólares, com o saldo a registar um aumento moderado no último ano
"devido à antecipada desaceleração na produção petrolífera, queda nos
preços do crude e níveis persistentemente elevados de levantamentos para o
orçamento" timorense.
"O
Banco Central também controla reservas estrangeiras significativas, suficientes
para cobrir centenas de meses de importações", sublinha o relatório.
Manter
a sustentabilidade do fundo é, para o Banco Mundial, um dos principais desafios
de Timor-Leste já que o Estado está a gastar quase o dobro do que poderia para
manter o fundo em níveis sustentáveis.
Na
sua análise, o Banco Mundial considera que há "relativamente pouco
risco" para os países-ilha do Pacifico devido à volatilidade dos mercados
financeiros globais, já que a sua exposição é limitada, ainda que possível.
Timor-Leste,
recorda, tem grande parte das suas poupanças nacionais no Fundo Petrolífero -
que por sua vez investe nos mercados financeiros internacionais - pelo que,
apesar da natureza diversificada desses investimentos, o retorno pode ser
"adversamente afetado" pela turbulência internacional.
ASP
// MP
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