João
Soares defende “negociação séria” com BE e PCP para uma “maioria absoluta de
esquerda”
“O
PS deve comprometer-se seriamente na obtenção de uma maioria absoluta de
esquerda que permita ao país ter um governo estável durante quatro anos”,
vincou João Soares à entrada para a sede do PS, onde esta noite decorre uma
reunião da Comissão Política
O socialista
João Soares defendeu que o PS deve conduzir uma “negociação séria” com BE e PCP
para obter uma “maioria absoluta de esquerda” que permita ao país ter um
governo “estável” durante quatro anos.
“O
PS deve comprometer-se seriamente na obtenção de uma maioria absoluta de
esquerda que permita ao país ter um governo estável durante quatro anos,
dispondo de uma maioria parlamentar absoluta”, vincou Soares à entrada para a
sede do PS, no Largo do Rato, em Lisboa, onde esta noite decorre uma reunião da
Comissão Política do partido.
Para
o antigo presidente da Câmara de Lisboa tal maioria de esquerda apenas sucederá
com uma “negociação séria” entre os socialistas e BE e PCP.
A
reunião desta terça-feira da Comissão Política do PS segue-se às legislativas
de domingo, que a coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP) venceu as eleições
com 38,55% (104 deputados), com o PS a conseguir 32,38% (85 deputados).
A
direção do PS inclina-se para a marcação do congresso nacional para depois das
eleições presidenciais e a principal questão em discussão esta terça-feira
relaciona-se com a estratégia dos socialistas face ao Governo, PCP e Bloco de
Esquerda.
De
acordo com fontes socialistas, estas duas questões foram objeto de discussão
“detalhada” nas reuniões que o secretário-geral do PS, António Costa, teve ao
longo desta tarde com os presidentes das federações e também com os futuros
membros do Grupo Parlamentar do PS.
Presidentes
de várias federações socialistas disseram à agência Lusa que a inclinação
maioritária é para que o congresso do PS, antecedido de eleições diretas para o
cargo de secretário-geral, se realize após as eleições presidenciais, ou seja,
a partir de fevereiro de 2016.
Já
na reunião com os deputados do PS, que antecedeu a da Comissão Política desta
noite, vários deputados defenderam a tese de que os socialistas devem tentar
dialogar com as forças à sua esquerda, PCP e Bloco de Esquerda, sobre uma
eventual solução de Governo alternativa à da coligação PSD/CDS.
Esse
entendimento, porém, é por quase todos encarado como sendo de difícil
concretização, principalmente face às divergências entre o PS com o PCP e Bloco
de Esquerda em matérias como a União Europeia e a NATO.
Outros
deputados do PS entendem que o partido deve assumir-se como oposição
“construtiva” e que compete à coligação PSD/CDS formar Governo.
Lusa,
em Expresso – título PG
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