É
impressionante a barreira de fogo que a Direita e os setores financeiros estão
a promover contra a possibilidade de uma plataforma de entendimento à esquerda.
Na
verdade, o seu comportamento demonstra à saciedade que têm medo, por um lado,
de perder privilégios e que, por outro, tratam o Governo como quinta sua, algo
que lhes pertence por nascimento. As rendas perpétuas podem estar ameaçadas,
eis o seu maior temor. As elites defendem-se com unhas e dentes quando
pressentem o perigo e a sua capacidade de mobilização nunca deve ser
negligenciada.
Não
faltam, aliás, interpretações golpistas da Constituição e devedoras da frágil
consciência democrática de quem as produz.
A
União Europeia e o Eurogrupo entram no jogo e mostram a preferência pela
coligação, anunciando que não há autorização para políticas alternativas e que
só a austeridade infinita lhes parece aceitável.
Até
o líder da UGT, tão habituado às delicadas conversas de salão entre PSD, PP e
PS, mostra o seu incómodo perante a hipótese de mudarem um pouco as regras do
jogo, quando deveria ser um dos primeiros a defender entendimentos contra a
austeridade e o empobrecimento.
A
pressão vai ser enorme e persistem dúvidas sobre se o PS resistirá ou
claudicará como habitualmente. Mas ninguém duvida que há trilhos novos a
experimentar. Não é fácil. Não é certo. Mas estará algo a começar a mudar?
Esquerda.net
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