quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Portugal. "É como se estivéssemos a deitar abaixo o resto do muro de Berlim", diz António Costa



Em entrevista ao Financial Times, o secretário-geral do PS fala num acordo "histórico" para viabilizar um governo de esquerda. E compromete-se a respeitar as obrigações internacionais de Portugal.

Depois das entrevistas às agências Reuters e France Presse, ontem, António Costa fala esta quarta-feira ao jornal britânico Financial Times.

Um entrevista em que se diz "preparado" para formar um governo anti-austeridade, suportado por uma coligação alargada de esquerda. Esse governo compromete-se a manter Portugal no euro e a respeitar os compromissos internacionais do país.

António Costa assume ao FT que as negociações com o Partido Comunista e com o Bloco de Esquerda "estão mais avançadas" do que com a coligação PSD / CDS. "Não estamos a fazer bluff, estamos a agir de boa fé", sublinha. Por isso, "seria melhor ter um governo liderado pelo PS".

Costa compara mesmo o entendimento à esquerda com a queda do Muro de Berlim. E assegura que "não foi o PS que passou para o lado dos partidos anti-europeus". Pelo contrário, foram o PCP e o BE que "aceitaram negociar um programa comum de governo, que não coloque em risco os compromissos de Portugal com a zona euro" e os restantes credores.

"O PS é o partido português mais pró-europeu", afirma o secretário-geral socialista. Por isso, "comparado com o radicalismo do atual governo (de centro-direita) e com as medidas brutais que o país tem sofrido, existe agora a possibilidade de acabar com a austeridade, sem pôr em causa as obrigações internacionais" de Portugal.

Guilhermina Sousa - TSF - foto Leonel Castro / Global Imagens

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