Pequim,
27 out (Lusa) - A China está a robustecer as suas forças armadas, que poderão
ter em 2020 capacidade para atacar Taiwan, segundo o relatório de "Defesa
Nacional 2015" publicado hoje pela ilha, onde se refugiou o antigo governo
chinês.
Apesar
do aproximar dos laços políticos entre Taiwan e o continente chinês, a China
"continua a acumular capacidade militar em grande escala, fomentando a
ameaça de um conflito", aponta o documento.
Na
última década, o orçamento militar chinês cresceu a um ritmo de dois dígitos,
tornando-se o segundo maior do mundo, superado apenas pelo dos Estados Unidos.
O
documento sustenta que o reforço das forças navais e aéreas chinesas tem como
intuito deter forças estrangeiras de intervirem em caso de invasão.
"A
China acredita que a interferência estrangeira será o seu grande obstáculo caso
atacar Taiwan", lê-se.
O
ministério da Defesa considera que existe o risco de Taiwan "baixar a
guarda", devido ao crescente intercâmbio cultural e económico entre os
dois lados.
A
China e Taiwan separaram-se após a guerra civil ter acabado no continente
chinês, com a vitória do Partido Comunista e a proclamação da Republica Popular
da China, em 1949.
O
antigo governo do Partido Nacionalista chinês refugiou-se então na ilha de
Taiwan, a cerca de 200 quilómetros da costa leste chinesa, onde continua a
identificar-se como representante da Republica da China (sem o adjetivo
"popular").
O
governo chinês defende a "reunificação pacífica" com Taiwan segundo a
mesma fórmula adotada para Hong Kong e Macau ("um país, dois
sistemas"), mas ameaça "usar a força" se a ilha proclamar a
independência.
As
relações entre ambos os lados têm melhorado desde que o atual Presidente de
Taiwan, Ma Ying-jeou, ascendeu ao poder em 2008.
Ma
Ying-jiu, que está a terminar o seu segundo e último mandato como líder de
Taiwan, deverá dar lugar à candidata da principal força da oposição, a
presidente do Partido Democrático Progressista, Tsai Ing-wen, que é considerada
pró independência.
Apesar
do descontentamento assumido por Pequim, os Estados Unidos continuam a ser o
principal aliado de Taiwan e a vender armamento à ilha, um território com cerca
de 24 milhões de habitantes e menos de metade da área de Portugal.
JOYP
// PJA
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