quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Cabo Verde. AUDITORIA AOS TACV. PRIVADOS SEM INTERESSE PELA COMPANHIA



TACV: Governo realiza auditoria e admite que não consegue encontrar privados interessados na gestão da companhia

O governo está a realizar uma auditoria aos Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) e na próxima semana anunciará as medidas para estabilizar a empresa , informou hoje o primeiro-ministro, José Maria Neves que acrescentou que o Estado não tem conseguido encontrar parceiros privados para a gestão da companhia. 

"A TACV está a passar por uma grande turbulência, o que exige a conjugação de esforços do Governo, do conselho de administração e de todos os colaboradores da empresa. O que nós estamos a fazer é uma auditoria para identificar a situação real de tesouraria e a partir daí tomar medidas para estabilizar a empresa", sustentou o primeiro-ministro.

José Maria Neves reconheceu que a companhia de bandeira está "numa situação muito difícil e muito complexa", tendo em conta que os gastos são muito superiores às receitas da empresa, que tem um passivo de 10 mil milhões de escudos (cerca de 90 milhões de euros). 

O chefe do Governo cabo-verdiano falava em conferência de imprensa para abordar questões relativas à sua deslocação na quinta-feira à Angola, indicando que as medidas serão anunciadas após uma "reunião alargada" com o conselho de administração, liderado por João Pereira Silva. 

Para o primeiro-ministro, a prioridade neste momento é estabilizar a situação financeira e garantir que a empresa funcione, continue a voar e proteja os postos de trabalho. Quanto aos trabalhadores, pediu uma "forte cooperação" para "salvar" os TACV.

José Maria Neves disse que uma das soluções passa pela reestruturação da empresa ou eventualmente pela privatização da gestão, mas disse que o Estado, único accionista, não tem conseguido encontrar parceiros interessados.

"Nós temos feito um esforço muito grande para encontrar um parceiro de modo a permitir a privatização da empresa, não temos conseguido encontrar parceiros interessados ou parceiros estratégicos ou financeiros, tendo em conta à situação da TACV", lamentou.

"Mas também tendo em conta que é uma pequena empresa e que não suscita muito interesse de outras empresas e, precisamente por isso, e em função da situação catual, vamos ver as medidas que teremos de tomar para estabilizar, garantir os voos, os postos de trabalho e ir reestruturando gradualmente a empresa para que haja um equilíbrio entre as receitas e as despesas e haja resultados positivos na gestão nos próximos tempos", acrescentou.

Para o Sindicato dos Pilotos, que já foi ouvido pelo Governo e pelo maior partido da oposição (Movimento para a Democracia - MpD), a situação actual da empresa é fruto do acumular dos problemas ao longo dos últimos anos pelos sucessivos conselhos de administração.

Já o MpD responsabiliza o Governo pela "má gestão" e pela "situação caótica" da companhia aérea cabo-verdiana, considerando que a solução passa pela privatização da empresa. 

Lusa, em Expresso das Ilhas

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