TACV:
Governo realiza auditoria e admite que não consegue encontrar privados
interessados na gestão da companhia

"A
TACV está a passar por uma grande turbulência, o que exige a conjugação de
esforços do Governo, do conselho de administração e de todos os colaboradores
da empresa. O que nós estamos a fazer é uma auditoria para identificar a
situação real de tesouraria e a partir daí tomar medidas para estabilizar a
empresa", sustentou o primeiro-ministro.
José
Maria Neves reconheceu que a companhia de bandeira está "numa situação
muito difícil e muito complexa", tendo em conta que os gastos são muito
superiores às receitas da empresa, que tem um passivo de 10 mil milhões de
escudos (cerca de 90 milhões de euros).
O
chefe do Governo cabo-verdiano falava em conferência de imprensa para abordar
questões relativas à sua deslocação na quinta-feira à Angola, indicando que as
medidas serão anunciadas após uma "reunião alargada" com o conselho
de administração, liderado por João Pereira Silva.
Para
o primeiro-ministro, a prioridade neste momento é estabilizar a situação
financeira e garantir que a empresa funcione, continue a voar e proteja os
postos de trabalho. Quanto aos trabalhadores, pediu uma "forte
cooperação" para "salvar" os TACV.
José
Maria Neves disse que uma das soluções passa pela reestruturação da empresa ou
eventualmente pela privatização da gestão, mas disse que o Estado, único
accionista, não tem conseguido encontrar parceiros interessados.
"Nós
temos feito um esforço muito grande para encontrar um parceiro de modo a
permitir a privatização da empresa, não temos conseguido encontrar parceiros
interessados ou parceiros estratégicos ou financeiros, tendo em conta à
situação da TACV", lamentou.
"Mas
também tendo em conta que é uma pequena empresa e que não suscita muito
interesse de outras empresas e, precisamente por isso, e em função da situação
catual, vamos ver as medidas que teremos de tomar para estabilizar, garantir os
voos, os postos de trabalho e ir reestruturando gradualmente a empresa para que
haja um equilíbrio entre as receitas e as despesas e haja resultados positivos
na gestão nos próximos tempos", acrescentou.
Para
o Sindicato dos Pilotos, que já foi ouvido pelo Governo e pelo maior partido da
oposição (Movimento para a Democracia - MpD), a situação actual da empresa é
fruto do acumular dos problemas ao longo dos últimos anos pelos sucessivos
conselhos de administração.
Já
o MpD responsabiliza o Governo pela "má gestão" e pela "situação
caótica" da companhia aérea cabo-verdiana, considerando que a solução
passa pela privatização da empresa.
Lusa,
em Expresso das Ilhas
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