terça-feira, 3 de novembro de 2015

COIMBRA AJUDA CABO VERDE A CRIAR O PRIMEIRO CURSO DE MEDICINA



O primeiro curso de Medicina de Cabo Verde conta com 25 vagas - 20 exclusivas a estudantes cabo-verdianos e as restantes disponibilizadas para alunos da CPLP. Fernando Regateiro, catedrático de Medicina na Universidade de Coimbra, coordenou o projecto.

A primeira faculdade de medicina de Cabo Verde entrou em funcionamento na última semana, em resultado de um projecto que contou com o apoio da Universidade de Coimbra (UC).

Fernando Regateiro, professor da faculdade de Medicina da UC e responsável da instituição portuguesa pela coordenação do projecto, diz à Renascença que se materializou um desejo antigo que vai permitir que os alunos “venham a exercer a medicina de forma robusta, segura e com qualidade”.

A ideia de criar um curso médico em Cabo Verde começou a ganhar forma há seis anos, numa conversa entre Fernando Regateiro e o então reitor da Universidade de Cabo Verde (UNICV) - actual ministro de Ensino Superior, Ciência e Inovação cabo-verdiano - Correia e Silva.

Há um ano e meio, tudo ficou mais clarificado, quando “o governo de Cabo Verde estabeleceu um protocolo com o governo português para o apoio ao ensino da medicina”, conta Fernando Regateiro.

Neste curso, os alunos têm aulas em Cabo Verde nos primeiros três anos e viajam, depois, para Portugal, onde estudarão mais dois anos. “O objectivo é que os alunos possam, no quarto e quinto ano, ter uma experiência de ensino clínico num grande hospital, em que as abordagens clínicas são feitas de acordo com os processos mais evoluídos”, explica Fernando Regateiro.

O catedrático de Coimbra sublinha que, em Cabo Verde, “existem todas as condições para satisfazer os objectivos do ensino da medicina”, acrescentando que a UNICV “já provou ter experiência lectiva e recursos pedagógicos”.

Nesse sentido, o trabalho da Universidade de Coimbra será, acima de tudo, de supervisão. “Vamos assegurar essa ligação forte e próxima, onde a nossa universidade acompanhará todo o processo e se envolverá quando necessário”, explica.

Fernando Regateiro, que é também colunista da Renascença, aponta como essencial que as instituições de ensino superior não se fechem e promovam este tipo de iniciativas. “Uma ideia de universidade não se esgota intramuros, há que haver uma projecção do seu saber e do seu conhecimento. A universidade não é de uma cidade, de um país, é da humanidade”, defende.

O novo curso de Medicina de Cabo Verde conta com 25 vagas. Vinte são exclusivas a estudantes cabo-verdianos e as restantes são disponibilizadas para alunos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. O projecto contará também com a colaboração de oito docentes portugueses.

Renascença

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