O
primeiro curso de Medicina de Cabo Verde conta com 25 vagas - 20 exclusivas a
estudantes cabo-verdianos e as restantes disponibilizadas para alunos da CPLP.
Fernando Regateiro, catedrático de Medicina na Universidade de Coimbra,
coordenou o projecto.
A
primeira faculdade de medicina de Cabo Verde entrou em funcionamento na última
semana, em resultado de um projecto que contou com o apoio da Universidade de
Coimbra (UC).
Fernando
Regateiro, professor da faculdade de Medicina da UC e responsável da
instituição portuguesa pela coordenação do projecto, diz à Renascença que
se materializou um desejo antigo que vai permitir que os alunos “venham a
exercer a medicina de forma robusta, segura e com qualidade”.
A
ideia de criar um curso médico em Cabo Verde começou a ganhar forma há seis
anos, numa conversa entre Fernando Regateiro e o então reitor da Universidade
de Cabo Verde (UNICV) - actual ministro de Ensino Superior, Ciência e Inovação
cabo-verdiano - Correia e Silva.
Há
um ano e meio, tudo ficou mais clarificado, quando “o governo de Cabo Verde
estabeleceu um protocolo com o governo português para o apoio ao ensino da
medicina”, conta Fernando Regateiro.
Neste
curso, os alunos têm aulas em Cabo Verde nos primeiros três anos e viajam,
depois, para Portugal, onde estudarão mais dois anos. “O objectivo é que os
alunos possam, no quarto e quinto ano, ter uma experiência de ensino clínico
num grande hospital, em que as abordagens clínicas são feitas de acordo com os
processos mais evoluídos”, explica Fernando Regateiro.
O
catedrático de Coimbra sublinha que, em Cabo Verde, “existem todas as condições
para satisfazer os objectivos do ensino da medicina”, acrescentando que a UNICV
“já provou ter experiência lectiva e recursos pedagógicos”.
Nesse
sentido, o trabalho da Universidade de Coimbra será, acima de tudo, de
supervisão. “Vamos assegurar essa ligação forte e próxima, onde a nossa
universidade acompanhará todo o processo e se envolverá quando necessário”, explica.
Fernando
Regateiro, que é também colunista da Renascença, aponta como essencial que
as instituições de ensino superior não se fechem e promovam este tipo de
iniciativas. “Uma ideia de universidade não se esgota intramuros, há que haver
uma projecção do seu saber e do seu conhecimento. A universidade não é de uma
cidade, de um país, é da humanidade”, defende.
O
novo curso de Medicina de Cabo Verde conta com 25 vagas. Vinte são exclusivas a
estudantes cabo-verdianos e as restantes são disponibilizadas para alunos da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. O projecto contará também com a
colaboração de oito docentes portugueses.
Renascença
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