CONTRA-ALMIRANTE
JOSÉ ZAMORA INDUTA FOI LIBERTADO
O
antigo Chefe das Forças Armadas da Guiné Bissau, Contra-almirante José Zamora
Induta, foi hoje posto em liberdade e já se encontra a caminho da sua
residência em Bissau, disse à Lusa o advogado José Paulo Semedo.
O
Contra-almirante foi libertado ao fim da tarde do quartel de Mansoa, onde se
encontrava em prisão preventiva, por elementos do Tribunal Militar que se
deslocaram da capital, Bissau, até ao local de detenção, a 60 quilómetros, para
resolver o assunto.
“Correu tudo bem. O vice-almirante já está em liberdade e a caminho de casa”, disse José Paulo Semedo.
Questionado
sobre o estado de saúde e anímico do militar, o advogado afirmou que “são
excelentes”.
Zamora Induta foi acompanhado desde Mansoa até Bissau pelos três advogados que o defendem, José Paulo Semedo, Fernando Gomes e Ruth Monteiro, que consideram não fazer sentido o processo que recai sobre o antigo comandante das Forças Armadas.
Na
quinta-feira, o Supremo Tribunal de Justiça (civil) aceitou um pedido de
‘habeas corpus’ interposto pelo coletivo de advogados, ordenando a sua
libertação imediata, considerando que não tinham sido cumpridos os pressupostos
de uma prisão preventiva e que o assunto dizia respeito à justiça civil.
O
militar foi indiciado pela promotoria militar, entre outros, de crimes de
homicídio, terrorismo contra o Estado e tentativa de subversão da ordem
constitucional, na qualidade de alegado mentor de uma suposta tentativa de
contra golpe militar ocorrido a 21 de outubro de 2012.
O alegado golpe teria como objetivo destituir os autores de um outro golpe que tinha ocorrido no país no mês de abril do mesmo ano, esse outro liderado pelo então adjunto de Zamora Induta na chefia das Forcas Armadas guineenses, general António Indjai.
Lusa,
em O Democrata
RUTE
MONTEIRO DENUNCIA AMEAÇAS DE MORTE CONTRA COLECTIVO DE ADVOGADOS DE ZAMORA
INDUTA
A
advogada do ex-Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas da
Guiné-Bissau, José Zamora Induta, denunciou quinta-feira, 12 de novembro de
2015, que o colectivo de advogados da defesa do ex-militar está a ser ameaçado
de morte por um grupo de desconhecidos.
Segundo
Ruth Monteiro, as ameaças estão sendo feitas por via telefónica através das
mensagens enviadas para o seu telemóvel.
Sustenta ainda que as intimidações se intensificaram mais a partir do momento em que o Supremo Tribunal de Justiça decidiu a “libertação imediata” de Zamora Induta.
Recorda ainda que esta não é a primeira vez que o colectivo recebe chamadas de intimidação, depois da entrada do pedido de habeas corpus no tribunal em outubro último. E que o carro José Paulo Semedo, também advogado de Zamora Induta, teria sido vandalizado por duas vezes, em Bissau, no meio de um grupo de muitas viaturas.
Preocupada com a situação, Ruth Monteiro sublinha que a sua equipa encarra o assunto com a seriedade.
“Na
quarta-feira, por volta das 09 horas e 15 quinze minutos recebi uma mensagem do
número da Orange dizendo-me: preparem-se para morrer”, explica.
De acordo com Advogada, as intimidações e as ameaças de morte poderão estar relacionadas ao acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, que decretou a libertação imediata do seu cliente.
Apesar
de o assunto ter sido do conhecimento da Polícia Judiciária e do Ministério
Público, Ruth Monteiro queixa-se da insegurança e de falta de resposta das duas
entidades judiciais do país.
“Estamos a levar a sério as ameaças, porque o país é violento. Às vezes confunde-se o papel dos advogados e as pessoas que defendemos com as imputações que são feitas, com ou sem provas e dos constituintes, uma situação que no fundo é o nosso trabalho de dia a dia”, observa.
Ruth
Monteiro revelou igualmente que José Zamora Induta continua detido numa das
celas da prisão de quartel de Mansoa, não obstante o STJ ter decidido a sua
libertação.
Insiste neste particular que o mandato de soltura do órgão suprema da justiça guineense não chegou às instâncias prisionais de Mansôa, porque alegadamente o Tribunal Militar não tem combustível para abastecer as suas viaturas.
Ruth
Monteiro avança ainda ao “Democrata” que, apesar da disponibilidade manifestada
pelo colectivo dos advogados em ir buscar o antigo líder militar, o argumento
mantém-se sempre como principal razão de não soltar Zamora Induta.
Segundo
causídica, as ameadas não são direccionas apenas para um único elemento do
colectivo, pelo que defende a urgente intervenção das autoridades judiciais com
vista a identificar o titular do número da mensagem enviada para o seu celular.
Imputa ainda responsabilidades às duas empresas de telecomunicações móveis a operarem no país, a Orange Bissau e a MTN por não terem cumprido com as suas obrigações (registos dos números) que diz, “permitiria chegar facilmente aos autores dessas ameaças”.
Na
quarta-feira, o Supremo Tribunal de Justiça ordenou a liberação imediata do
antigo chefe das Forças Armadas Zamora Induta, preso no Quartel de Mansoa desde
22 de Setembro em prisão preventiva.
Filomeno
Sambú - O Democrata
GUINÉ-BISSAU
E ANGOLA PRETENDEM ANALISAR A COOPERAÇÃO BILATERAL
As
autoridades guineenses e angolanas preparam-se para realizar, em breve, uma
reunião da Comissão Mista para analisar o estado da cooperação entre os dois
países. A informação foi avançada à imprensa no início da noite desta
sexta-feira, pelo Chefe de Estado José Mário Vaz, a sua chegada no aeroporto
internacional Osvaldo Vieira.
O
Presidente regressou na noite desta sexta-feira de Angola, onde se encontrava a
convite do seu homólogo José Eduardo dos Santos para assistir a cerimónia da
comemoração do 40º aniversário da independência daquele país lusófona da África
Central. José Mário Vaz foi recebido no aeroporto internacional Osvaldo Vieira,
pelo primeiro vice-presidente do parlamento Inácio Correia, em representação do
presidente de ANP que se encontra ausente do país.
Em
declaração à imprensa, José Mário Vaz informou que foi recebido duas vezes pelo
Chefe de Estado de Angola, José Eduardo dos Santos, onde tiveram a oportunidade
de abordar e analisar a situação da África e da Europa, bem como a situação da
relação entre Guiné-Bissau e Angola.
“Falamos
sobre muitos assuntos, mas irei ter o tempo de falar com o primeiro-ministro. O
assunto que vai estar em cima da mesa no nosso encontro é uma reunião muito
urgente da Comissão Mista entre a Angola e a Guiné-Bissau. Também tive a
oportunidade de receber e estar com muitos Presidentes da África”, assegurou o
Chefe de Estado guineense, que entretanto, avançou ainda que encontrou
igualmente com o Secretário Executivo da CPLP, onde abordaram a situação da
comunidade.
O
estadista guineense assistiu a inauguração do novo edifício de Assembleia
Nacional de Angola, durante a sua estada na cidade de Luanda.
Assana Sambú - O Democrata
Assana Sambú - O Democrata
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